Cristiane Quartaroli

2022 será ou não o ano do Dragão?

Ter inflação em um período de baixo crescimento gera estranheza, afinal, se há pouco consumo, como os preços sobem?

Esta semana será divulgado o IPCA-15 de novembro, mais um indicador que deve confirmar o quadro de forte elevação dos preços no Brasil. Não é de hoje que os economistas vêm alertando sobre esse tema, aliás, não é de hoje que a inflação é um tema de alerta aos próprios brasileiros. Mas por que tem sido diferente agora, que estamos ainda vivendo uma crise econômica mundial?

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/1420x240-Banner-Home-2.png

Ter inflação em um período de baixo crescimento gera estranheza, afinal, se há pouco consumo, como os preços sobem? Mas o fato é que vivemos em uma economia globalizada e grande parte do que consumimos vem de fora, desde produtos manufaturados (eletrônicos, por exemplo) a óleos combustíveis (sim, apesar de sermos autossuficientes em petróleo, nós importamos produtos derivados, que não necessariamente são produzidos por aqui). Com a alta do dólar, os preços dos produtos importados subiram muito. Vejam, caros leitores, o dólar já se desvalorizou mais de 25% desde o início da pandemia. Não é difícil imaginar que não haveria nenhum repasse aos produtos de consumo local, concordam?

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/1420x240.jpg

Não é só isso. Mais recentemente estamos vendo também um aumento nos preços dos serviços. Sabe o salão de cabeleireiro/barbearia que você costuma frequentar? Está pagando mais caro hoje dia, não está? E não para por aí. Os preços dos hotéis, escolas, restaurantes, enfim, praticamente todo tipo de serviço tem sofrido reajustes ultimamente. Claro que a retomada, ainda que a conta gotas, da nossa economia tem contribuído para a recomposição desses preços, principalmente dos setores que ficaram praticamente parados no ano passado.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2021/06/78866cc1-banner-home-6-4.jpg

Estamos sentindo na veia, ou melhor, no bolso.

Adicionalmente, existe um fator inercial em nossa inflação que, além de ser difícil de calcular, acaba sendo responsável por uma grande parcela do aumento nos preços de forma geral. Ou seja, o dólar tem culpa, mas a inércia também. E, com isso, estamos presenciando um quadro
de inflação generalizada no nosso país.

Mas voltemos ao dia a dia que estava falando lá em cima. Uma coisa é fato, praticamente todos os últimos números de inflação publicados recentemente ficaram acima das
expectativas e é bem provável que o mesmo aconteça com o resultado do IPCA-15.

E, com isso, a inflação oficial do país que já acumula mais de 10% de alta nos últimos 12 meses, ficará ainda mais alta. Ou seja, será que vem mais pressão pela frente? Pelo horóscopo chinês, será o ano do tigre, mas parece quem vai dar o ar das graças novamente (e antes do previsto) será o dragão.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

Nota

Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno.

Cristiane Quartaroli
Mais dos Colunistas
Luiz Grubert Inflação, um inimigo sorrateiro

Quando falamos sobre investimentos, um dos primeiros conceitos que todo investidor deveria buscar entender é o conceito de inflação. A inflação nada mais é do que a pe...

Luiz Grubert
Piter Carvalho Começou o rali de fim de ano da Bolsa?

Será que já começou o rali de final de ano na Bolsa de Valores? Sim, e não precisou esperar dia 25 de dezembro para ele começar. Ano passado, por exemplo, ele começou ...

Piter Carvalho

Compartilhe sua opinião