Diversificar: Quantidade de Ações na Carteira segundo Peter Lynch

Confira a opinião de Peter Lynch a respeito da diversificação para investidores individuais. Entenda algumas vantagens da estratégia.

Peter Lynch é um lendário investidor, filantropo e autor de três livros. Quando jovem, Lynch passou a se interessar pelo mercado de ações quando começou a trabalhar para executivos como caddy. Nesta função, Peter era responsável por carregar os equipamentos e aconselhar os jogadores de golfe.

Trabalhar para os executivos no campo de golfe acabou levando-o a trabalhar na Fidelity Investments. Lynch foi então responsável por liderar o Fidelity Magellan Fund no período de 1977 a 1990, tornando este fundo um dos mais bem-sucedidos à época. No período, ele foi capaz de alcançar extraordinários 29,2% em retornos anuais médios.

Com ampla experiência e propriedade acerca do mercado de ações, respaldadas pelos seus ótimos resultados, Lynch escreveu, ao final da década de 80, seu primeiro livro: One Up on Wall Street.

Em uma parte desta sua obra genial, Lynch trata sobre a questão da diversificação, buscando elucidar a respeito de quantas ações se deve ter ao montar um portfólio.

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Quantas ações é demais?

Lynch começa explicando que os investidores não devem ter 1.400 ações em carteira, como ele chegou a fazer, pois, em seu caso, precisava alocar US$ 9 bilhões, além de ter de respeitar várias regras. Apesar desta quantidade assustadora, ele traz algo mais tangível aos pequenos investidores.

De fato, quando o assunto é diversificação, surgem debates, principalmente entre os seguidores de Gerald Loeb, que diz: “coloque todos seus ovos em uma cesta”, e os seguidores de Andrew Tobias, que diz: “não coloque todos seus ovos em uma cesta, ela pode estar furada”.

Peter afirma que, de fato, seria interessante se ele tivesse colocado “todos os seus ovos” no Wal-Mart. Mas, por outro lado, ele não teria ficado muito feliz se tivesse arriscado tudo em outras cinco cestas contendo Shoney’s, The Limited, Pep Boys, Taco Bell e Service Corporation International.

O lendário gestor ainda ressalta que jamais devem ser incluídas no portfólio ações desconhecidas e não acompanhadas pelo investidor, apenas pelo bem da diversificação. Diversificar apenas por diversificar pode ser o grande responsável pelo declínio de uma carteira de ações.

O grande ponto é, portanto, não se fixar em uma quantidade de ações, mas investigar o quão boas elas são, numa análise caso a caso.

Na visão de Lynch, o investidor deve construir uma carteira com o máximo de ações. No entanto, devem ser incluídas apenas as ações sobre as quais o investidor apresenta uma vantagem analítica.

É válido acrescentar que confiar em apenas uma ação é algo muito arriscado. Isso porque, apesar dos melhores esforços, a empresa escolhida pelo investidor pode ser vítima de circunstâncias não previstas. Além disso, por mais que a tese esteja correta, os retornos podem não performar como se esperava.

Em portfólios pequenos, Lynch afirma que estaria confortável em possuir entre três e dez posições. De fato, algo em torno de dez ativos é uma quantidade plausível de se encaixar na capacidade de acompanhamento de um pequeno investidor.

Ele afirma que há alguns benefícios na estratégia de possuir o máximo de ações, desde que o investidor as conheça e consiga acompanhá-las. Dentre os efeitos benéficos que o investidor cita em seu livro, considero que um deles sobressai em relevância: possuir mais ações significa maiores chances de conseguir uma ten-bagger, isto é, uma ação que multiplica por dez.

Sendo assim, acredito que, sobretudo, diversificar não se trata apenas de reduzir o risco atrelado ao portfólio. É também uma importante forma de aumentar as chances de encontrar os melhores retornos do mercado.

