Radar: Nubank (NUBR33) faz meio ano na Bolsa, Banco do Brasil (BBAS3) vira ‘rei dos dividendos’, Furnas evita suspender privatização da Eletrobras (ELET3)

O Nubank (NUBR33) completa seis meses como empresa pública no início deste mês, acumulando mais baixas do que altas meio ano após o lançamento do seu programa NuSócios e a sua entrada na NYSE e na B3 (B3SA3).

Nos últimos meses, as ações da fintech nos EUA caíram 61,9%, para US$ 4,50 – ante cerca de US$ 12 no IPO – e 69% no Brasil.

Consecutivamente, os ativos do banco renovaram sua mínima histórica, com analistas temendo um ciclo de crédito ainda deteriorado, considerando que o público alvo do Nubank são os jovens e, por consequência, pessoas físicas de menor renda.

Semanas atrás, o mercado penalizou a companhia em decorrência do anúncio de uma remuneração aos diretores que, na média, daria R$ 100 milhões a cada – cifra bem maior que o pagamento de todas as empresas brasileiras listadas em bolsa.

Mas apesar disso, o comando da empresa se mantém otimista.  Recentemente, o fundador do Nubank, David Vélez, afirmou em entrevista: “Daqui a cinco anos, a gente se fala”.

“O modelo de um banco digital é muito mais rentável do que o de um banco tradicional, que não tem agências”, disse Vélez, apontando também que o US$ 1 trilhão vai aumentar exponencialmente. Porém, é preciso tempo. “O jeito de entender a gente é o longo prazo. Continuamos focados na construção dessa estratégia”, acrescentou.

Isso não aliviou, contudo,  a preocupação do mercado com os rumos do Nubank. De acordo com analistas, o mercado segue com cautela e o consenso segue com recomendação de venda ou neutra sobre os papéis. O BTG Pactual, por exemplo, disse que vê um preço justo nos patamares atuais.

Porém, a última revisão fez a recomendação de venda virar neutra, com o time de equity research citando as quedas – porém frisando os riscos à frente e o fato de a empresa ter um histórico – ainda que recente – de altíssima volatilidade.

Além do Nubank, confira outros destaques desta segunda-feira:

Banco do Brasil (BBAS3) é ‘rei dos dividendos’ e está “barato demais para ser ignorado”, dizem analistas

  • Com sete recomendações entre nove casas, o Banco do Brasil (BBAS3) passou a ter a ação mais sugerida em carteiras de dividendos de bancos e corretoras.
  • Os papéis do Banco do Brasil costumam ser uma boa opção para dividendos, assim como o segmento de commodities e o setor elétrico, por ser uma instituição financeira e ostentar um dividend yield (DY) relativamente elevado em relação aos demais segmentos da bolsa.
  • Segundo dados do Status Invest, os acionistas de BBAS3 recebem atualmente um DY de 8,33%, se considerados os dividendos pagos nos últimos 12 meses.
  • O DY, vale lembrar, é o indicador que mensura a relação entre os dividendos pagos e a cotação atual da ação – como se fosse uma relação custo/benefício.
  • O BTG Pactual (BPAC11), um dos players que recomendam as ações do Banco do Brasil na sua carteira de dividendos (com 10% de alocação), ressalta que o papel se encontra em uma situação resiliente em meio ao ciclo altista de juros e em “uma posição muito melhor do que em 2015”.
  • “Ele [BB] era negociado a 0,45x preço versus valor patrimonial, ante 0,7x hoje. Mas o BB tinha crescido muito mais do que seus pares privados nos 5 anos anteriores, apesar de uma economia em deterioração. O capital principal era muito inferior ao dos pares privados, e a taxa Selic não só estava mais alta do que está agora, mas com fortes indícios de que poderia aumentar ainda mais, o que significa um custo de capital próprio muito mais alto também”, diz a casa.
  • Além disso, o banco teve um primeiro trimestre melhor do que o esperado, de acordo com os analistas, entregando o topo das suas estimativas em termos de lucro líquido para o ano de 2022 (R$ 26 bilhões).

brMalls (BRML3) aprova plano de retenção de até R$ 50 mi na fusão com Aliansce (ALSO3)

