Confira as 5 small caps que mais valorizaram em outubro

A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) passou por um período de alta volatilidade em outubro. Após iniciar o mês de forma promissora, o Ibovespa, na última semana, foi derrubado pela segunda onda da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) nos Estados Unidos e na Europa, além das incertezas causadas pelas eleições presidenciais norte-americanas. Algumas small caps, no entanto, desempenharam melhor do que a média do mercado.

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O avanço do vírus no Hemisfério Norte trouxe o temor por novas restrições à circulação de pessoas, que pode influenciar ainda mais a tentativa de recuperação econômica global. Para algumas empresas, todavia, o mês foi positivo por fatores distintos aos que estavam sob o foco dos investidores, e é onde parte das small caps se encaixam.

De acordo com o SMAL11, ETF que replica a carteira teórica de small caps do mercado, seguindo seus critérios metodológicos, veja quais foram os cinco papéis que mais valorizaram em outubro. É importante reforçar que esta matéria não é uma recomendação de investimento.

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As small caps que mais valorizaram em outubro

Light

A Light (LIGT3) é uma empresa do segmento de energia elétrica com foco no Rio de Janeiro. A companhia atua nas três vertentes do segmento: geração, distribuição e comercialização de energia. Ela é uma das centenárias brasileiras, tendo iniciado suas atividades em julho de 1899, quando um grupo de canadenses criou a The São Paulo Tramway.

A empresa passou por algumas transformações neste mês. A CEO Ana Marta Veloso foi substituída por Raimundo Nonato, ex-presidente da Cepisa, subsidiária da Equatorial. O executivo foi peça chave para o turnaround da Celpa, que tinha características muito similares à Light de hoje — alta inadimplência e elevadas taxas de perdas não-técnicas, ou seja, um grande número de “gatos”, como lembra o analista da SUNO Research, Rodrigo Wainberg.

As ações da Light encerraram outubro com uma alta de 36,42%, negociada a R$ 19,29. Nos últimos 12 meses os papéis sobem 4,48%

Locaweb

Criada em 1998, pouco antes da bolha da internet, a Locaweb (LWSA3) é uma das pioneiras em soluções business to business (negócios entre empresas) e da transformação digital de negócios no Brasil. Surgiu de um investimento de R$ 30 mil e hoje é avaliada em mais de R$ 8 bilhões na B3.

A abertura de capital foi realizada em fevereiro deste ano diretamente no Novo Mercado, mais alto nível de governança corporativa da Bolsa brasiliera. Mesmo em meio à pandemia, as ações da empresa já acumulam uma alta de mais de 200%.

No segundo trimestre deste ano, período de maior impacto da crise na economia mundial, o lucro líquido da empresa cresceu 147,8% frente ao mesmo período do ano passado, para R$ 12 milhões. O resultado do terceiro trimestre deverá ser divulgado no dia 11 de novembro. O analista lembrou que a base de clientes da companhia tem crescido exponencialmente.

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Crescimento da base de clientes. Fonte: Locaweb RI

“Isso é resultado de crescimento orgânico e das diversas aquisições que a companhia tem feito”, disse Wainberg. Em outubro, a companhia adquiriu a Vindi Tecnologia e Marketing, após já ter comprado a Etus e a Social Miner em setembro. No entanto, o analista pontua que a companhia ainda tem dificuldades em gerar caixa.

Os papéis da empresa encerram outubro com um avanço de 22,82%, sendo negociados a R$ 69,15 até o fechamento do pregão da última sexta-feira (30).

Tupy

Talvez uma das small caps mais antigas do mercado, fundada em 1938 em Santa Catarina, a Tupy (TUPY3) tem a capacidade de produzir 835 mil toneladas anuais de peças em ferro fundido. Empregando cerca de 12 mil pessoas, a empresa é uma das mais forte exportadoras do Brasil, enviando para 40 países aproximadamente 80% de sua produção.

A maior parte da produção da companhia é constituída de componentes desenvolvidos sob encomenda para o setor automotivo, englobando caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e de construção, além de carros de passeio e motores industriais.

Na noite da última quarta-feira (28), a empresa apresentou seu balanço do terceiro trimestre deste ano, registrando o maior resultado de sua história. A empresa lucrou R$ 128 milhões no período, alta de 92,6% na comparação anualizada. A margem bruta ficou em 22,5%.

Pontuando o forte resultado trimestre, que fez com que as ações da companhia disparassem, Wainberg lembrou que “durante a pandemia, a Tupy chegou a negociar abaixo do valor de suas plantas no México”.

Atualmente, o valor de mercado da Tupy é de R$ 2,83 bilhões. No acumulado de 2019, as ações da empresa apresentaram uma valorização de 32,39%. Na última sexta-feira, as ações ordinárias da empresa fecharam o pregão a R$ 18,87, e terminaram outubro com uma valorização de 19,20%.

Arezzo é destaque entre small caps

A quarta empresa dentre as small caps que mais subiram em outubro foi a Arezzo (ARZZ3). A companhia, liderada por Alexandre Birman, atualmente é uma holding de marcas, que englobam a própria Arezzo, junto à Anacapri, Fiever, Shutz, Alme e Alexandre Birman, além de controlar as operações da Vans no Brasil.

Nesta semana, a companhia chamou a atenção do mercado por conta de mais uma aquisição: do grupo Reserva, focado no vestuário masculino. A compra da marca faz com que a Arezzo entre de vez no segmento de roupas, sobretudo para homens, que não era o seu core business até então.

Wainberg, todavia, salienta que “o mercado da moda é cíclico e imprevisível, bastando uma ‘má’ coleção para combalir os resultados. Muitas vezes os investidores se animam com movimentos de M&A, mas é preciso cautela pois tais resultados nem sempre se concretizam”.

No segundo trimestre deste ano, a companhia apresentou um prejuízo líquido de R$ 82,29 milhões, com as operações de lojas físicas impactadas pela pandemia. O resultado do terceiro trimestre está previsto para o dia 12 de novembro. Os papéis da Arezzo encerraram outubro negociadas a R$ 60,30, após um avanço de 13,03%.

LOG Commercial Properties

A LOG (LOGG3) opera na incorporação, construção, comercialização e gestão de condomínios logísticos. Ela é uma empresa verticalizada, que controla todo o ciclo de desenvolvimento dos ativos, da engenharia ao comercial. A empresa detém 25 empreendimentos logísticos ao redor do Brasil, e os galpões tem, no mínimo, 1000 metros quadrados.

Em meio à pandemia, quando o comércio eletrônico cresceu de forma intensa no Brasil, a LOG também viu seus números crescerem. Por conta desse cenário, a empresa trabalha com taxa de ocupação de quase 100%. Hoje, a vacância está na faixa de 5%, uma das mais baixas da história da companhia, segundo seu presidente, Sergio Fischer.

“Aproximadamente 35% do valor proveniente de receitas de locação é indexado ao IGP-M. É razoável esperar aumento destas receitas, dada a escalada recente do índice, enquanto que seus passivos estão atrelados ao CDI, com custo efetivo da dívida de CDI +1,1%”, disse o analista sobre a companhia.

A Logg, que é uma das small caps mais importantes do mercado, encerrou outubro com uma alta de 12,97%, com suas ações negociadas a R$ 31,35.

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Jader Lazarini

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