Grana na conta

SLC Agrícola (SLCE3): ações tombam 5,9% depois do prejuízo no 3T22

A SLC Agrícola (SLCE3) obteve prejuízo líquido consolidado de R$ 78,35 milhões no terceiro trimestre de 2022, informou a companhia na sexta-feira (4), depois do fechamento do mercado.

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Em igual período do ano passado, os resultados da SLC Agrícola haviam registrado lucro de R$ 113,75 milhões. Perto das 17h40 desta segunda-feira (7), as ações da SLC caíam 5,9%, cotadas a R$ 44,93.

A SLC atribuiu o resultado ao reconhecimento da variação e realização do valor dos ativos biológicos, reflexo da queda de produtividade do algodão e milho, e ao aumento da despesa financeira líquida.

A receita líquida da SLC aumentou 43,8% no terceiro trimestre, para R$ 1,35 bilhão. A alta da receita refletiu maior volume faturado de algodão e soja e incremento do preço unitário faturado para todas as culturas.

O Ebitda ajustado da SLC (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 377,76 milhões, crescimento de 14,3% na comparação anual, com margem Ebitda ajustado de 27,9%, ante 35,1% um ano antes. A relação dívida líquida/Ebitda ajustado passou de 1,42 vez no fim de 2021 para 1,02 vez no terceiro trimestre de 2022.

“O terceiro trimestre da SLC foi marcado pela volatilidade nos preços das commodities e nos insumos agrícolas. Novas ofensivas no conflito entre Rússia e Ucrânia, aumento de juros e inflação mundial e riscos de desaceleração da economia global”, disse a empresa no documento de divulgação dos resultados.

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A companhia disse que já comprou 100% dos insumos para a safra 2022/23, “finalizando as compras com um bom patamar de custo”. “A nossa estratégia de aguardar a acomodação dos preços do início do ano para a compra do restante dos insumos se mostrou acertada, uma vez que a relação de troca entre o preço dos insumos e os preços das commodities melhorou no segundo semestre”, disse a SLC.

Os custos por hectare orçados para a safra 2022/23 apresentam aumento médio em reais de 20,2% em relação ao orçado na safra 2021/22.

Safra 2022/23

A SLC Agrícola informou que a área plantada para a safra 2022/23 deve ser de 667.885 hectares, redução de 0,6% ante o ciclo anterior. Segundo a empresa, ela reflete a queda da área de algumas culturas e o término do contrato de arrendamento de 7 mil hectares da Fazenda Guapirama.

“Estas reduções foram parcialmente compensadas pela entrada de novas áreas em produção, que estavam em processo de transformação, oriundas do banco de terras da companhia”, disse a SLC.

A área plantada de algodão deve cair 3,3%, para 171.114 hectares. O plantio de soja deve aumentar 4,4%, para 349.716 hectares. A área plantada de milho de segunda safra deve crescer 6,7%, para 129.830 hectares.

A SLC prevê produtividade 3% maior no algodão primeira safra, para 1.927 quilos por hectare, e 1,9% maior na pluma semeada em segunda safra, para 1.839 quilos por hectare. O rendimento da soja deve crescer 4,1%, para 3.918 quilos por hectare, enquanto o do milho de segunda safra deve aumentar 0,4%, para 7.685 quilos por hectare.

Visão do BTG 

O BTG Pactual tem recomendação de “compra” para as ações da SLC Agrícola, com o preço-alvo de R$ 68.

Segundo os analistas, os resultados do 3T22 trouxeram um Ebitda mais fraco devido aos menores volumes e margens da companhia.

Os especialistas avaliam que, embora uma margem mais baixa por hectare em 2023 já fosse esperada, a projeção de custo da companhia deixa um sentimento negativo, especialmente se as expectativas de yields fortes não se concretizarem.

“Nós nos perguntamos quais preços de fertilizantes estão implícitos nesse número e qual poderia ser o downside da estimativa de custo em 2023/24 à medida em que os preços dos fertilizantes se normalizam”, ressaltam.

Além disso,  entender os próximos passos de crescimento da SLC também será fundamental.

Mesmo diante destes fatores, o BTG avalia que as ações da SLC continuam a oferecer uma boa tese de investimento devido a boa geração de fluxo de caixa e múltiplos atrativos.

Entretanto, com os preços do algodão de volta aos níveis de longo prazo, os catalisadores de curto prazo da SLC Agrícola parecem limitados, diz o BTG.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Ana Clara Macedo

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