Fundos de fundos (FoF): conheça esse tipo de fundo imobiliário

Os fundos de fundos, ou FOF são uma alternativa mais simples para investir, especialmente para quem não tem muito tempo para cuidar dos investimentos. Sendo assim, esse tipo de investimento permite a diversificação do valor investido entre diversos fundos com apenas uma aplicação.
Os FoFs oferecem uma maneira simples de diversificar a carteira, especialmente para quem não dispõe de tempo ou experiência para selecionar investimentos individualmente.
Em 2025, com a retomada dos Fundos Imobiliários (FIIs) e a valorização acumulada do IFIX (+6,14% até março), os FoFs reforçam sua posição como uma estratégia relevante, combinando diversificação, gestão profissional e acessibilidade.
Curioso para conhecer mais sobre esse tipo de fundo imobiliário? Então continue acompanhando o artigo e descubra mais detalhes sobre os fundos de fundos.
O que são Fundos de Fundos?
Os fundos de fundos nada mais são do que fundos de investimentos que aplicam em cotas de outros fundos de investimento. Também conhecidos como FOFs (funds of funds), este tipo de investimento é bem popular, sendo recomendados para diversos tipos de investidores, dos iniciantes até os mais experientes.
Para facilitar a compreensão sobre “o que são fundos de fundos”, fique atento a uma das suas principais características. Os FOFs possuem carteiras bem diversificadas e uma gestão profissional definindo os objetivos e a estratégia do fundo. Desse modo, os investidores que buscam diversificação encontrarão nos FOFs uma solução.
Sendo assim, os FOFs apresentam algumas vantagens, como também algumas desvantagens em relação aos investimentos tradicionais, como será visto adiante.
De fato, muitos investidores preferem aplicar seu dinheiro nesse tipo de fundo para conseguir uma elevada diversificação. Algo que não é possível, muitas das vezes, quando se investem pequenos valores.
Portanto, especialmente para pessoas que não desejam perder tanto tempo para realizar seus investimentos, essa pode acabar sendo uma boa opção.
No entanto, antes de investir, é preciso ficar atento à cobrança de taxas, pois elas podem acabar diminuindo de forma significativa a rentabilidade dos investimentos.
Como Funciona um Fundo de Fundos?
Similar a qualquer fundo imobiliário, é muito simples compreender como funciona um fundo de fundos.
Assim, para formar um FOF, a instituição administradora levanta recursos junto aos investidores por meio de uma oferta pública semelhante às ações. Com o dinheiro em “mãos”, o fundo construirá a carteira adquirindo cotas de outros FIIs de tijolo, FIIs de papel, fundos híbridos, CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e até imóveis físicos.
Dessa maneira, além da figura da instituição administradora, o FOF também conta com o gestor. Como os FOFs podem ter mais movimentações em suas carteiras, quando comparado a fundos de tijolo ou papel, o gestor cumpre um papel extremamente importante.
Será a gestão profissional que administrará a carteira, realizando a compra, venda e rebalanceamento dos FIIs, bem como todas as decisões estratégicas do FOF.
Nesse sentido, como resultado do trabalho da gestão, o FOF poderá auferir lucros tanto com a distribuição de dividendos dos FIIs investidos quanto com o ganho de capital gerado pela venda de cotas.
Vantagens dos fundos de fundos
Veja a seguir as quatro principais vantagens dos fundos de fundos:
- Diversificação automática;
- Gestão Profissional;
- Acessibilidade;
- Maior liquidez;
1. Diversificação automática:
A primeira e mais óbvia é a diversificação. Ao aplicar em um FOF o investidor tem acesso a diversos outros fundos de investimento.
É de se esperar, inclusive, que os próprios fundos nos quais o FOF investe sejam diversificados, pois dificilmente um fundo de investimento investe em apenas um ativo.
Sendo assim, além de contar com a diversificação natural de se investir em um fundo de investimento, o investidor contará ainda com uma cesta de fundos, o que tornará sua diversificação ainda maior e o risco consideravelmente menor.
Portanto, este tipo de investimento é muito recomendado para o investidor iniciante, que possui poucos recursos para investir.
