Bossanova Investimentos mira portfólio de 1.000 startups até 2022

Desde a sua fundação em 2015, a Bossanova Investimentos busca resolver uma das maiores dores de startups novatas: captação de recursos. Cada rodada de investimento acontece de acordo com o estágio de maturidade da startup – e uma emergente não tem o mesmo apelo dassimilares já consolidadas. 

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Cientes disso, os investidores-anjos João Kepler e Pierre Schurmann se uniram e criaram a Bossanova Investimentos, um venture capital (VC) um pouco diferente. A especialidade do fundo é investir no estágio pré semente (ou pré-seed), ou seja, antes de um aporte semente ou captações série A (quando a startup já possui um modelo de negócio estruturado e está buscando capital para impulsionar o negócio). 

Os cheques da Bossanova são de R$ 100 mil e R$ 500 mil. De acordo com o cofundador João Kepler, esses investimentos menores são fundamentais para as startups e ideais para o VC por permitir aportes em muitas empresas. 

Até setembro de 2021, o portfólio de startups da Bossanova já contava com mais de 890 empresas. A meta dos fundadores é chegar a 1.000 até o final de 2022. “Buscamos diversificação em quantidade, mas de olho na qualidade. Nossa tese é investir em mais e mais empresas”, diz João Kepler. 

Atualmente, o portfólio de Kepler e Schurmann é o maior da América Latina, com mais de 1.179 investimentos, incluindo rodadas subsequentes em startups já investidas.

Escaláveis, inovadoras e tecnológicas

A venture capital Bossanova opera por meio de recursos próprios e fundos de terceiros. Em 2017, os sócios – que eram investidores-anjos experientes antes de criar a empresa – formaram uma rede de anjos, family offices e investidores qualificados para abrir um fundo de investimento em participações (FIPs) de R$ 100 milhões.

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Neste ano, o VC lançou cédulas de crédito bancário, CCBs, que totalizaram captações de R$ 7 milhões, com 800 investidores. Os papéis são como títulos de renda fixa, com rentabilidade de 4,25% ao ano e retornos variáveis conforme o desempenho do portfólio de startups.

Além disso, o fundo acumula 40 exits (quando um sócio ou investidor vende seu percentual da empresa, gerando liquidez e retorno ao caixa) somente em 2021. É com esse fluxo de caixa que a Bossanova mantém uma média de 10 a 15 aportes por mês. 

Para ser escolhida, a startup precisa se enquadrar na tese de investimento da VC. Algumas das condições são ter ao menos 18 meses de operação e um faturamento mínimo de R$ 20 mil mensais. Todos os detalhes ficam disponíveis no site, junto com o formulário de inscrição para as empresas interessadas no investimento. 

“Na tese descrevemos os itens mais básicos que buscamos em uma empresa. Depois disso, elas passam por cinco etapas para confirmar se estão dentro dos parâmetros que descrevemos ali”, conta Kepler. 

O filtro é importante porque, além do cheque, a Bossanova ajuda as startups investidas em outros campos, oferecendo treinamentos, capacitação, benefícios de terceiros e intermédio para o contato entre as startups e os investidores do FIPs por meio da Redebossa.  

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Redebossa: suporte e a parceria com a AWS 

O cheque de R$ 100 mil ou R$ 500 mil é só o começo do investimento da Bossanova na startup. Depois disso, as empresas entram para a Redebossa, uma comunidade da Bossanova que oferece outros suportes para o ecossistema de startups.

Entre esses suportes está a parceria com a AWS (Amazon Web Service), que oferece às empresas investidas créditos para serviços em nuvem. “É um crédito para a startup usar em qualquer serviço da AWS, o que permite uma economia importantíssima para o início do negócio”, diz Kepler.

Com mais de 200 serviços disponíveis, a AWS oferece diversas tecnologias de infraestrutura em nuvem que podem ser utilizadas pelas startups e depois prorrogadas, quando o crédito pela Bossanova acaba. “O que fazemos é quase como um trampolim, oferecemos o primeiro impulso para depois eles pegarem ritmo e irem sozinhos.”

A parceria com a AWS surgiu por meio do cofundador Pierre Schurmann, que já conhecia o presidente da AWS no Brasil, Cleber Morais. Kleper conta que, por compartilharem as mesmas ideias e objetivos, as empresas uniram forças.

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“A AWS trabalha muito com o apoio às startups. Como investidor-anjo eu já conhecia o trabalho deles. E isso está em linha com o que fazemos. Oferecer esse crédito como benefício é muito importante para essas empresas, que estão no início das suas jornadas”, diz o cofundador da Bossanova.

E as beneficiadas não são só as startups. Recentemente a AWS incluiu no seu marketplace os serviços da CleanCloud, startup especializada em otimizar os serviços de segurança de empresas em nuvens públicas, como a da subsidiária da Amazon.

Acontece que a AWS conheceu a CleanCloud por meio da Bossanova, após a empresa receber um aporte da venture capital. Para Kleper, esse é um exemplo do que o fundo pode oferecer, muito além do investimento.

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Monique Lima

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