  • A brMalls (BRML3) informou nesta segunda-feira, 6, que seu conselho de administração, eleito em 29 de abril, deliberou nesta segunda-feira, por maioria, o plano de retenção de até R$ 50 milhões no âmbito da fusão com a Aliansce Sonae (ALSO3).
  • Como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, em 13 de maio, a medida foi revelada pelo presidente da BRMalls, Ruy Kameyama, após ser questionado em teleconferência com investidores e analistas sobre a política de retenção de talentos enquanto a proposta de combinação de negócios com a Aliansce não é concluída.
  • Segundo a brMalls, o plano de retenção é destinado a colaboradores e administradores da companhia, sendo o montante máximo destinado aos diretores estatutários de R$ 15 milhões.

Eletrobras (ELET3): Furnas aprova aporte de R$ 1,58 bi e evita suspensão de privatização

  • A Furnas, empresa subsidiária da Eletrobras (ELET3) obteve aval da maioria dos credores debenturistas para conduzir um aporte de R$ 1,58 bilhão em Madeira Energia (Mesa), evitando a suspensão do processo de privatização da elétrica. A aprovação do aporte era esperada.
  • “De acordo com as assembleias gerais de titulares de debêntures da 1ª Emissão de Debêntures de Furnas realizadas em 30 de maio e 6 de junho de 2022, tal aprovação foi devidamente obtida, nos termos da Escritura de Emissão”, diz a nota da companhia.
  • A ação era prevista já que na última sexta-feira (3), a Eletrobras comunicou que Furnas havia exercido o direito de preferência na subscrição de ações de Mesa, envolvendo R$ 681 milhões, antes de aprovado pelos debenturistas.
  • A Mesa é a empresa que controla a Usina Hidrelétrica Santo Antônio, que tem a concessão para operação da hidrelétrica.
  • Com o aporte, feito por meio de subscrição de aumento de capital de Mesa, Furnas passará a deter 72,4% de participação na companhia, antes os até então 43,06%.
  • De acordo com especialistas do mercado, a oferta de ações da Eletrobras pode alcançar R$ 35 bilhões, e a precificação da oferta está marcada para a próxima quinta-feira (9).
  • Nesta segunda (6), as ações ordinárias da Eletrobras fecharam em queda de 0,14%, a R$ 41,90. No ano, acumula ganhos de 27,47%.

Gol (GOLL4): demanda total por voos quase dobra em maio

  • Dando sinais claros de recuperação após a crise gerada pela pandemia, a Gol (GOLL4) anunciou nesta segunda-feira (6) que registrou um aumento de 97,1% na demanda total (RPK) por voos em maio deste ano, comparado ao mesmo mês em 2021.
  • De acordo com a empresa, a oferta total (ASK) da companhia aumentou em 124,5%, resultando em uma taxa de ocupação de 77,3%. Também, com mais pessoas viajando, o total de assentos cresceu 125,1% e o número de decolagens evoluiu 130,9%.
  • No mercado doméstico, a oferta da Gol subiu 110,0% e a demanda avançou 82,3%. A taxa de ocupação doméstica da companhia foi de 76,3%. O volume de decolagens aumentou 124,2% e o total de assentos cresceu 118,7%.
  • No mercado internacional, a oferta foi de 200 milhões, a demanda da Gol, de 181 milhões, e a taxa de ocupação chegou a 90,6%.
  • A divulgação dos novos dados do crescimento da companhia se dá em meio a uma série de mudanças dentro da empresa, que tiveram e continuarão tendo por um bom tempo um impacto relevante no mercado.
  • No início deste mês, o ex Vice-presidente de Operações da Gol, Celso Ferrer, tornou-se o sucessor de Paulo Kakinoff enquanto Diretor-Presidente da companhia.
  • Por outro lado, recentemente também foi anunciada a criação de uma holding que inclui a Gol e a Avianca. Chamada de Grupo Abra, especula-se que a aliança poderá catapultar a Gol para fora da bolsa de valores brasileira.
  • Com a mudança societária na Gol (GOLL4), a companhia pode sair da bolsa ao criar uma holding para ser uma ‘megacompanhia’ aérea.

Do Nubank ao Carrefour, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

Jorge C. Carrasco

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