Grana na conta

Vendas dos shoppings somam R$ 159,2 bilhões em 2021 e mostram recuperação; veja projeção para 2022

As vendas dos shopping centers mostraram uma recuperação relevante em 2021, mas ainda estão abaixo do nível anterior à chegada da pandemia. O setor vendeu R$ 159,2 bilhões em 2021, um crescimento de 23,6% na comparação com 2020, quando ficou em R$ 128,8 bilhões.

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Já na comparação com 2019, ano de operações normais para os shoppings centers, houve queda de 17,4% nas vendas. Naquele ano, as vendas foram de R$ 192 bilhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (9) pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

“O grande motor para o crescimento das vendas foi a volta das pessoas aos shoppings. Em 2020, houve muitas restrições à circulação da população e os shoppings permaneceram fechados por muito tempo”, afirma o presidente da Abrasce, Glauco Humai.

Já em 2021, o ano começou com restrições, mas elas foram liberadas à medida em que a vacinação avançou, complementa o presidente da Abrasce.

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A volta dos visitantes aos shoppings também foi impulsionada pela demanda reprimida da população por idas a restaurantes, teatros e cinemas, além de um certo cansaço em fazer compras unicamente pela internet, avalia Humai. “Em nossos estudos internos, percebemos uma exaustão. O consumidor sentiu falta de pegar o produto na mão e experimentar”, diz.

O presidente da Abrasce aponta ainda que as vendas nos shoppings poderiam ter sido melhores se não fossem os efeitos negativos da inflação e dos juros altos, que reduziram o poder de compra dos consumidores e encareceram a tomada de crédito. Sem contar o desemprego, que caiu menos do que o potencial e seguiu elevado, na sua avaliação.

“Os indicadores macroeconômicos foram piorando ao longo do ano e não contribuíram positivamente para o resultado do setor. Poderia ter sido melhor”, destaca.

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Balanço dos shoppings em 2021

Em 2021, foram inaugurados cinco shopping centers, e o total de lojas cresceu 1,5% em relação a 2020, passando de 110 mil para 112 mil unidades. O número de inaugurações ficou abaixo da média dos últimos cinco anos, que foi de 12 por ano.

“Comparando com a série histórica, o número foi ruim. Mas, olhando friamente, o resultado foi positivo considerando que estamos em meio à pandemia e à crise econômica“, analisa o presidente da Abrasce.

A área bruta locável (ABL, área disponível para lojas) também subiu 1,5%, para 17,2 milhões de metros quadrados. Os espaços vagos caíram de 9,3% para 6,1% no período – patamar ainda acima da média histórica, de 5,3%.

O número médio de visitantes ao mês foi de 397 milhões, uma elevação de 16,4% na comparação com o ano anterior, quando a média mensal foi de 341 milhões.

O número de pessoas empregadas no ramo aumentou 2,1%, passando de 998 mil para 1,02 milhão.

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Projeção para 2022

As vendas no setor de shopping centers devem crescer 13,8% em 2022 na comparação com 2021, alcançando o patamar de R$ 181 bilhões, de acordo com a Abrasce. A associação estima 13 inaugurações neste ano. Estão previstas cinco novas unidades na Região Sudeste, três no Nordeste, três no Sul e dois no Centro-Oeste.

Do total de 620 empreendimentos em operação, 8% dos shoppings passaram por algum tipo de expansão da área em 2021. Para os próximos anos, 28% pretendem realizar ampliações.

O presidente da Abrasce se diz otimista para 2022, porém com uma boa dose de cautela. Pelo lado positivo, ele considera pouco provável que haja novas restrições para o funcionamento do comércio, já que a vacinação está avançada.

Ele também diz que, embora as vendas gerais do varejo estejam desacelerando, os shoppings costumam ter um desempenho melhor que o do comércio de rua.

Outro ponto positivo é que a área desocupada nos shoppings deve cair de 6,1% para uma faixa de 5%, se aproximando do patamar de 4,2% visto antes da chegada da pandemia (fevereiro de 2020).

Por outro lado, há uma preocupação crescente com os rumos da economia e política. “O cenário macroeconômica e eleitoral causa cautela. É um otimismo com cautela e com viés de baixa”, diz Humai, sobre a perspectiva para os shoppings em 2022.

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Monique Lima

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