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Tiago Reis
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22 comentários

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  • Marcos Antonio de Oliveira 12 de agosto de 2019
    Show de bola. Gosto do número de ativos emtre 10 e 12.Responder
  • Wagner 16 de dezembro de 2019
    Muito bom mesmo, inclusive serviu para o momento uma vez que estava em dúvidas se mantinha meus ativos e reinvestia neles ou se aumenta mais meu raio de ação justamente para ter maiores possibilidades de porradas e ganhos maiores... Parabéns Excelente conteúdoResponder
    • Suno Research 16 de dezembro de 2019
      Ficamos felizes que pudemos agregar, continue buscando conhecimento e investindo sempre que o céu é o limite. Forte abraço!Responder
  • Débora 16 de dezembro de 2019
    Tiago, obrigada por postar ótimos conteúdos.Responder
    • Suno Research 17 de dezembro de 2019
      Sempre contente em poder agregar aos nossos leitores!Responder
  • Douglas 16 de dezembro de 2019
    Gostaria de receber notificações sobre novidades do setorResponder
    • Suno Research 7 de janeiro de 2020
      https://www.suno.com.br/artigos/morning-call/3/Responder
  • Liniker 17 de dezembro de 2019
    Obrigado pelo conteúdo sempre!!Responder
    • Suno Research 17 de dezembro de 2019
      Sempre um prazer poder ajudar!Responder
  • Gabriel Xavier 19 de março de 2020
    Vocês são fodas! Obrigado pelo conteúdo, como sempre, incrível!!!Responder
    • Suno Research 20 de março de 2020
      Ficamos muito felizes com o reconhecimento. Obrigado pelo feedback, Gabriel!Responder
  • Ygor Cunha 19 de março de 2020
    Esse texto parece ter sido feito pra mim. Já há uns três meses tento obter essa resposta da Suno sem êxito. Quem mais se aproximou de uma resposta a contento foi o Prof Baroni ao dizer: “... se for uma carteira bem estruturada por recomendações baseadas em análises como é o caso da Suno, devemos sim ter muitos ativos...”. Excepcional!Responder
    • Marcos Lima 16 de novembro de 2020
      Ótimo artigo. Sou iniciante e com as informações que tenho pesquisado, incluindo os excelentes conteúdos de vcs, tenho testado a performance de alguns ativos. Consegui desde Agosto uma performance de 2%. Agora comecei a trabalhar com o olhar de dividendos, diversificando os ativos por setor e alguns trocados em alguma possível "porrada". Ainda tenho de aprender e apanhar um pouco mais, mas saber que posso controlar o emocional com a ajuda de vcs é sensacional. Muito obrigado, Suno.Responder
      • Suno Research 17 de novembro de 2020
        Olá, Marcos! Tudo bem? Ficamos bastante felizes em ler sua mensagem. Muito obrigado pelos elogios! Conte conosco em sua jornada como investidor!! Atenciosamente, Equipe Suno.Responder
  • Ygor Cunha 19 de março de 2020
    Esse texto parece ter sido feito pra mim. Já há uns três meses tento obter essa resposta da Suno sem êxito. Quem mais se aproximou de uma resposta a contento foi o Prof Baroni ao dizer: “... se for uma carteira bem estruturada por recomendações baseadas em análises bem fundamentadas como é o caso da Suno, devemos sim ter muitos ativos...”. Excepcional!Responder
    • Suno Research 20 de março de 2020
      Ficamos felizes que tenha sido útil, Ygor! Obrigado pelo feedback.Responder
  • Fernando 20 de março de 2020
    Muito bom , nada como ver os conselhos de um investidor referência.Responder
    • Suno Research 20 de março de 2020
      Obrigado, Fernando. Grande abraço!Responder
  • Marcos Vinício 22 de março de 2020
    Excelente conteúdo. Acompanho vocês! Obrigado por nós ajudar sobre o mercado financeiro. Está gama de informações e conhecimento é de suma importância para nós que somos novatos nesta área. Top!!!Responder
  • André Albernaz 7 de fevereiro de 2021
    Muito bom! Porém faltou dizer que Lynch concentrava boa parte de seus ativos do Fundo em poucas ações, as outra quase 1400 correspondiam a um percentual bem menor, já que muitas eram ações pequenas de crescimento.Responder
    • André Albernaz 7 de fevereiro de 2021
      Correção: 2/3 do capital do portfólio estava em 200 ações. Os outros 1200 em 1/3Responder
      • Suno Research 8 de fevereiro de 2021
        Olá, André! Tudo bem? Obrigado pela contribuição! Atenciosamente, Equipe Suno.Responder