China: reformas pró-mercado poderiam adicionar US$ 3,5 trilhões à economia, diz diretora do FMI

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que a China está prestes a enfrentar uma encruzilhada na condução da economia – confiar nas políticas que funcionaram no passado ou atualizá-las para uma nova era de crescimento de alta qualidade. A declaração foi feita no Fórum de Desenvolvimento da China, neste domingo, 24.

Segundo Georgieva, um pacote abrangente de reformas pró-mercado poderia levar a China a um crescimento consideravelmente mais rápido em relação ao cenário atual. “Esse crescimento adicional representaria uma expansão de 20% da economia real da China nos próximos anos – em termos atuais, é como adicionar US$ 3,5 trilhões à economia chinesa“, ressaltou.

A diretora do FMI destacou que medidas para reduzir a quantidade de habitação inacabada no país e um maior espaço para correções baseadas no mercado imobiliário da China podem acelerar a solução dos entraves atuais do setor imobiliário e, assim, aumentar a confiança do consumidor e do investidor.

Para um crescimento com qualidade, Georgieva destaca uma maior dependência do consumo doméstico. Ela ainda salientou a busca do país por oportunidades no big bang da Inteligência Artificial e destacou o potencial da China para a economia verde.

“Essa transição de altas taxas para um crescimento de alta qualidade é a encruzilhada certa a seguir, e a China está determinada a fazê-lo”, completou.

Yuan, moeda da China, atinge nível mais fraco em 2024

O yuan, moeda da China, está se enfraquecendo contra o dólar nesta sexta-feira (22) após um movimento recente de estabilidade, e tocou as mínimas em 2024, de acordo com dados da Tullett Prebon.

enfraquecimento do Yuan ocorreu depois que o Banco do Povo da China (PBoC) estabeleceu uma taxa de referência diária mais fraca para o yuan onshore, o que foi interpretado como um sinal de que o banco central está disposto a permitir que a moeda seja negociada em baixa.

Os analistas também acreditam que o yuan está sofrendo com a mudança de apostas em outros lugares, após uma grande semana de movimentos de bancos centrais, na qual o Japão encerrou sua longa experiência com taxas negativas, e o Federal Reserve (Fed) sinalizou três cortes nas taxas este ano.

O compromisso do Fed com cortes nas taxas deverá enfraquecer o dólar no longo prazo, mas por enquanto muito depende do momento certo.

A instável economia da China é outro fator que pesa sobre a moeda local.

O PBoC cortou algumas taxas no ano passado, ampliando o diferencial de juros entre China e EUA.

Com Estadão Conteúdo

Marco Antônio Lopes

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