Dólar despenca após nota de Bolsonaro e fecha em queda de 1,85%

O dólar encerrou as negociações desta quinta-feira (9) com uma forte desvalorização de 1,85%, frente ao real, valendo R$ 5,227 na venda, após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) divulgar uma nota defendendo a harmonia entre os Poderes.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/Lead-Magnet-1420x240-1.png

A queda do dólar hoje acontece após a moeda ter o maior avanço desde junho do ano passado no pregão de ontem.

Ontem o mercado digeria as falas de Bolsonaro durante as manifestações de 7 de setembro, quando disse que não iria obedecer determinações judiciais de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas no fim da tarde de hoje,  após almoçar com o ex-presidente Michel Temer, Bolsonaro divulgou uma nota negando que tenha provocado crise entre os Poderes.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240_TEXTO_CTA_A_V10.jpg

O presidente explicou que falou “no calor do momento”. “Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum”, disse o político em nota.

Movimentação do dólar

O dólar americano abriu a sessão de hoje em queda, corrigindo parcialmente o salto da sessão anterior.

O mercado ainda estava atento ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto que acelerou 0,87%, puxado por combustíveis. No período de 12 meses a inflação soma alta de 9,68%.

No decorrer da sessão, a moeda norte-americana continuava em queda, apesar de repercutir a situação política do País e os dados macroeconômicos da inflação de agosto.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop-1.jpg

Mas pouco antes da sessão terminar, o dólar entrou em queda livre com as declarações de Bolsonaro, que, em 10 pontos, disse respeitar a Constituição Federal e não ter tido a “intenção de agredir quaisquer dos Poderes”, com suas falas durante as manifestações de 7 de setembro.

Notícias que movimentaram o dólar

Além das declarações do presidente, veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:

  • IPCA acelera 0,87% em agosto, puxado por combustíveis; em 12 meses já soma 9,68%
  • Pedidos de auxílio-desemprego nos EUA caem 35 mil na semana, a 310 mil
  • BCE mantém juros em 0% e visa compras de títulos em menor ritmo

IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou sua alta em agosto, mas veio acima do esperado. De acordo com dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira, a variação em agosto alcançou 0,87% ante 0,96% em julho.

Trata-se do maior resultado para o mês desde 2000, quando o indicador subiu 1,31%. Em agosto de 2020, o IPCA registrou alta de 0,24%. Com isso, a inflação oficial do país acumula alta de 5,67% no ano e de 9,68% nos últimos 12 meses.

Os valores vieram acima do esperado pelos especialistas. De acordo com o consenso Refinitiv, a alta do IPCA seria de 0,71% na comparação com julho e de 9,50% em relação a agosto de 2020.

Pedidos de auxílio-desemprego nos EUA

O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos teve queda de 35 mil na semana encerrada em 4 de setembro, a 310 mil, segundo dados com ajustes sazonais publicados nesta quinta-feira pelo Departamento do Trabalho americano.

O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam 335 mil solicitações.

Além disso, o total da semana anterior foi ligeiramente revisado para cima, de 340 mil para 345 mil pedidos.

O número de pedidos continuados, por sua vez, apresentou recuo de 22 mil na semana encerrada em 28 de agosto, a 2,783 milhões. Esse indicador é divulgado com uma semana de atraso.

BCE mantém juros em 0%

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu deixar suas taxas de juros inalteradas, entre 0% e -0,5%, após reunião de política monetária concluída na manhã desta quinta-feira. A decisão era esperada, mas sinalizou que o banco passará a conduzir compras de ativos de forma mais lenta.

O BCE também manteve o volume de seu Programa de Compras de Emergência na Pandemia (PEPP, na sigla em inglês) em 1,85 trilhão de euros, mas ressaltou em comunicado que “condições favoráveis de financiamento” permitem que as aquisições sejam feitas em ritmo “moderadamente menor” do que nos dois últimos trimestres.

A instituição reiterou que o PEPP poderá não ser totalmente utilizado, mas ressaltou que também poderá ser “recalibrado”, para garantir que as condições de financiamento permaneçam favoráveis.

O BCE também deixou inalterado o tamanho do Programa de Compras de Ativos (APP, na sigla em inglês), em 120 bilhões de euros, a um ritmo mensal de 20 bilhões de euros.

Cotação do dólar na quarta (8)

Na última sessão, quarta-feira (08), o dólar encerrou em alta de 2,89%, sendo negociado a R$ 5,32.

Com informações do Estadão Conteúdo

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

Tags
Laura Moutinho

Compartilhe sua opinião