CBA (CBAV3) precifica ação a R$ 11,20 e estreia na Bolsa amanhã valendo R$ 6,7 bilhões

A Companhia Brasileira de Alumínio, a CBA (CBAV3), uma das principais empresas do conglomerado da família Ermírio de Moraes, do Grupo Votorantim, conseguiu levantar R$ 1,61 bilhão com sua oferta inicial de ações (IPO, pela sigla em inglês) após fixar preço por ação em R$ 11,20.

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A CBA, assim, deve estrear nesta quinta-feira (15) na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, com valor de mercado de R$ 6,7 bilhões.

Na oferta, o grupo Votorantim realizou a venda de uma fatia de sua participação, operação pela qual embolsou R$ 910 milhões, conforme fontes. A CBA será a segunda empresa do grupo a ter capital aberto. A primeira foi a Nexa, que atua no segmento de mineração. Ainda tem na mesa a venda de sua participação no Banco BV, depois de tentar, em mais de uma ocasião, realizar uma oferta de ações na Bolsa.

Com a precificação a R$ 11,20, as ações ficam abaixo do chamado piso da faixa indicativa para o IPO, de R$ 14 a R$ 18 – ou seja, houve um desconto de 20%. Como houve um desconto em relação ao preço inicialmente proposto, a decisão do grupo foi de não vender o lote adicional da oferta.

Com essa movimentação, a CBA conseguiu prêmio em relação a outras empresas do setor de mineração e metalurgia, de 35% sobre a Alcoa (NYSE: AA), 43% sobre Gerdau (GGBR4) e 72% sobre Vale (VALE3). Na comparação dos múltiplos, o EV/Ebitda da CBA é de 5 vezes. Enquanto o da Vale é de 2,9x da Alcoa de 3,7x, dada a projeção para 2021.

Os recursos da oferta que irão para o caixa da empresa vão financiar projetos de expansão e aquisições, conforme informações do prospecto do IPO. Estruturaram a oferta o Bank of America, BTG Pactual (BPAC11), Bradesco BBI, Citi, XP e UBS BB.

Perfil da CBA

A companhia possui atualmente três unidades de exploração de bauxita, localizadas em Barro Alto (GO), Zona da Mata (MG) e Poços de Caldas (MG), com potencial para garantir a autossuficiência no suprimento do minério para a produção do alumínio por um período acima de 20 anos.

No ano passado, a CBA produziu 1,7 milhão de toneladas de bauxita processada e 307 mil toneladas de alumínio fundido. O faturamento anual da empresa é de R$ 5,4 bilhões.

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A casa de análise Suno Research disse, em relatório, que um dos riscos relacionados à CBA tem relação com a “dependência do preço da commodity e de um cenário macroeconômico favorável”, além da dívida em dólar. Por isso, tinha indicado a clientes para não entrarem na oferta se o preço inicial fosse mantido.

No geral, contudo, apontou a empresa como bem posicionada. “É evidente que a Companhia Brasileira de Alumínio está situada em ótimo mercado e bem posicionada em relação a seus concorrentes”, destaca, em documento enviado a clientes. Dentre os pontos positivos, a Suno citou o uso de energia limpa no processo produtivo.

A semana está movimentada para as ofertas de ações na B3. Além da CBA, na segunda-feira a rede de academias Smart Fit (SMFT3) já havia concluído operação que movimentou R$ 2,3 bilhões. Hoje, será a vez da InterCement, segunda maior empresa de cimentos do País.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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