Dólar fecha em alta impulsionado pela moratória da Argentina

O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (29), alcançando o maior nível desde setembro de 2018. O patamar elevado foi alcançado pela moeda norte-americana após a declaração de moratória da Argentina sobre sua dívida junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que acabou influenciado o câmbio também no Brasil.

O dólar fechou em R$ 4,1717, registrando uma alta de 0,342%. No começo do dia a moeda norte-americana tinha começado em queda de -0,113 sendo negociada a R$ 4,1508.

Além disso, seguiram no radar dos investidores novidades sobre a guerra comercial entre EUA e China

Argentina declara moratória

Na última quarta-feira (28), o presidente argentino Mauricio Macri declarou moratória em relação aos vencimentos da dívida da Argentina junto ao FMI. Um montante de US$ 56 bilhões, que começarão em 2021, em uma tentativa de aliviar o mercado cambial.

O ministro da Fazenda do país, Hernán Lacunza, disse, em entrevista coletiva, que a “Argentina propôs [ao FMI] iniciar o diálogo para reperfilar os vencimentos da dívida”.

Saiba mais: Argentina requisita moratória ao Fundo Monetário Internacional

Nesta semana, uma delegação do FMI foi à Argentina para uma reunião com autoridades do governo e com o favorito à presidência Alberto Fernández e seus assessores econômicos.

Nesta quinta o peso recuou e o risco-país atingiu o nível mais alto em 14 anos.

A moeda argentina chegou a registrar uma queda de 3% e o risco-país avançou para o patamar mais alto desde 2005, a 2.037 pontos, com um aumento de 48 pontos-base. Desde as eleições primárias, que ocorreram no dia 11 de agosto, o peso registrou perda de 19,5% de seu valor em relação ao dólar.

PIB brasileiro supera expectativas

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre registrou um crescimento de 0,4%. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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O crescimento do indicador surpreendeu os analistas. A previsão era de uma expansão de apenas 0,2%. Em comparação ao mesmo período do ano passado, o avanço foi de 1%.

No acumulado do ano, a alta é de 0,7%. Em valores correntes, o PIB no segundo trimestre atingiu R$ 1,780 trilhão.

Saiba mais: PIB do segundo trimestre cresce 0,4% e supera expectativas

Com esse resultado, o Brasil evitou uma “recessão técnica“. Essa é uma definição econômica para dois trimestres consecutivos de retração do indicador. Todavia, o crescimento mostra como a economia do País continua em ritmo fraco.

Brasil recuperou apenas 30% da última recessão

Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou que o Brasil conseguiu recuperar apenas 30% dos aproximadamente R$ 486 bilhões perdidos durante a última recessão econômica de 2014 a 2016.

Saiba mais: Brasil recuperou somente 30% dos R$486 bi perdidos na última recessão 

Durante os dois anos de recessão, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil acumulou uma contração de 8,2%. A partir do primeiro trimestre de 2017 até o primeiro trimestre deste ano, a economia registrou crescimento de apenas 3,2%. Além disso, o PIB registra 5,3% abaixo do nível do pré-recessão.

De acordo com economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rafael Cagnin, o Brasil está com problemas de oferta e demanda. O economista ressalta que o governo identificou esse problema e tem tomado medidas, como a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o estudo da desoneração de folha de pagamento.

Última cotação

Na última sessão, na quarta-feira, o dólar encerrou em queda de -0,014%, negociado a R$ 4,1575.

Carlo Cauti

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