Diversificação de Investimentos: aprenda como fazer a sua
Por exemplo, com menos de 100,00 é possível comprar uma cota de um fundo de fundos de investimento imobiliário, e o investidor irá usufruir de toda a diversificação composta pela cesta de fundos deste FOF.
Enquanto isso, o investidor que desejasse comprar um fundo tradicional ficaria exposto apenas ao risco daquele ativo específico.
Além disso, a diversificação reduz os riscos de eventos adversos em setores específicos, o que torna os FOFs uma escolha ainda mais estratégica em períodos de volatilidade econômica.
2. Gestão profissional
Este tipo de investimento também é recomendado para quem não possui tempo suficiente para gerir sua carteira de investimentos.
Sendo assim, ao investir em fundos de fundos, o investidor delega ao gestor do FOF a função de escolher os melhores fundos de investimento que irão compor a sua carteira.
Dessa forma, o investidor pode cuidar mais de seu trabalho e de sua vida pessoal, caso prefira definir esse tipo de prioridade.
A gestão ativa também permite ajustes rápidos nas carteiras em resposta a mudanças de cenário econômico, aproveitando oportunidades e minimizando perdas em momentos críticos.
3. Acessibilidade
Como os fundos de fundos representam carteiras bem diversificadas, contendo dezenas de cotas de outros FIIs, o investidor que possui poucos recursos não precisa se preocupar em construir um portfólio investido em diversos FIIs. Ao invés disso, ele pode alocar seus recursos em um FOF, uma vez que eles contam com gestão profissional, valor de mercado extremamente acessível (há diversos FOFs com valores inferiores a R$ 100,00 a cota) e carteiras diversificadas em diversos FIIs.
Essa característica democratiza o acesso a ativos sofisticados e de alto valor, que muitas vezes estariam fora do alcance de pequenos investidores se fossem comprados individualmente.
4. Maior Liquidez
Hoje o mercado de FIIs possui grande liquidez e, portanto, há vários FOFs com centenas de negociações diárias. Isso representa maior liquidez e mais segurança para os investidores que buscam comprar cotas de FOFs. Assim, caso seja necessário liquidar uma posição ou comprar mais cotas, o investidor terá mercado para negociar os FOFs.
A liquidez também permite uma maior flexibilidade para rebalancear a carteira conforme a estratégia de investimentos evolui ao longo do tempo.
Riscos dos Fundos de Fundos (FoFs)
Apesar de todos os benefícios já mencionados referentes aos FOFs, vamos conhecer a seguir alguns riscos dos fundos de fundos:
- Custos mais elevados;
- Menor previsibilidade de rendimentos;
- Possibilidade de desempenho abaixo da média:
1. Custos mais elevados
Todo fundo de investimento possui custos, que são chamados de custos de administração. Os fundos de fundos, além dos custos dos fundos em que ele investe, possui o seu próprio custo de administração.
Sendo assim, é importante que o investidor se atente a este ponto, pois taxas de administração muito altas podem reduzir a rentabilidade final do investimento.
Além da taxa de administração, é importante observar eventuais taxas de performance ou custos indiretos, que também impactam o rendimento líquido do investidor.
2. Menor previsibilidade de rendimentos
Em segundo lugar, ao investir em FOFs, o investidor poderá ter menos previsibilidade com relação aos rendimentos. Como os FOFs são compostos por diversas cotas de outros FIIs, fica difícil prever qual será o rendimento que tal FOF irá proporcionar no futuro. Vale destacar que muitos FOFs também remuneram seus cotistas por meio da venda de cotas existentes na carteira. Ou seja, com tais receitas, os proventos dos fundos de fundos podem se tornar ainda mais imprevisíveis.
Esse fator é particularmente importante para investidores que dependem de renda passiva constante, exigindo uma análise mais cautelosa antes de investir.
3. Possibilidade de desempenho abaixo da média
Sem uma gestão eficiente, o FOF poderá performar abaixo da média, gerando perdas para os cotistas. Por isso, é importante analisar muito bem as opções de FOFs disponíveis e avaliar o desempenho das gestões desses FOFs.
