Vale (VALE3): BofA corta preço-alvo da ação e do ADR; veja os motivos

O Bank of America (BofA) cortou o preço-alvo das ações da Vale (VALE3) para R$ 99 e dos ADRs para US$ 19, em meio à uma estimativa de ‘deterioração geral’ das companhias mineradoras e siderúrgicas. A recomendação dos analistas é neutra para os papéis. Atualmente, a ação está cotada a R$ 75,40 e o ADR a US$ 14,25. Com isso, o upside esperado para os papéis é de 31% e 33%, respectivamente.

Relembre o pregão de 'derrocada' de mineradoras e siderúrgicas, há um mês

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Os analistas Caio Ribeiro, Leonardo Neratika e Guilherme Rosito justificam a mudança com “uma postura mais cautelosa sobre commodities”. A tese é de que, especialmente as ações da Vale e CBA (CBAV3) devem ser prejudicadas, assim como outros pares na América Latina – Southern Copper (SCCO) e sua controladora, Grupo México (GMEX), por exemplo.

“Os produtores de aço estão sob pressão na China, nos EUA e também na Europa devido aos revezes do ciclo econômico. Atrelado a isso, o minério de ferro deve ultrapassar o patamar de excedente, reforçando nossa visão de baixa da casa e o deck de preços anterior, que prevê preços médios de cerca de US$ 95 por tonelada em 2023″, aponta o BofA, em análise.

Segundo a casa, no caso do níquel, as operadoras da China vêm aumentando a capacidade de conversão na Indonésia, indicando que o mercado provavelmente deve estar melhor abastecido em termos de oferta já no próximo ano.

No momento, a estimativa é de que, em 2022, a tonelada do níquel custe US$ 24.440, ao passo que as projeções apontam para US$ 18.750 em 2023.

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Nesse cenário, a pressão da cotação das commodities mineradas deve afetar os próximos resultados operacionais da companhia – que está ‘andando de lado’ em 2022, com 3,3% de baixa nos papéis VALE3, para atuais R$ 75.

Além disso, a tese aponta que o cobre está mais suscetível à desaceleração econômica e, por conta disso, pode ter sua cotação em queda e em patamar inferior aos US$ 6 mil por tonelada já nos próximos meses.

“Embora uma recuperação da atividade econômica chinesa possa sustentar os preços no curto prazo, tanto o aumento da oferta quanto a crise de energia podem trazer mais revezes no ano de 2023. Por outro lado, o investimento acelerado na transição e independência energética provavelmente ajudarão a reequilibrar o mercado e empurrar os preços mais alta novamente a partir de 2024″, dizem os analistas.

Apesar disso, as projeções apontam para estabilidade no preço de minério de ferro a partir da segunda metade de 2022.

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No setor, o BofA prefere se manter exposto à Gerdau (GGBR4) e à Comp Brasileira (CBA), mas “reconhece que o cenário macro desafiador pode continuar pesando sobre as ações no curto prazo”.

Para CSN Mineração (CMIN3), que hoje está cotada a R$ 3,69, o preço-alvo caiu para R$ 4,7 por ação e a recomendação de underperform (abaixo do mercado) foi mantida. Já para CSN (CSNA3), o preço-alvo caiu para R$ 23 por ação e US$ 4,40 por ADR. Hoje, a CSN está cotada a R$ 15 no Brasil e US$ 2,8 nos Estados Unidos.

Veja o desempenho das ações da Vale

No acumulado dos últimos 12 meses, as ações da Vale caem cerca de 34%, a R$ 75. A companhia veio de um 2021 ‘glorioso’ e com máxima histórica nas ações, ficando com cotação acima de R$ 115 em meados de maio, impulsionada por um otimismo no segmento de mineração e siderurgia.

Além disso, os dividendos da Vale foram polpudos no período, com um pagamento de mais de R$ 8 por ação em setembro de 2021, fruto de resultados financeiros com aumento do lucro operacional nos meses anteriores.

Atualmente, segundo dados do Status Invest, a companhia tem um dividend yield (DY) de 15,8%. Ou seja, cada acionista da Vale recebeu R$ 11,9 por ação, na média, nos últimos 12 meses.

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Eduardo Vargas

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