BR Properties (BRPR3) quita dívida de R$ 1,17 bi com venda de ativos

A BR Properties (BRPR3) divulgou na noite de sexta-feira (22) que recebeu metade do valor previsto no acordo da venda de 80% de seu portfólio imobiliário para o fundo canadense Brookfield.

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A companhia informou, em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sobre o montante de R$ 2,92 bilhões, referente à parcela inicial de seis dos 12 imóveis comprados pelo fundo. Um desses imóveis é a Torre B do JK Iguatemi, o mais famoso item do portfólio adquirido pelo fundo canadense.

Além disso, BR Properties esclareceu que com o dinheiro, já utilizou R$ 1,17 bihlão para quitar totalmente o saldo devedor de três emissões de debêntures e de cédulas de crédito imobiliário (CCIs), lastreadas no bloco B do JK Iguatemi.

Antes da operação, a empresa possuía aproximadamente R$ 2,15 bilhões em endividamento líquido e R$ 860 milhões em caixa. Com a aquisição feita pela Brookfield, a BR Properties ainda tem quase R$ 3 bilhões a receber.

A venda dos ativos chegou a quase R$ 6 bilhões, sendo equivalente a 80% do portfólio da BR Properties.

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Entenda o acordo entre a BR Properties e Brookfield

Em maio deste ano, a BR Properties (BRPR3) vendeu 80% de seu portfólio para o grupo Brookfield, fundo canadense, por valor aproximado de R$ 6 bilhões.

A Brookfield comprou, no total, 11 torres comerciais da BR Properties, sendo sete em São Paulo (incluindo a Torre B do JK Iguatemi), três no Rio de Janeiro e uma em Brasília.

Conforme a nota divulgada pela companhia, o pagamento da operação será feito da seguinte forma:

  • 70% na data do fechamento da aquisição de cada imóvel;
  • 30% em 12 meses após a data do fechamento.

Os 30% remanescentes serão corrigidos pelo IPCA entre o fechamento da transação e 31 de dezembro de 2022, assim como pelo CDI a partir de 1º de janeiro de 2023 até a data do pagamento. Além disso, será garantido por fiança bancária.

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A BR Properties afirma que a operação reforça o sucesso da estratégia realizada pela companhia nos últimos anos, com determinados objetivos, como:

  • Reciclar seu portfólio;
  • Rentabilizar o investimento de maneira atrativa;
  • Manter continuamente o processo de otimização de sua estrutura de capital, reduzindo sua alavancagem; e
  • Permitir a adoção de uma postura conservadora no que tange à liquidez da empresa, “equilibrando sua estrutura de capital com o momento macroeconômico do país”.

Foi destacado em nota, ainda, que o encerramento do negócio será feito após a liquidação de determinadas dívidas em relação aos imóveis, assim como a aprovação pela Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da BR Properties e a aprovação do Cade.

O jornal Brazil Journal, que recebeu as informações com exclusividade, diz que a transação entre as companhias vem após a ADIA (fundo soberano de Abu Dhabi), dono até então da maior parte do capital investido pela BR Properties, indicar que está “desistindo” do ativo.

Na semana passada, o fundo desfez um time de equities focado na América Latina e zerou suas posições acionárias em cerca de 30 companhias listadas na Bolsa de Valores.

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O jornal aponta que a transação entre as empresas ocorre num momento em que o papel da BR Properties está sendo negociada com desconto de 30% sobre o net asset value. Aproximadamente um mês atrás, era ainda maior: 50%.

Por conta disso, as ações estão similares a preços de 2017, o que pode ter levado a ADIA a tentar gerar mais valor em seu ativo, considerando até a fechar o capital da empresa, mas seria necessário aplicar ainda mais dinheiro. Outras ideias foram colocadas à mesa, porém nenhuma foi para frente.

Um dos medos do fundo era que players de menor porte fossem às compras nos ativos da BR Properties, o que poderia gerar infinitas negociações, assim como um problema em relação a imóveis “mais populares” com mais ofertas que o restante.

BR Properties continuará com duas torres e cinco galpões logísticos no portfólio.

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Victória Anhesini

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