Grana na conta

Vale: Operações em Brucutu não devem ser retomadas no prazo previsto

A Vale informou nesta segunda (25) que as decisões liminares da Justiça de paralisação de atividades vão impactar apenas as operações de Brucutu, “em função da Barragem Sul receber descargas eventuais de sua usina de concentração”. A informação foi comunicada por meio de fato relevante.

De acordo com a Vale, a mina não vai ser retomada no prazo previsto anteriormente, acarretando um impacto na produção anual de 30 milhões de toneladas de minério de ferro. As liminares foram movidas pelo Ministério Público de Minas Gerais no âmbito de ações civis públicas.

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“A Vale tomou conhecimento das decisões, mas ainda não foi notificada. As decisões se basearam, principalmente, em notificação recebida pelo MP-MG, contendo informações preliminares sobre as estruturas”, comunicou a companhia. “A Vale continuará a adotar todas as medidas necessárias para garantir a segurança de suas barragens e tomará as medidas legais cabíveis no âmbito das ações judiciais”.

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As decisões da Justiça resultaram na paralisação de atividades de outras estruturas de contenção da Vale:

  • Barragem Dique de Contenção Paracatu
  • Dique de Contenção Lavra Azul
  • Barragem Dicão Leste
  • Barragem do Mosquito
  • Dique de Contenção Cobras
  • Barragem Sul
  • Barragem Sabiá
  • B3
  • Dique da Estrada de São Gonçalo
  • Barragem Principal
  • Barragem Captação
  • Barragem Pocilga
  • Barragem Athayde

A mina de Brucutu é a maior unidade de produção de minério de ferro em Minas Gerais. A mina é uma das maiores de propriedade da Vale. Localizada em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), é operativa há treze anos, e produz 30 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.

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O bloqueio foi concedido pela Justiça mineira, no início de fevereiro, após uma ação do Ministério Público Federal. Na liminar, a mineradora é intimada a parar de lançar rejeitos na adutora de Brucutu. A empresa só poderia voltar a utilizar a mina após prestar uma série de esclarecimentos e informações ao MP. O prefeito da cidade, Antônio Carlos Noronha Bicalho, disse ao jornal Estado de S. Paulo que entre 80% e 90% da produção da mina foi paralisada pela ordem judicial.

Na última terça (19), no entanto, a Vale informou que a Justiça poderia permitir à mineradora retomar as operações de Brucutu. “Não está claro para nós se o reinício é iminente. Se essa mina voltar a ficar ativa, isso aliviará parte do aperto esperado no mercado de minério de ferro“, disseram analistas da Jefferies, em comunicado.

Guilherme Caetano

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