Tiffany: controladora da Louis Vuitton barra aquisição da companhia

O grupo de moda de luxo LVMH informou, nesta quinta-feira (4), que “não está pensando em comprar ações da Tiffany (NYSE: TIF) no mercado”. Assim, a companhia está barrando a aquisição da famosa joalheria, que giraria em torno de US$ 16,2 bilhões (cerca de R$ 82,02 bilhões).

A controladora de marcas como Louis Vuitton, Givenchy e Christian Dior disse que o processo de aquisição dos papéis da Tiffany no mercado levantam preocupações em meio aos impactos econômicos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e agitação civil nos EUA, estimulada pelo assassinato de George Floyd na última semana.

Alegando “rumores recentes do mercado”, a LVMH confirmou, por meio de um comunicado, que está incerta sobre o acordo, originalmente divulgado em novembro do ano passado e aprovado por acionistas em fevereiro deste ano. “A LVMH confirma, nesta ocasião, que não está considerando comprar ações da Tiffany no mercado”, informa.

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O grupo não deu mais detalhes sobre o processo de aquisição a partir de agora — se foi totalmente descartado ou se haverá uma renegociação.

Inclusive, se a LVHM prosseguisse com o acordo, desembolsaria menos do que havia negociado inicialmente. As ações da Tiffany enecerraram o pregão da última quarta-feira (3) a US$ 114,24 cada, cerca de 12% abaixo do preço de US$ 130 à época em que o negócio foi fechado.

O conselho da LVMH se reuniou na noite da última terça-feira (2) em Paris, onde fica sua sede, para discutir sobre o assunto. Segundo o site WWD, especializado em moda, a LVMH mostra-se preocupada com a capacidade da Tiffany em cumprir com as cláusulas do acordo assim que o negócio fosse concretizado, sobretudo às específicas sobre endividamento.

Histórico entre LVMH e Tiffany

Recentemente, a Tiffany vem passando por conturbados períodos em seu negócio. No momento em que recebeu a primeira proposta da LVMH, em outubro de 2019, por US$ 14,5 bilhões, a famosa joalheria estadunidense passava por uma crise econômica, ocasionada por menores gastos de turistas e impactada pela guerra comercial entre EUA e China — o que fortalecia o dólar, considerado ruim para sua operação.

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Por mais que a LVMH havia apresentado uma proposta com um prêmio de 30% sobre o valor de mercado da Tiffany, a negociação não avançou. Em novembro, todavia, com a proposta de US$ 16,2 bilhões, o acordo foi fechado, mas as condições do mercado se deterioraram desde então.

Devido aos efeitos da pandemia, a Tiffany informou que seus resultados do primeiro trimestre deste ano serão significativamente impactados. No entanto, em razão da negociação com a LVMH, não fez previsões. O balanço trimestral da empresa será divulgado na próxima terça-feira (9).

Jader Lazarini

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