‘Com Selic de dois dígitos, vimos muita gente morrendo na praia’, diz gestor da Navi

Especialistas da Navi Capital destacaram, durante o 44º Congresso Brasileiro de Previdência Privada (CBPP), que apesar do otimismo com o segmento imobiliário a predileção é clara por CRIs, fundos e ativos expostos à dívida do setor em detrimento de ações do segmento imobiliário. A tese deriva dos movimentos ‘abruptos’ da Selic.

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“Somos um país com ciclo de juros muito agressivos. Temos que evitar empresas excessivamente alavancadas, porque temos muita gente morrendo na praia com as mudanças na Selic”, destaca Gustavo Ribas CEO e Gestor de Real Estate da Navi Capital.

Segundo a gestora de recursos, as incorporadoras da bolsa têm uma volatilidade maior e uma previsibilidade de geração de caixa consideravelmente menor.

Juntamente com isso, juros de dois dígitos e a sua elevação de forma intensa pela autoridade monetária penalizam empresas que escolhem se endividar para crescer – o caso de muitas incorporadoras.

“Somos um pouco avessos às ações do setor, por causa de retornos medianos. É possível dar uns ‘tiros curtos’, mas empresas do setor têm mais tendência a se alavancar, o que é ruim em um ambiente de juros mais altos”, destaca Luis Stacchini, gestor de Real Estate da Navi Capital.

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Com Selic alta ou baixa, otimismo com FIIs

Os gestores reiteraram o otimismo com FIIs. Em termos de alocação a casa prefere ativos atrelados ao IPCA justamente pelo fato de o Brasil ser um país de uma inflação crônica.

Segundo a Navi, independentemente do patamar dos juros, o otimismo com os fundos imobiliários continua.

Conforme explicado durante a apresentação, o IFIX – principal índice de fundos imobiliários – multiplicou por três desde sua criação, há pouco mais de 10 anos. Na mesma janela, o Ibovespa multiplicou por 1,7x.

Além disso, os especialistas da casa ressaltaram que o retorno ajustado ao risco também mostra uma atratividade maior.

“No Brasil, o IFIX entregou o dobro do Ibovespa, com uma volatilidade que é uma fração da Bolsa, mostrando um risco ajustado a retorno muito atrativo. Quando olhamos para os EUA, o mesmo fenômeno ocorre no comparativo entre REITs e o S&P, por exemplo – e olha que é difícil bater o índice de lá”, comenta Gustavo Ribas, CEO e Gestor de Real Estate da Navi Capital.

Além das oscilações de IPCA e Selic, os especialistas chamam atenção para a geração de alfa e a gestão ativa de gestoras independentes, que mostram retornos ainda mais atrativos do que o IFIX ‘sozinho’.

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Eduardo Vargas

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