Brasil recuperou somente 30% dos R$486 bi perdidos na última recessão

Estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) aponta que o Brasil conseguiu recuperar apenas 30% dos aproximadamente R$ 486 bilhões perdidos durante a última recessão econômica de 2014 a 2016.

Durante os dois anos de recessão, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil acumulou uma retração de 8,2%. A partir do primeiro trimestre de 2017 até o primeiro trimestre deste ano, a economia registrou crescimento de apenas 3,2%. Além disso, o PIB registra 5,3% abaixo do nível do pré-recessão.

As informações do estudo da FGV foram divulgas pelo jornal “Estado de S.Paulo”. De acordo com o veículo, trata-se do período de pós-recessão mais fraco dos últimos 40 anos.

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Governo do Brasil não contribui para retomada econômica

O estudo aponta que esse é o primeiro governo que não está construindo para a retomada econômica. Em comparação com as outras recessões que o Brasil esteve, nove no total, essa é a pior, mas o que diferencia, de acordo com a pesquisadora do Ibre/FGV, Juliana Trece, é a atuação do governo que se encontra sem dinheiro para investir.

“É curioso, porque a recessão de 1987 teve mais de um período recessivo dentro desse período de recuperação de 20 trimestres. Mesmos assim, essa recuperação da recessão que estamos agora é a que está em pior nível”, informou Trece.

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“A administração pública normalmente crescia durante as recessões, porque era uma forma de o governo tentar ativar a economia. Então acabava investindo e ajudando a movimentar um pouco a economia. Só que agora, sem dinheiro, com essa relação dívida x PIB alta, o governo está sem recursos para poder investir”, concluiu a pesquisadora.

De acordo com economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rafael Cagnin, o Brasil está com problemas de oferta e demanda. O economista ressalta que o governo identificou esse problema e tem tomado medidas, como a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o estudo da desoneração de folha de pagamento.

“Parece que o governo do Brasil vem tomando consciência de que as reformas são fundamentais, resolvem os problemas estruturais da economia, encaminham, as restrições pelo lado da oferta, mas que também tem problemas de manda”, informa Cagnin.

Poliana Santos

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