Radar: Vibra (VBBR3) paga milhões por ‘divórcio’ de parceria, Pão de Açúcar (PCAR3) derrete na Bolsa e reajuste pode beneficiar dividendos da Petrobras (PETR4)
A Vibra (VBBR3), antiga BR Distribuidora, comunicou ao mercado que pagará R$ 192 milhões pelo encerramento da sua parceria com a Americanas (AMER3).
A parceria entre Vibra e Americanas se dava por meio da Vem Conveniência, uma empresa a parte.
“O Termo de Encerramento, conforme já divulgado anteriormente pela companhia, prevê o retorno dos negócios de lojas de pequeno varejo para as acionistas originárias, ou seja: as lojas “Local” para a Americanas S.A. e “BR Mania”, para a companhia”, diz o comunicado ao mercado.
“Como o volume destes negócios não são equivalentes dentro da participação igualitária da Vem Conveniência, em linha com o previsto no Contrato de Parceria tanto para a constituição como para o desfazimento, haverá também uma parte em dinheiro, representando o pagamento de R$ 192 milhões da companhia para a Americanas S.A., a fim de equalizar a diferença no valor dos negócios”, completa.
Agora o negócio da BR Mania será aportado em uma nova empresa especialmente constituída para o mesmo fim, sendo totalmente detido pela Vibra.
“Com a nova sociedade detentora das lojas BR Mania como uma subsidiária independente, a Vibra esperar prosseguir com o crescimento já verificado e desenvolver ainda mais o seu negócio de conveniência, como parte indispensável na sua proposta de valor para a revenda e consumidores de sua rede de postos”, diz a companhia.
Além de Americanas, confira outros destaques desta quarta-feira:
Pão de Açúcar (PCAR3) desaba 19% após cisão com Éxito; BDRs do grupo colombiano disparam
- As ações do Pão de Açúcar, ou GPA (PCAR3), despencaram mais de 19% durante o pregão desta terça-feira (23), após a cisão com o grupo Éxito.
- A operação da cisão com o Éxito já era conhecida pelo mercado, mas foi concretizada somente nesta semana, ocasionando então a retração dos papéis PCAR3.
- Há uma movimentação da base acionária da companhia, já que os detentores de ações do Pão de Açúcar até o fim do pregão de segunda (22) receberam um BDR do Éxito – negociado sob o ticker EXCO32 – que fechou em alta de 21,7% no Ibovespa hoje.
- Os papéis passaram a ser negociados sem direito aos BDRs nesta terça (23).
- Os BDRs da Éxito chegaram a subir 30,3%, a R$ 15, e entraram em leilão.
- O GPA entregará aos seus acionistas 1.080.556.276 ações do Éxito na proporção de 4 ações de emissão para cada ação PCAR3, na forma de:
- BDR´s (Brazilian Depositary Receipts) patrocinados Nível II, cada um representando 4 ações ordinárias de emissão do Éxito, para os detentores de ações ordinárias de emissão do GPA
- ADR´s (American Depositary Receipts) Nível II, cada um representando 8 ações ordinárias de emissão do Éxito, para os detentores de ADR´s do GPA
Petrobras (PETR4): reajuste dos combustíveis diminui riscos e melhora perspectiva de dividendos, diz BTG
- As ações da Petrobras (PETR4) fecharam em forte alta nesta quarta-feira (23), entre os maiores ganhos do índice, após o BTG Pactual elevar para “compra” a recomendação para as ações, com preço-alvo a US$ 16 para as ADRs. Analistas dizem enxergar riscos menores para a companhia após o reajuste nos preços dos combustíveis, anunciado na semana passada, com impacto positivo na perspectiva de pagamento de dividendos.
- No fechamento, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) subiram 5,33%, cotadas a R$ 32,24, enquanto as ordinárias (PETR3) avançam 5,7%, a R$ 35,41.
- Em relatório, os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte, afirmaram que a “decisão da semana passada de aumentar os preços dos combustíveis marcou a queda de uma das últimas razões para nossa postura cautelosa de longa data sobre as ações”.