Investir em FOFs geridos por profissionais experientes e com histórico consistente de resultados é essencial para mitigar o risco de baixo desempenho.
Tipos de Fundos de Fundos (FoFs)
Assim como os fundos de investimento tradicionais, os FOFs possuem diferentes classificações:
- FOFs de FIIs;
- FOFs Multimercado;
- FOFs de Ações.
1. FOFs de FIIs
Os fundos de fundos FIIs investem seus recursos em outros fundos imobiliários disponíveis em bolsa.
Esses FOFs geralmente focam em setores como escritórios, shoppings, galpões logísticos e recebíveis imobiliários (CRIs), proporcionando uma diversificação ampla dentro do segmento imobiliário. Eles são os FoFs mais conhecidos e acessíveis para investidores que desejam focar exclusivamente no mercado imobiliário.
2. FOFs Multimercado
Já os FOFs multimercado investem em outros fundos multimercados. A classe multimercado é, tipicamente, a mais abrangente, pois o gestor pode investir nos mais variados mercados. Tendo acesso a ativos de renda fixa e variável.
Essa flexibilidade permite que o FOF multimercado busque oportunidades em diferentes cenários econômicos, ajustando sua alocação entre ações, juros, câmbio e crédito privado conforme as condições de mercado.
3. FOFs de Ações
Por fim, os FOFs de ações serão compostos por uma cesta selecionada pelo gestor de fundos de investimento em ações, sendo uma importante classe de fundos de fundos.
Eles são ideais para investidores que desejam exposição ao mercado acionário de forma diversificada, diluindo o risco específico de cada ação individual e aproveitando o potencial de valorização de diversas empresas ao mesmo tempo.
Gestão Ativa x Gestão Passiva em Fundos de Fundos
Ao procurar por FOFs no mercado, o investidor encontrará alguns de gestão ativa e outros de gestão passiva. Nesse sentido, a seguir, conheça melhor a gestão ativa e passiva em fundos de fundos:
Grande parte dos FOFs listados no mercado possuem gestão ativa. Ou seja, o gestor terá total autonomia para traçar sua estratégia e colocá-la em prática. Assim, a gestão ativa estará sempre em busca de novas oportunidades, alterando a composição da carteira do FOF com frequência.
Já a gestão passiva, vai focar suas atenções em seguir um determinado índice. Dessa maneira, a composição da carteira do FOF seguirá a composição do índice. Portanto, quando houver mudanças no índice, possivelmente o FOF com gestão passiva, também terá as mesmas alterações.
Exemplos de Fundos de Fundos na Bolsa Brasileira
Como existem diversos FoFs na bolsa de valores vamos analisar três opções:
BTG Pactual Fundo de Fundos (BCFF11) atual BTHF11 – BCFF11 foi um dos primeiros fundos de fundos do mercado. Administrado e gerido pelo BTG Pactual, BCFF11 foi incorporado pelo fundo imobiliário BTHF11 em dezembro de 2024. Destacando que BTHF11 é descrito como um fundo imobiliário de hedge. Além da carteira de FIIs, o fundo ainda possui diversos outros investimentos imobiliários, como imóveis e CRIs.
Bradesco Carteira Imobiliária Ativa (BCIA11) – BCIA11 é o FOF do banco Bradesco. Lançado em maio de 2015, BCIA11 possui uma carteira bem diversificada e está conseguindo sustentar um bom nível de proventos. De 2016 até 2024, houve um aumento de 61% nos proventos distribuídos.
BB Fundo de Fundos (BBFO11) – O FOF do Banco do Brasil é outro ótimo exemplo de fundo de fundo. BBFO11 é conhecido por buscar as melhores alternativas de fundos imobiliários. Com relação aos proventos, BBFO11 registrou um aumento de 16% entre os anos de 2021 a 2024.
FoFs em alta em 2025
O ano de 2025 tem sido favorável para os fundos de fundos (FoFs), acompanhando a retomada dos fundos imobiliários na Bolsa brasileira. O IFIX, índice que mede o desempenho médio dos FIIs, acumula uma alta de 6,14% até março de 2025.
