Bolsas globais operam no vermelho à espera do Fed; Ibovespa futuro sobe 0,8%
Após uma pausa no rali das últimas semanas, as bolsas globais operam no vermelho na manhã desta quarta-feira (10). Os futuros de Nova York apresentam perdas, à espera do resultado das reuniões do Federal Reserve (Fed), de olho nos próximos passos da política monetária norte-americana.
O Ibovespa futuro, no entanto, abriu em alta nesta quarta-feira. Em contraponto às bolsas globais, o futuro do maior índice acionário da bolsa brasileira, por volta das 9h10, apresentava um avanço de 0,80%.
Por volta das 7h22 desta quarta-feira, o S&P 500 futuro apresentava uma queda de 0,22%. Na última terça-feira (9), o mercado à vista fechou com uma desvalorização de 0,78%, a 3.207,18 pontos. Essa foi apenas a terceira queda em 13 pregões — a maior delas, justamente na última terça, quando o índice perdeu 25,21 pontos.
Os investidores esperam que a autoridade monetária central do país mantenha as taxa de juros entre 0,0% e 0,25% após a conclusão das reuniões do FOMC. Desde março, quando trouxe a taxa de juros a próximo de zero, o Fed tem lançado uma série de esforços para sustentar a economia durante o período de crise. Já foram injetados mais de US$ 1,5 trilhão (cerca de R$ 7,35 trilhões).
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O Dow Jones caia 0,34%, para 27.172,0 pontos. A Nasdaq, por sua vez, operava em avanço de 0,15%, a 9.965,75 pontos. O S&P 500 VIX, “indicador do medo” do mercado estadunidense, que mede a volatilidade dos ativos, apresentava estabilidade, com uma leve queda de 0,02%.
O mercado dos EUA aguarda a entrevista de Jerome Powell, presidente do Fed, às 15h30 (horário de Brasília), com as perspectivas para a atividade econômica do País.
Segundo Eugene Philalithis, gerente de portfólio da Fidelity Internacional, em entrevista ao “The Wall Street Journal”, “apesar dos surpreendentes números do desemprego nas últimas semanas, ainda há uma incrível folga na economia”, dizendo que, nesse sentido, os resultados da economia devem seguir seu curso de recuperação.
No entanto, o mercado internacional mostra-se preocupado com as previsões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A nova avaliação da organização diz que o impacto econômico da pandemia poderá ser mais profundo do que o esperado anteriormente, com uma contração de 6% na economia global.
Ao passo que, segundo o infectologista Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, em entrevista à “Bloomberg”, o desconforto com o surto do coronavírus está longe de passar, as bolsas europeias operam em baixa.
Às 7h45 desta quarta-feira, o DAX 30, índice alemão, operava com uma baixa de 0,63%, a 12.536,05 pontos. O britânico FTSE 100 apresentava uma leve queda de 0,32%, para 6.317,40 pontos. O índice francês, CAC 40, caía 0,48%, para 5.070,74 pontos.
O FTSE MIB, índice italiano — o europeu mais impactado pela pandemia –, registrava uma queda de 0,73%, a 19.782,50 pontos, patamar próximo do início do período pré-crise. O Euro Stoxx 50, maior índice acionário da zona do euro, por sua vez, caía 0,50%, a 3.303,30 pontos.
Na próxima quinta-feira (11), os ministros de finanças da zona do euro irão se reunir para discutir o pacote de recuperação da União Europeia (UE), além da sucessão da presidência do bloco.
Já as bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta quarta-feira. O mercado chinês fechou em queda após o aprofundamento da deflação nos preços ao produtor devido ao impacto econômico da pandemia. O SSE Composite, de Xangai, encerrou o pregão com uma baixa de 0,42%, a 2.943,75 pontos.
A bolsa do Japão, Nikkei 225 encerrou o pregão com uma alta de 0,15%. A bolsa de Hong Kong fechou estável -0,03%. Já KOSPI, da bolsa da Coreia do Sul, encerrou as negociações com um avanço de 0,31%.
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O petróleo WTI caía 2,57%, sendo negociado a US$ 37,95 o barril. Por sua vez, o petróleo Brent recuava 2,06%, a US$ 40,35 o barril. Os preços da commodity estão retomando a tendência de alta após a gradual recuperação da demanda, ao passo que as economias de todo o mundo reabrem.
Apesar do otimismo observado nos últimos dias, as bolsas globais e os futuros norte-americanos estão permanecem atentos às possíveis consequências da pandemia na economia mundial.