Renda fixa, Bolsa e Fundos Imobiliários: veja o que vale mais a pena investir em 2022

O crescimento econômico mais fraco e a taxa básica de juros (Selic) em patamar elevado podem deixar o investidor perdido. Mesmo com projeções desafiadoras para 2022, o mercado está otimista com o Ibovespa, e há apostas de que o principal índice da bolsa encerre o ano em torno de 120 mil pontos. Outros investimentos, de renda variável ou fixa, também podem surpreender para quem pretende investir em 2022.

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O cenário projetado por especialistas é esse: a taxa Selic, que iniciou o ano de 2021 em 2%, menor patamar histórico, termine o ano de 2022 em 11%. Além disso, espera-se maior volatilidade nos investimentos em 2022 por causa das eleições, mas isso não significa necessariamente desempenho fraco para os ativos brasileiros. Já o Real deve ser um pouco mais valorizado frente ao dólar com a postura mais firme do Banco Central em relação à inflação.

Diante deste cenário, qual a direção seguir em busca de melhores opções de investimentos em 2022? Veja a análise de três grandes instituições como XP, Banco Safra e Inter Research.

Na renda fixa, a aposta é em ativos pós-fixados

Com o nível atual da taxa básica de juros, e expectativas de juros nominais superiores a 10% no início de 2022, o mercado mantém o otimismo em relação ao retorno oferecido pela renda fixa, principalmente na parcela de pós-fixados.

“Os ativos pós-fixados irão capturar a alta da Selic esperada nos próximos meses e, mesmo que os juros venham a cair, ainda assim devem continuar em patamar elevado”, informa a XP, em relatório.

Os títulos atrelados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também poderiam se beneficiar, ainda que em menor magnitude. De acordo com os especialistas da corretora, os ativos atrelados ao IPCA são uma boa alternativa para proteção contra a inflação, mantendo, claro, o título até o vencimento.

Já em relação aos prazos, para os pré-fixados recomenda-se entre escolher títulos 2 e 3 anos, que trazem maior segurança do que horizontes mais longos.

“Os fundos que possuem ativos de crédito privado devem também continuar a ter um cenário positivo de retornos, talvez com menor intensidade após um período de fechamento dos spreads”, diz a XP.

Foto: Banco Central
A escalada de Selic. Foto: Banco Central

Na Bolsa, ações de commodities devem ter os melhores ganhos

Pesquisa realizada pela área de análise do banco Safra aponta que as commodities são o tesouro da Bolsa em 2022. Com 42% das preferências entre os entrevistados pela Safra Corretora, o setor tem maior expectativa de desempenho. O destaque fica para as empresas de petróleo e gás (30%), seguido por papel e celulose (24,5%).

Logo após commodities, o setor do Ibovespa que tem a preferência dos especialistas é o de serviços financeiros, com 20% dos votos.

Na análise da XP, o investimento em commodities é uma boa alternativa de proteção contra a inflação e o dólar. A indicação é a Jalles Machado (JALL3), do segmento sucroalcooleiro, e a BrasilAgro (AGRO3), do agronegócio. “O clima está trazendo de volta o otimismo a esses setores”, destaca.

Já o Inter Research indica a compra de papel e celulose de companhias como Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3). “Vemos Klabin e Suzano sendo beneficiadas ao longo do ano: a primeira por sua diversificação, tanto de produtos quanto de geografia, e a segunda por sua liderança no mercado de fibra curta.”

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Já o setor bancário é unânime entre a XP e o Inter Reserch, com a indicação do Banco do Brasil (BBAS3).

“Selecionamos as ações do Banco do Brasil para o ano de 2022, apesar dos riscos políticos que costuma descontar as ações do banco frente aos seus pares privados. O BB atualmente vem sendo negociado em um nível de desconto que não condiz com sua atual geração de valor”, escreve o relatório da Inter.

Veja indicação da XP para outros setores da Bolsa:

Confira as principais escolhas para investir em 2022 pelo Inter:

Fundos Imobiliários: recebíveis estão entre as melhores alternativas para investir em 2022

Na análise do mercado, os fundos de recebíveis, ou FIIs de papel, seguem como uma opção para quem deseja se proteger ou até mesmo se beneficiar de um cenário com inflação e juros mais elevados, uma vez que a maioria dos CRIs e das LCIs são emitidos com indexação ao IPCA ou CDI.

“Os FIIs de papel são uma alternativa para diversificação e mitigação de risco em momentos de crise”, escreveu o relatório do Inter.

Os FIIs Logísticos também podem ser uma boa opção, uma vez que as demandas do e-commerce aquecem o setor. Esse investimento apresentou uma certa resiliência diante da crise provocada pela pandemia no ano passado.

A XP também prevê que o segmento de lajes corporativas (o que engloba os escritórios) pode ser interessante na carteira de investimentos em 2022. “No segmento de lajes corporativas, projetamos para 2022 um ambiente mais propício para queda na vacância e boa capacidade de repasse de preços, em especial para ativos AAA na região de São Paulo.”

Já os shopping centers, com os recentes resultados, podem ter uma performance robusta para os próximos trimestres. Entretanto, com o cenário macro mais instável, o foco das alocações dos investimentos em 2022 deve estar em ativos do segmento de alta renda e nos principais centros urbanos.

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Poliana Santos

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