Essa valorização é impulsionada pela expectativa de queda da taxa Selic e pela recuperação gradual do mercado de crédito, beneficiando principalmente os fundos que adotaram estratégias de diversificação e gestão ativa, características típicas dos FoFs.
Entre os destaques do ano no segmento de fundos de fundos, podemos citar:
- CPTS11: valorização de +9,22% no ano, com portfólio diversificado entre recebíveis, tijolo e fundos híbridos.
- RBRF11: negocia com P/VP de 0,82 e apresenta dividend yield anualizado de 10,90%.
XPCI11: fundo híbrido que combina renda e ganho de capital, com desconto patrimonial e yield acima da média. - BCIA11: focado em diversificação, com forte exposição a recebíveis e logística, aproveitando o bom momento do setor.
- BRIP11: entre os maiores dividend yields do segmento, com perfil mais agressivo e sensibilidade à variação de mercado.
Essa performance mostra que, apesar dos riscos associados à renda variável, os FoFs vêm se beneficiando de um cenário econômico mais construtivo para os ativos imobiliários.
Confira a tabela completa dos principais FoFs em destaque em 2025:
Fundo | Valorização em 2025 | P/VP | Dividend Yield (%) |
CPTS11 | +9,22% | 0,87 | 12,88% |
RBRF11 | +7,66% | 0,82 | 12,70% |
XPCI11 | +6,50% (estimado) | 0,91 | 12,61% |
BCIA11 | +5,80% (estimado) | 0,89 | 10,46% |
BRIP11 | +4,90% (estimado) | 1,27 | 35,33% |
Nota: As valorizações de XPCI11, BCIA11 e BRIP11 foram estimadas com base nas tendências recentes, pois os valores exatos ainda não haviam sido divulgados até a última atualização.
Como analisar um FoF antes de investir
Embora investir em fundos de fundos seja uma maneira prática de diversificar a carteira, é fundamental realizar uma análise criteriosa antes de aplicar o seu capital. Apesar da aparente simplicidade, cada FoF apresenta características próprias que podem impactar o desempenho no longo prazo.
Entender como identificar boas oportunidades faz toda a diferença para maximizar os resultados e evitar armadilhas comuns, como fundos mal geridos ou carteiras pouco equilibradas.
A análise deve ir além dos números superficiais e considerar aspectos como a qualidade da gestão, a composição da carteira de ativos, a consistência dos rendimentos e a relação entre o preço de mercado e o valor patrimonial do fundo.
A seguir, veja os principais fatores a serem observados ao escolher um FoF para sua carteira de investimentos.
P/VP (Preço sobre Valor Patrimonial)
Um dos principais pontos de atenção é o P/VP (Preço sobre Valor Patrimonial). Esse indicador revela se a cota do fundo está sendo negociada acima ou abaixo do seu valor real. Quando o P/VP está abaixo de 1, significa que o fundo pode estar sendo vendido com desconto em relação ao valor de seus ativos, o que muitas vezes representa uma boa oportunidade de compra. Já valores acima de 1 exigem uma análise mais cuidadosa, pois o mercado pode estar atribuindo um prêmio ao fundo.
Dividend Yield
Outro aspecto importante é o dividend yield, que mostra o percentual de rendimento distribuído em forma de proventos. Ao analisar esse indicador, o investidor deve buscar fundos que apresentem rendimentos consistentes e compatíveis com a estratégia do fundo. Dividend yields muito elevados podem parecer atraentes, mas podem esconder riscos, como eventuais perdas de patrimônio ou uma carteira de ativos mais arriscada.
Carteira de FIIs
A composição da carteira também precisa ser avaliada com atenção. Entender quais setores estão presentes, como lajes corporativas, galpões logísticos, shoppings ou recebíveis imobiliários, ajuda o investidor a identificar a exposição a diferentes tipos de riscos e oportunidades. Quanto maior a diversificação entre setores e ativos, menor tende a ser a volatilidade do fundo.
