Vale: presidente diz que empresa ‘não pode ser condenada’ por ‘acidente’

O presidente da Vale (VALE3), Fábio Schvartsman, afirmou nesta quinta (14) que a mineradora “não pode ser condenada” pelo rompimento da barragem de Brumadinho (MG). Ele chamou de “acidente” a tragédia que deixou 166 mortos, 155 pessoas desaparecidas e causou a morte do rio Paraopeba, onde a lama se infiltrou.

“A Vale é a joia brasileira que não pode ser condenada por um acidente que aconteceu numa de suas barragens por maior que tenha sido a sua tragédia”, afirmou Schvartsman. A declaração foi feita numa reunião da comissão externa da Câmara dos Deputados.

Saiba mais: Vale: gestora holandesa coloca empresa na lista de investimentos proibidos

Foi a primeira vez que o presidente da Vale fala diante dos parlamentares sobre o ocorrido em 25 de janeiro. Sua declaração vai ao encontro do que como a mineradora tem se posicionado diante das denúncias de que a empresa conhecia os riscos na barragem Córrego do Feijão.

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, um relatório interno da Vale estimou quanto custaria à mineradora um eventual colapso da barragem que de fato se rompeu em Brumadinho. O documento calculava quantas pessoas morreriam e as possíveis causas de um eventual desastre. Procurada pelo jornal, a empresa disse que “não existe em nenhum relatório, laudo ou estudo conhecido qualquer menção a risco de colapso iminente da barragem”.

Saiba mais: ‘Estamos aqui para reprivatizar a Vale’, diz secretário de desestatização

O Ministério Público de Minas Gerais revelou documentos internos da mineradora informando que a represa colapsada fazia parte de um grupo de dez barragens com maior propensão de se romper. O texto colocava a barragem de Brumadinho numa categoria de zona de atenção.

“Nós continuamos sem saber os motivos que o causaram. Todas as informações que nós possuíamos e que eram enviadas aos técnicos da Vale demonstraram que não havia qualquer perigo iminente sobre aquela barragem”, disse Schvartsman também no depoimento desta quinta. “Consequentemente não havia nenhuma razão de alarme ou de preocupação por parte da gestão da companhia”.

Saiba mais: Governo abre processo para investigar rompimento da barragem da Vale

Guilherme Caetano

Compartilhe sua opinião