Usiminas (USIM5): BTG vê ‘futuro nebuloso’ e rebaixa ações

Vendo ‘perspectivas nebulosas’ para a Usiminas (USIM5), os analistas do BTG Pactual (BPAC11) rebaixaram a sua recomendação para os papéis de compra para neutro.

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No novo parecer, as ações da Usiminas têm preço alvo de R$ 10, ao passo que os papéis estão cotados a R$ 8,55 na bolsa -deixando pouca margem de upside.

Para os analistas do BTG, USIM5 deve sofrer com uma redução de lucros nos próximos meses, além de ter seu risco em elevação por conta de ficar a mercê de muitos fatores (moving parts).

Essa mudança se dá mesmo em meio a múltiplos citados como relativamente atrativos para os papéis.

“É inegável que nós nos sentimos um pouco estranhos em rebaixar uma ação que negocia a 2,9 vezes o Ebitda estimado para 2023 e concordamos que é um movimento tardio, pois o mercado já está em baixa com o nome. No entanto,  não conseguimos ver como a ação terá um bom desempenho nesse ambiente”, diz o BTG.

Os especialistas citam alguns pontos para a deterioração das perspectivas:

  • Falta de retornos relevantes para os acionistas
  • Visibilidade operacional limitada
  • Riscos macroeconômicos elevados
  • Deterioração nas projeções dos lucros

“Em suma, como cobrimos a Usiminas desde 2006, acreditamos que a visibilidade dos resultados está em um dos pontos mais baixos dos últimos anos, pois há uma série de problemas e riscos específicos de ‘baixo para cima’ que estão afetando a empresa de forma assimétrica”, seguem os analistas.

Segundo a casa, a preferência do setor é pela Gerdau (GGBR4). A expectativa é que a diferença de desempenho entre as duas empresas aumente no futuro.

Vale lembrar que nas últimas semanas o Bank of America rebaixou a sua recomendação de Vale (VALE3) por conta de um ciclo desfavorável para o segmento de minério de ferro. No parecer, analistas apontaram margens pressionadas e deterioração de lucro à frente.

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Ebitda da Usiminas deve 35% ser menor, projeta BTG

No parecer, o BTG ainda cortou em 35% as estimativas para o Ebitda da companhia em 2022 e em 20% para o ano de 2023.

Os analistas alegam que esse corte se deu por conta dos maiores custos de matérias-primas, preços do aço em menores níveis no mercado doméstico e menor lucratividade com o aumento da relaminagem de placas no mix geral da companhia.

“De acordo com nossas estimativas revisadas, vemos a Usiminas sendo negociada a 2,9x EBITDA de 2023, gerando um rendimento FCFE abaixo da média de 12%. Enquanto nós reconhecemos estas são métricas de avaliação baratas em uma base absoluta, toda a siderurgia global está sofrendo. Dada a visibilidade reduzida, riscos ascendentes acima do normal e lucros em deterioração, acreditamos que as ações vão ficar atrás dos pares no futuro”.

Fator China em USIM5

Os analistas do BTG também citam que os preços do rolo de aço laminado quente da China (Hot Roilled Coil, ou HRC) apresentaram uma recuperação recente, e estão sendo negociados perto de custos marginais de produção – fator que é citado como risco.

A análise também aponta uma gestão menos disruptiva sob o ponto de vista operacional, especialmente considerando a parada para manutenção da reforma do alto-forno de Ipatinga

Por fim, citam uma possível mudança na política de dividendos da Usiminas.

Segundo dados do Status Invest, a Usiminas paga 22,5% de dividend yield (DY), com R$ 1,9 pagos por ação nos últimos 12 meses. No agregado anual, foram R$ 0,62 distribuídos em 2022, ante R$ 1,42 pagos no acumulado de 2021.

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Eduardo Vargas

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