Gestor e estratégia
A qualidade do gestor é outro fator determinante. Gestores experientes e com bom histórico tendem a entregar melhores resultados ao longo do tempo, principalmente em momentos de mercado mais desafiadores. Vale a pena observar se o FoF adota uma estratégia de gestão ativa, buscando oportunidades e rebalanceando a carteira de acordo com as condições de mercado, ou uma gestão mais passiva, que apenas replica um determinado índice ou objetivo fixo.
Liquidez
Por fim, a liquidez do fundo, ou seja, o volume de negociações das cotas, deve ser considerada. Fundos mais líquidos oferecem maior facilidade para comprar ou vender cotas no mercado secundário, além de indicar maior interesse de outros investidores, o que pode trazer mais estabilidade para o preço das cotas.
Analisar todos esses pontos em conjunto permite uma escolha mais segura e estratégica, alinhada ao perfil e aos objetivos de cada investidor.
Como Investir em Fundos de Fundos?
Agora que você já conhece um pouco mais sobre os FOFs, chegou o momento de aprender como investir em fundos de fundos. Acompanhe o nosso passo a passo a seguir:
Escolher uma corretora de valores: Para investir em FOFs, o investidor terá que escolher uma boa corretora de valores mobiliários. Então, antes de abrir uma conta, veja se a corretora possui custos operacionais, uma plataforma eficiente para negociação e se ela é confiável.
Analisar a carteira do fundo: Após abrir a conta na corretora, o investidor terá acesso aos FOFs e poderá começar a analisar os mesmos. Nessa primeira etapa de análise, confira com atenção os FIIs que fazem parte do FOF alvo.
Com a conta aberta, basta acessar o home broker da corretora e buscar os FoFs listados na Bolsa. Os fundos imobiliários, incluindo os FoFs, são identificados por seus códigos de negociação terminados em “11”, como CPTS11, RBRF11 e outros exemplos que mencionamos ao longo deste artigo.
Analisar os relatórios gerenciais: Antes de fazer sua primeira compra, é recomendável analisar os relatórios gerenciais mensais e trimestrais dos fundos. Esses documentos trazem informações essenciais sobre a carteira de ativos, a estratégia do gestor, as movimentações recentes e o desempenho do fundo. Ao interpretar esses relatórios, o investidor consegue identificar se o FoF está alinhado ao seu perfil de risco e objetivo financeiro.
Avaliar as taxas de administração: As taxas administrativas dos FOFs podem prejudicar os eventuais rendimentos. Desse modo, verificar as taxas e compará-las às demais opções de FOFs, é essencial.
Considerar o perfil de risco e objetivo financeiro do investidor: Outro ponto importante é entender que, apesar da liquidez relativamente boa dos FoFs, o investimento em fundos imobiliários ainda deve ser pensado com um horizonte de médio a longo prazo. Assim, ao escolher um FoF, o investidor deve considerar sua capacidade de manter o ativo na carteira por pelo menos alguns anos, para aproveitar todo o potencial de geração de renda e valorização patrimonial.
Observar o desempenho do fundo: Além de analisar o desempenho passado do FOF, o investidor também precisa avaliar como o FOF reagiu em momentos de crise. Por exemplo, durante a pandemia da COVID-19, praticamente todos os FIIs “derreteram”, mas, dependendo da estratégia do FII, os prejuízos não foram tão grandes, quando comparado a média do mercado. Então, um FOF que possui uma reação mais resiliente a crises, pode ser uma ótima opção de investimento.
Tendências e estratégias recentes dos FoFs
Com a recuperação gradual do mercado imobiliário e a mudança do ciclo de juros no Brasil, os fundos de fundos vêm adaptando suas estratégias para buscar maior eficiência e rentabilidade. O cenário de 2025, marcado por uma perspectiva de queda na taxa Selic e pela valorização dos ativos imobiliários, tem exigido dos FoFs uma atuação ainda mais dinâmica e diversificada.
