China se torna principal destino de investimentos estrangeiros, ultrapassando os EUA

A China se tornou o principal destino de investimentos estrangeiros diretos em 2020, ultrapassando os Estados Unidos, segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU) neste domingo (24).

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240-Banner-Home-2-1.png

Segundo informações reveladas na Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês), novos investimentos de empresas estrageiras nos Estados Unidos caíram 49% em 2020, fazendo com que país deixasse o primeiro lugar onde esteve por décadas, abrindo caminho para a China.

Enquanto os norte-americanos lutavam contra a crise econômica e viam sua economia tombar como jamais visto, os investimentos estrangeiros nos chineses cresciam 4% no ano.

Suno One: acesse gratuitamente eBooks, Minicursos, Artigos e Video Aulas sobre investimentos com um único cadastro. Clique para saber mais!

Ao todo, os Estados Unidos receberam US$ 134 bilhões em investimentos estrangeiros no ano passado, enquanto os asiáticos registraram a entrada de US$ 163 bilhões. O pico a diferença entre os países foi em 2016, quando os norte-americanos receberam US$ 472 bilhões, ao passo que a China observou a entrada de US$ 134 bilhões.

Os números registrados em 2020 ressaltam o movimento chinês em direção ao centro da economia global, lugar onde os Estados Unidos estão, sobretudo desde o fim da Segunda Guerra Mundial. A troca de lugares foi intensificada ao longo das últimas décadas por conta da assunção chinesa como chão de fábrica mundial, expandindo sua participação no comércio global.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop.jpg

Segundo a PwC, uma das maiores consultorias do mundo, em 2050 a China terá o maior Produto Interno Bruto (PIB) do planeta, de US$ 58,49 trilhões. Os Estados Unidos estarão em terceiro lugar, abaixo da Índia. A projeção é de 2017.

Influência de Trump e divisão entre Ocidente e Oriente

Em todo seu governo, o ex-presidente norte-americano Donald Trump encorajou empresas estadunidenses a deixarem a China e restabelecerem suas atividades em território dos Estados Unidos.

Além disso, o mandatário alertou investidores chineses de que as aquisições nos Estados Unidos enfrentariam um novo escrutínio por motivos de segurança nacional. Essas foram apenas algumas das razões pelas quais o interesse chinês se distanciou da América do Norte.

Os números da Unctad também demonstram uma grande divisão entre o Ocidente e o Oriente desde o ano passado. Em 2020, o Leste Asiático atraiu mais de 30% de todos os investimentos estrangeiros mundiais, sua maior fatia recebia desde a década de 1980. A Índia, que também foi destaque, teve um aumento de 13%, impulsionada pela demanda por serviços digitais.

Já do lado do Ocidente, a União Europeia (UE) sofreu uma queda de 71% ao longo do ano. O Reino Unido e a Itália, que enfrentam as dificuldades geradas pela pandemia até hoje, ainda permanecem com altas taxa de mortalidade pelo vírus e uma profunda crise econômica. Dificuldade da mesma natureza é observada na Alemanha, maior economia da região, que está em lockdown.

PIB da China cresceu mais do que o esperado em 2020

O escritório nacional de estatísticas da China divulgou, no início da última semana, que a economia do país cresceu 2,30% em 2020, mais do que os 2,20% esperados pelos analistas ouvidos pela Bloomberg e do que os 1,90% esperados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

O país foi a única grande economia mundial a crescer em 2020. Apesar do avanço que superou as expectativas, essa é a menor taxa registrada pelo país desde 1976, quando esteve em recessão em meio a crises sociais e políticas.

De acordo com especialistas, a capacidade chinesa de controlar rapidamente a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) dentro de suas fronteiras fez com que a economia se recuperasse rapidamente.

E não para por aí: o crescimento da China parece estar voltando a acelerar. Na comparação de 12 meses, o PIB avançou 6,5% no quarto trimestre, ante 4,9% no terceiro e 3,2% no segundo.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240_TEXTO_CTA_A_V10.jpg

Jader Lazarini

Compartilhe sua opinião