- Na semana passada, a Petrobras aumentou em 16,3% os preços médios da gasolina vendida às distribuidoras e em 25,8% os do diesel, diante de uma defasagem em relação ao mercado internacional após a alta da cotação do petróleo, impedindo riscos ao abastecimento.
- Ainda de acordo com o documento, a equipe do BTG Pactual afirmou ter “subestimado” os mecanismos de defesa dos estatutos da Petrobras, além da proteção oferecida pela lei das estatais.
- “Nós agora acreditamos (e esperamos) que a alocação de capital da Petrobras não pode ser tão facilmente gerenciada, protegendo os resultados. Preserva seu balanço enxuto e melhora a visibilidade de que os dividendos permanecerão mais fortes por mais tempo”.
- Para o BTG, apesar de ruídos, as ações da nova diretoria da estatal vêm mostrando não apenas um “grau razoável de racionalidade”, pois também têm evitado colocar grandes investimentos financeiros e fortalezas operacionais em risco.
Oi (OIBR3): qual a situação atual da companhia, que enfrenta sua segunda recuperação judicial?
- A desaceleração econômica gerada pelo ciclo de alta de juros nos últimos dois anos no Brasil contribuiu para que o número de casos de recuperação judicial de empresas no Brasil saltasse no primeiro semestre de 2023, um cenário já conhecido pela Oi (OIBR3), que solicitou pela segunda vez na história no mês de março.
- Segundo dados do Serasa Experian divulgados pelo jornal O Estado de S. Paulo em julho, o total de pedidos de recuperação judicial chegou a 593 no primeiro semestre deste ano, alta de 52,1% na base anual e o maior volume registrado em três anos. Além da Oi, integra a lista a Americanas (AMER3), que entrou com a solicitação no mês de janeiro.
- “Basicamente, em um intervalo de 2 anos, vimos a taxa básica de juros subir de 2% para 13,75%, processo que encarece o crédito corporativo, dificulta a negociação de dívidas e desaquece a economia. Todos esses fatores colocaram à prova a saúde financeira das empresas e, como consequência, alguns nomes ficaram no meio do caminho”, diz Heitor De Nicola, especialista de renda variável e sócio da Acqua Vero.
- No caso da tele, os números do último balanço da companhia refletem um momento considerado desafiador, na visão dos analistas.
- No segundo trimestre de 2023, a Oi reportou um prejuízo líquido de R$ 845 milhões, aumento de 70% em relação às perdas reportadas no mesmo período de 2022 (R$ 497 milhões). O número, entretanto, foi 33,4% menor do que o prejuízo registrado no primeiro trimestre, que chegou a R$ 1,267 bilhão.
Sabesp (SBSP3): privatização do País deve ocorrer no 1º semestre de 2024, diz Tarcísio
- O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que o projeto de privatização da Sabesp (SBSP3), a empresa de saneamento do Estado, está em curso e vai ser um dos maiores já feitos no Brasil. A expectativa é de que a venda seja feita no primeiro semestre de 2024.
- Quatro opções de vendas da Sabesp foram estudadas e se optou por uma oferta de ações (follow-on) com pequena participação do governo, o que diluiria a participação do Estado na Sabesp.
- “O modelo de privatização da Sabesp tem se mostrado possível”, disse ele em evento do Santander, que reuniu os governadores de Minas, Romeu Zema (Novo), e do Paraná, Ratinho Jr. (PSD).
- Tarcísio de Freitas disse que no processo de privatização da Sabesp foi essencial uma parceria do governo estadual com a prefeitura da capital, cidade que mais consome os serviços da estatal, responsável por perto dos 50% do faturamento. “A parceria com a prefeitura de São Paulo é importante para a privatização.”
