Credit Suisse corta crescimento do Brasil para zero por coronavírus

O banco suíço Credit Suisse informou nesta terça-feira (17) que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil vai ser zero em 2020 por causa da epidemia de coronavírus (covid-19).

Em sua última previsão, realizada antes do surto do vírus, o Credit Suisse tinha indicado um crescimento de 1,4% para esse ano. Para a instituição, o cenário atual do País é de recessão no primeiro semestre.

“A performance da atividade econômica no primeiro trimestre foi menos afetada pelos impactos do coronavírus, dado que o país foi um dos últimos a apresentar disseminação das doenças”, salientou o banco suíço em relatório.

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No primeiro trimestre deste ano a economia brasileira deveria encolher 0,1% em relação ao último trimestre de 2019. Por outro lado, no segundo trimestre o PIB brasileiro deveria cair de 1,6%.

Essa maior queda no segundo trimestre é provocada, segundo o banco, por causa do menor impacto da doença em janeiro e fevereiro na economia brasileira. Os efeitos sobre o PIB começaram a ser percebidos a partir da metade de março.

“Não é possível eliminar uma recessão muito mais significante dependendo do tempo que o governo leve para conter os impactos negativos do vírus”, salientou o banco, que prevê um crescimento da atividade econômica somente nos últimos trimestres do ano.

Credit Suisse prevê uma resposta menor dos governos

Segundo o banco suíço, a política contracíclica que os governos atuarão para responder a essa crise será menor do que durante a crise dos subprimes de 2008.

Saiba mais: Santander reduz projeções de alta do PIB brasileiro em 2020 e 2021

“Enquanto naquela época o governo usou políticas monetárias e fiscais para reagir aos efeitos da crise, o momento atual indica a uma limitação na possibilidade de usar ambas as ferramentas dada a crise financeira”, salientou o banco em seu relatório.

Entretanto, segundo o Credit Suisse a probabilidade de contágio do setor financeiro é baixa. “Apesar de ter menos espaço para uma política fiscal e monetária de estímulo em comparação à última crise financeira, vemos o setor provado com boa balança financeira e um sistema financeiro capitalizado, o que reduz a probabilidade de contágio do setor financeiro”, salientou o banco.

Santander corta previsão de crescimento

No mesmo dia em que o Credit Suisse cortou sua previsão, o Santander Brasil (SANB11) também reduziu suas projeções para o crescimento do PIB do Brasil em 2020 e 2021. As diminuições foram motivadas pelos impactos econômicos da pandemia de coronavírus.

De acordo com o economista-chefe do Santander, Mauricio Oreng, a previsão de crescimento do PIB do Brasil em 2020 passou de 2%, da projeção anterior, para 1%. Além disso, a estimativa para 2021 caiu de 2,5% para 2%.

O executivo informou que a instituição financeira prevê contração de 0,2% da economia brasileira no primeiro trimestre deste ano. A queda no segundo trimestre deverá ser ainda mais acentuada, de 0,4%. Por outro lado, a projeção é de avanço de 0,4% e 0,5% para os dois últimos trimestres do ano, respectivamente. Uma previsão parecida com aquela do Credit Suisse.

Carlo Cauti

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