BRF (BRFS3) planeja triplicar faturamento e investir R$ 55 bi em dez anos

A BRF (BRFS3) anunciou nesta terça-feira (8), durante o evento “BRF Day”, que irá investir cerca de R$ 55 bilhões nos próximos dez anos. O montante deverá dar suporte para a empresa triplicar o faturamento a uma receita anual para cerca de R$ 100 bilhões.

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De acordo com a BRF, o plano, chamado Visão 2030, deve consolidar a empresa na liderança global de alimentos de alto valor agregado, com marcas fortes, e que poderá gerar mais retorno e uma expansão das margens de lucro.

Para isso, a empresa deverá investir para aumentar a participação nos chamados ready meals (pratos prontos) e de carne suína, além de apostar no consumo de novas proteínas, tendência do setor e que deve transformar a produção de proteínas no futuro.

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“Pretendemos nos consolidar como uma empresa global de alimentos de alto valor agregado, com portfólio de marcas fortes e produtos cada vez mais práticos e saborosos, de qualidade e confiabilidade no momento que os clientes e consumidores quiserem, onde quiserem e da forma que quiserem. Nossa intenção é atuar de forma sustentável, sendo protagonistas e agentes de transformação”, disse, em nota, Lorival Luz, CEO global da BRF.

“Os resultados que apresentamos até aqui demonstram que temos a disciplina e a maturidade para iniciar um novo ciclo de crescimento ao longo da próxima década”, afirmou Luz.

A BRF não detalhou ainda de onde virão os recursos, mas sinalizou que deve utilizar o crédito como motor de tal crescimento, pois apresentou novos limites para alavancagem da companhia.

A empresa reportou, no mês passado, um lucro líquido para as operações continuadas de R$ 219 milhões referente ao exercício no terceiro trimestre de 2020, uma queda de 50,9% na base anualizada.

No mesmo sentido, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da dona das marcas Sadia e Perdigão ficou em R$ 1,317 bilhão, um recuo de 18,2% em relação ao R$ 1,609 bilhão apurado em 2019. A margem Ebitda ajustado da BRF no período caiu 5,8 pontos percentuais, para 13,2%.

A queda do lucro também foi reportada no segundo trimestre deste ano. Naquele período, a empresa informou um lucro líquido de R$ 307 milhões no segundo trimestre de 2020. Esse valor é equivalente a uma queda de 5,5% em comparação com o mesmo período no ano passado, quando havia registrado R$ 325 milhões.

Já em outubro, a BRF realizou a contratação, junto ao Banco do Brasil, de uma linha de crédito rotativo (revolving credit facility), até o limite de R$ 1,5 bilhão, pelo prazo de três anos.

A BRF informou que a linha de crédito poderá ser desembolsada total ou parcialmente a critério da empresa, quando necessário.

Além disso, a BRF comunicou também que realizou, com seus próprios recursos, a liquidação antecipada de contrato de empréstimo junto ao Banco do Brasil. Este contrato tinha como vencimento o período de agosto de 2021 e janeiro de 2022. O montante pago foi de R$ 1,57 bilhão.

BRF prevê limite para alavancagem

Para que o plano atinja o objetivo proposto, a BRF traçou uma meta que prevê um limite para alavancagens financeiras líquida (razão entre a dívida líquida e o EBITDA Ajustado dos 12 meses anteriores) de até três vezes. Além disso, a companhia também prevê para os próximos biênios:

  • Período de 2021 a 2023: estimativa de atingimento de receita líquida de aproximadamente R$ 65 bilhões, com crescimento do EBTIDA em duas vezes em relação ao patamar atual, considerando os últimos 12 meses findos em 30 de setembro de 2020;
  • Período de 2024 a 2026: estimativa de crescimento da receita líquida e do EBTIDA em aproximadamente 2,5 vezes em relação aos níveis atuais, considerando os últimos 12 meses findos em 30 de setembro de 2020 e com crescimento da receita em mais de 60% no mercado brasileiro;
  • Período de 2027-2030: estimativa de atingimento de receita líquida em mais de R$ 100 bilhões e de crescimento do EBTIDA em mais de 3,5 vezes em relação ao patamar atual, considerando os últimos 12 meses findos em 30 de setembro de 2020, com Margens EBITDA consistentes acima de 15%, margem líquida de aproximadamente 6% e retorno sobre o capital investido (“ROIC”) de aproximadamente 16%.

“Ao longo dessa jornada, prevemos níveis prudenciais de alavancagem de até 3,0x dívida líquida / EBITDA. Vamos ser ágeis para avançar nas oportunidades e prudentes para nos proteger de eventuais adversidades”, afirmou, em nota, Lorival Luz.

O mercado parece ter aprovado o novo plano anunciado da empresa do setor de proteínas. Próximo das 11h15 (de Brasília), as ações da BRF (BRF3) subiam 8,60%, cotadas a R$ 23,11.

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Vinicius Pereira

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