Brasil registra avanço recorde de 65% em fusões e aquisições no mês de agosto

Em agosto, o Brasil registrou 112 operações de fusões e aquisições, volume 65% superior ao do mesmo mês de 2019, quando houve 68 transações. Foi o melhor desempenho para o mês nas quase duas décadas compiladas em relatório da consultoria PwC Brasil – obtido com pelo jornal “Estado de S.Paulo”.

Passada a fase mais aguda da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19), que reduziu o volume de transações no mundo corporativo, a necessidade de reestruturar os negócios, equilibrar as contas e manter a competitividade levaram a um recorde de fusões e aquisições no Brasil.

Em geral, movimentos de fusão e aquisição têm como base projetos de crescimento. Desta vez, segundo Leonardo Dell’Oso, sócio da PwC, o foco das empresas se voltou para sua própria sobrevivência.

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“As empresas começaram a se movimentar pela necessidade de fazer movimentos estratégicos para sobreviver. Não mais um movimento estratégico como vinha sendo feito, até então, para maior crescimento, para maior investimento”, disse ele.

“As empresas passaram a ter de vender parte do negócio, a admitir um sócio que pudesse colocar dinheiro na operação, se fundir com alguém para ter uma importante redução de custos de estruturas, muitas venderam partes de ativos. Começaram a fazer movimentos estratégicos para sobreviver e poder voltar a crescer no pós-pandemia”, concluiu Dell’Oso.

O resultado de agosto sinaliza uma tendência de recuperação do mercado de fusões e aquisições, que foi afetado nos meses anteriores pelos efeitos da pandemia no Brasil.

“Muitas dessas empresas afetadas pela falta de receita tiveram de reestruturar seus negócios. Pararam de fazer pagamentos, seguraram o caixa, mandaram gente embora, botaram gente em redução de jornada, não pagaram mais fornecedores, praticamente pararam a operação. E, consequentemente, começaram a sofrer o risco de continuidade. As grandes empresas que tinham caixa foram queimando caixa ao longo desse período e, no caso das empresas que não tinham caixa, a solução foi renegociação de dívidas ou simplesmente fechar as portas”, afirmou o sócio.

Brasil registra 595 transações nos primeiros 8 meses de 2020

Impulsionado pelo dado de agosto, o País soma agora 595 transações nos oito primeiros meses de 2020, recorde para esse período do ano pela série histórica. Dell’Oso prevê que esse número ultrapasse mil transações ao fim deste ano. Em 2019, foram contabilizadas 912 transações, maior volume até então.

De janeiro a agosto, houve um crescimento na participação de investidores nacionais, com 426 transações, alta de 24% comparado ao mesmo período do ano de 2019. Por outro lado, os investidores estrangeiros fizeram 151 transações, queda de 4% ante 2019. Dell’Oso disse que o caráter global da crise atual fez com que grupos estrangeiros enfrentassem dificuldades em seus mercados de origem. Como consequência, essas companhias estariam priorizando países onde têm redes ou operações já mais estabelecidas.

A Região Sudeste do Brasil concentrou 66% dos negócios anunciados, com 391 transações até agosto de 2020, um aumento de 16% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O Estado de São Paulo foi responsável por mais da metade (52%) de todas as fusões e aquisições registradas de janeiro a agosto.

Com informações do Estadão Conteúdo.

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Poliana Santos

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