- “A conversa com prefeitura está azeitada após entrada na URAE”, disse o governador. No último dia 16, a Sabesp informou que o município de São Paulo assinou o termo de adesão à Unidade Regional de Serviços de Abastecimento de Água Potável e Esgotamento Sanitário 1 – Sudeste (URAE1), passo importante na formalização da unidade e que reforça a visão de prestação do serviços de saneamento básico de forma regionalizada, conforme o Novo Marco do Saneamento.
- Sobre o trem intercidades, que liga Campinas à capital deve ser leiloado no final deste ano ou começo de 2024. O projeto é também levar o trem até São José dos Campos.
CSN (CSNA3): analistas chamam atenção para um dado operacional e recomendam venda das ações
- A CSN (CSNA3) deve ter fraco rendimento de fluxo de caixa após 2024, com a alavancagem como importante fator de monitoramento, projeta o Itaú BBA. Dessa forma, o banco tem recomendação underperform, equivalente a venda, para as ações da companhia.
- Segundo o BBA, a expectativa é de que a CSN reporte um Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 10,4 bilhões para 2023, queda de 6% se comparado à última previsão do banco. Para 2024, estima-se Ebitda de R$ 9,7 bilhões.
- A queda da projeção do Ebitda da CSN é motivada por resultados mais fracos nas divisões de aço e mineração.
- Outro ponto apontado por analistas é a geração de fluxo de caixa, que deve ficar próxima a R$ 3,3 bilhões para a CSN em 2023. O número neste ano foi impulsionado por acordos de pré-venda com a Glencore (total de US$ 800 milhões) e a Cargill (US$ 200 milhões).
- “Estimamos uma geração mais fraca de fluxo de caixa a partir de 2024 e esperamos que a alavancagem continue sendo um ponto importante a ser monitorado, considerando os desembolsos pesados de Capex esperados para o negócio de mineração (P15 + porto) nos próximos anos”, explicam os analistas.
- Projeções do BBA indicam uma dívida líquida de R$ 27,9 bilhões para o final de 2023, com uma relação dívida líquida/Ebitda de 2,7x.
- Com isso, o banco recomenda venda das ações da CSN, fixando preço-alvo de R$ 11.
Kepler Weber (KEPL3) pagará JCP e dividendos milionários
- A Kepler Weber (KEPL3) pagará uma cifra de R$ 54 milhões em dividendos e Juros Sobre Capital Próprio (JCP) aos seus acionistas, conforme aviso aos acionistas divulgado nesta quarta-feira (23).
- No caso dos dividendos da Kepler Weber, serão R$ 43 milhões, representando um valor de R$ 0,19 por ação.
- Apenas os investidores com ações da Kepler Weber no fechamento do pregão do dia 28 de agosto terão direito de receber os rendimentos.
- A partir do pregão do dia 29 de agosto as ações KEPL3 serão negociadas sem direito aos dividendos.
- Os proventos serão pagos no dia 8 de setembro aos acionistas da emprsa.
- Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos são dividendos intermediários.
Dividendos da Kepler Weber
- Valor total: R$ 34.562.357,78
- Valor por ação: R$ 0,19553243
- Data de corte: 28 de agosto
- Data do pagamento: 8 de setembro
- No pregão de hoje, a cotação das ações da companhia teve alta de 2,54% a R$ 11,31. No ano, os papéis acumulam alta de 15,7%.
- No caso do JCP da Kepler Weber, as datas de corte e de pagamento serão mantidas. Porém o valor a ser distribuído é distinto, representando um total de R$ 20,4 milhões.
- Além disso, vale destacar que o valor dos JCP terá retenção do imposto de renda na fonte, com alíquota de 15%.
- Isso, exceto para os acionistas que declararem ser imunes ou isentos até 30 de agosto de 2023.
- “Os acionistas deverão encaminhar documentação comprobatória de isenção ou imunidade tributária aos cuidados da área de Escrituração de Ativos do Itaú, no endereço Av. do Estado, 5533 – Bloco A – 1º andar – 03105-003 – São Paulo – SP ou pelo e-mail atendimentoescrituracao@itau-unibanco.com.br”, destaca a companhia.
Da Americanas à Petrobras, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.