Uma das principais tendências observadas é o crescimento dos FIIs multiestratégia dentro das carteiras. Cada vez mais, os gestores buscam combinar investimentos em fundos de tijolo, fundos de papel, CRIs e até mesmo imóveis físicos, aproveitando a flexibilidade para alocar recursos conforme as oportunidades surgem no mercado. Essa abordagem híbrida permite uma melhor adaptação a diferentes momentos econômicos e proporciona maior estabilidade na geração de renda.
Outro movimento importante é a incorporação de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e ativos de crédito privado como uma parte relevante da carteira. Em um ambiente de juros ainda elevados, os CRIs oferecem rentabilidades atrativas e maior previsibilidade de fluxo de caixa, reforçando a distribuição de dividendos dos FoFs.
Além disso, os mandatos dos fundos estão se tornando mais flexíveis, permitindo uma gestão mais ativa e a busca por assimetrias no mercado secundário. Muitos gestores têm aproveitado o desconto patrimonial de vários FIIs, adquirindo ativos abaixo do valor patrimonial para potencializar os ganhos de capital no médio e longo prazo.
Essa atuação mais dinâmica demonstra como os FoFs estão se posicionando para capturar valor tanto na renda quanto na valorização dos ativos, em um momento de transformação do mercado imobiliário brasileiro.
Perspectivas para os Fundos de Fundos em 2025
Após um ano de 2024 desafiador para o mercado de fundos imobiliários, 2025 começou a mostrar sinais claros de recuperação. A tendência de queda na taxa Selic, atualmente projetada para encerrar o ano em torno de 9% a 10%, está reabrindo o apetite dos investidores pela renda variável, especialmente pelos fundos imobiliários.
Com a inflação sob controle e o Banco Central adotando uma política monetária mais branda, o ambiente econômico favorece a valorização dos ativos imobiliários e o fortalecimento do IFIX, que já acumula alta de 6,14% no ano.
Nesse contexto, os FoFs se destacam como uma estratégia interessante para quem busca diversificação e exposição ao mercado imobiliário com gestão profissional. Fundos como o BCIA11 e o BBFO11, que em 2024 chegaram a negociar com descontos patrimoniais expressivos, vêm recuperando valor, acompanhando a retomada do otimismo no setor.
Apesar do cenário mais positivo, é importante lembrar que a recuperação ainda é gradual. A estabilidade fiscal e a confiança dos investidores no ambiente econômico continuam sendo fatores determinantes para a consolidação desse movimento de alta.
Caso o governo mantenha o compromisso com o equilíbrio das contas públicas e o crescimento econômico persista, a tendência é que os fundos imobiliários e, por consequência, os FoFs, continuem entregando bons resultados ao longo de 2025 e nos próximos anos.
Conclusão
Por um lado, os FOFs são uma boa alternativa para o investidor iniciante que busca uma forma de diversificar seus investimentos.
No entanto, é importante se atentar às taxas dos fundos de fundos, que podem ser elevadas e impactar negativamente a rentabilidade líquida do investimento ao longo do tempo. Avaliar o custo-benefício é essencial para garantir que a estratégia escolhida realmente compense.
Além disso, o investidor deve buscar gestores que estejam alinhados com seus objetivos financeiros e tenham um histórico sólido de desempenho. A análise criteriosa da capacidade de gestão é determinante, já que no caso dos FoFs, o gestor será o grande responsável por definir as estratégias de alocação e capturar boas oportunidades de mercado.
Dessa forma, ainda que os fundos de fundos representem uma aposta mais simples de investimento, é fundamental que o investidor mantenha a disciplina e continue monitorando seu portfólio, cuidando ativamente de seu patrimônio.
Em resumo, os FoFs representam uma forma inteligente de exposição aos Fundos Imobiliários, oferecendo benefícios como rendimentos mensais, diversificação automática e acesso facilitado a uma carteira profissionalmente administrada. Ao selecionar bons FoFs, alinhados ao seu perfil e a um cenário econômico favorável, o investidor poderá aproveitar o crescimento do mercado de FIIs em 2025 e nos próximos anos.
Ainda possui dúvidas a respeito de FOF? Comente abaixo! Agora, se você está buscando mais conteúdos sobre investimentos, confira aqui algumas estratégias e fundos de investimentos.