Ação da Gafisa sobe até 7% após saída do polêmico fundo GWI

As ações da Gafisa subiram até 7% após a saída do polêmico fundo GWI Asset Management de seu capital. O fundo deixou o controle da empreiteira após um período curto porém muito polêmico.

As ações da Gafisa (GFSA3) chegaram a subir até 7,34% nesta sexta-feira (15) após o anúncio das vendas das ações da GWI. O GWI Asset Management é de propriedade do polêmico sul-coreano Mu Hak You. A operação de venda movimentou R$ 131,4 milhões.

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O mercado espera que os novos controladores melhorarão a gestão da empresa. Por isso, um grupo de investidores, através da Planner Corretora, adquiriu 14,6 milhões de ações, o equivalente a 33,67% do capital da Gafisa.

Uma nova assembleia para a nomeação do Conselho de Administração será nomeada na próxima semana. A nova diretoria também será indicada durante a assembleia.

GWI vendeu ações em leilão

Nesta sexta-feira (15) GWI realizou um leilão especial, no qual vendeu 14,6 milhões de ações da Gafisa (GFSA3), equivalente a 33,67% dos papeis ordinários da construtora. Pelo preço de R$ 9 por ação, a transação envolveu o total de R$ 131,4 milhões. A corretora Planner fez o intermédio da operação.

Antes do leilão na última quinta-feira (14) na B3 (BM&F Bovespa), a gestora GWI possuía 49,94% da Gafisa. Isso corresponde a uma participação equivalente a 21.653.496 ações, segundo apuração da “Arena do Pavini”.

A GWIhavia confirmado que negociava a venda de sua participação na empresa. A gestora do empresário coreano Mu Hak You assumiu a construtora em setembro, e trocou o Conselho de Administração e a diretoria executiva.

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Gestão da GWI

A gestora de investimentos GWI foi fundada por Mu Hak You. O empresário sul-coreano é conhecido por participar ativamente da gestão das empresas nas quais investe. O Hak You já desentendeu-se com sócios, como no caso das Lojas Americanas (LAME4) e, mais recentemente, na Saraiva (SLED4).

Desde a mudança de controle, em setembro do ano passado, a Gafisa realizou demissões, deixou de pagar fornecedores e passou a buscar a renegociação de contratos que considera pouco vantajosos.

Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, os prejuízos enfrentados pela construtora são:

  • 2017: perda de R$ 849,8 milhões
  • 2018: perda de R$ 122,5 milhões

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Desvio de recursos

Em 6 de fevereiro, a Gafisa registrou forte queda nas ações na B3. A baixa ocorreu após a companhia ser acusada por uma securitizadora de desvio de recursos. Os papéis da construtora encerraram a R$ 13,01, recuando 6,54%.

A Gafisa havia securitizado Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) à Polo Capital Securitizadora. Ou seja, os créditos imobiliários haviam sido transferidos para outro credor.

Portanto, a Polo Capital teria direito de receber parte dos valores pagos pelos clientes da companhia.

Contudo, segundo a securitizadora, a empreiteira teria enviado, neste mês, novos boletos de cobrança aos clientes, nos quais constavam os dados bancários da própria da construtora, em vez dos relativos à Polo Capital.

O total a ser recebido seria de R$ 1,8 milhão. A Gafisa emitiu cerca de R$ 300 milhões em CRIs.

Em fato relevante anunciado na terça-feira (5), a Polo Capital apontou “descumprimento de obrigações de gestão e cobrança dos créditos prevista nos contratos de cessão firmados entre as partes”.

Com a alteração dos boletos, a securitizadora diz que “a Gafisa passou a receber indevidamente os créditos de compradores de imóveis de titularidade da securitizadora”.

Por meio de nota à Imprensa, a Gafisa informou que está “tomando as medidas cabíveis” em relação à acusação de ter se apropriado indevidamente de créditos de compradores de imóveis que deveriam ser usados para remunerar operação de securitização.

Carlo Cauti

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