Radar: Minerva (BEEF3) sofre na Bolsa após compra de ativos da Marfrig (MRFG3), Braskem (BRKM5) é rebaixada e Taesa (TAEE11) planeja emitir debêntures milionárias

As ações da Minerva (BEEF3) despencam nesta terça-feira (29), liderando as quedas do Ibovespa, com o mercado repercutindo a notícia de que a companhia e sua controlada Athn Foods Holdings firmaram contratos de compra e venda de ações para adquirir ativos da Marfrig (MRFG3) pelo valor de R$ 7,5 bilhões.

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No fechamento, as ações ordinárias da Minerva caíram 18,2%, cotadas a R$ 8,91. No lado oposto, os papéis ordinários de Marfrig dispararam 10,7%, a R$ 7,45. As ações de BRF (BRFS3) recuaram 0,42%, a R$ 9,62.

A Minerva deverá comprar alguns estabelecimentos industriais e comerciais de propriedade da Marfrig que estão localizados no Brasil, Argentina e Chile.

Já a Athn Foods deve comprar a participação societária em controladas uruguaias da Marfrig, adquirindo de forma indireta determinados estabelecimentos industriais e comerciais de propriedade de controladas da companhia situadas no Uruguai.

As duas operações estão sujeitas a determinadas condições precedentes, como a aprovação das autoridades concorrenciais, por exemplo.

No caso da operação envolvendo a Minerva e a Marfrig, a vendedora constituirá uma nova empresa brasileira, com o intuito exclusivo de receber e passar a deter os ativos, enquanto a Marfrig e suas controladas deverão implementar procedimentos de transferência e titularidade dos negócios para a NewCo criada.

Além de Minerva, confira outros destaques desta terça-feira:

Braskem (BRKM5): banco reduz preço-alvo e rebaixa recomendação; ações caem

  • As ações da Braskem (BRKM5) caíram nesta terça-feira (29) após divulgação de relatório do banco UBS BB, que reduz o preço-alvo da empresa de R$ 26 para R$ 20. Além disso, a UBS rebaixou a recomendação de neutra para venda.
  • Quando a recomendação é neutra, significa que os investidores devem manter a posição, mas sem realizar novos aportes. Já com a recomendação venda, quer dizer que os investidores devem se desfazer dos papéis da empresa.
  • Às 10h08 de hoje, a cotação da Braskem estava a R$ 22,05, mas a queda levou o valor para R$ 21,25 às 10h46, mínima do dia. Porém, ao longo da manhã o preço voltou a subir, alcançando R$ 22,46 às 12h12. Nos últimos 12 meses, a desvalorização das ações foi de 29,81%.
  • As ações da Braskem encerraram o dia com queda de 0,31%, cotadas a R$ 22,52.
  • O fato de os papéis terem despencado hoje está associado à deterioração do setor petroquímico. O rebaixamento foi baseado nos fundamentos da empresa, tendo como referência também uma revisão para baixo nos lucros da Braskem.
  • “Desde o início de fevereiro, houve uma deterioração significativa das principais perspectivas de spread”, diz o documento elaborado pelo UBS-BB.
  • O relatório do banco suíço informa, por exemplo, que em 2023-24 o polipropileno está com um spread de cerca de 30% abaixo da média histórica, com valor de US$ 441/tonelada. A queda é observada também em outros produtos.
  • “Não acreditamos que um acordo avance a curto prazo, embora não possamos descartar totalmente a possibilidade. Poderá ainda haver ramificações nas discussões, com vários resultados potenciais, incluindo a ausência de acordo”, aponta o relatório da USB BB sobre uma possível mudança na estrutura acionista da Braskem.
  • A Braskem tenta ainda solucionar outra crise. Em 2018 houve danificação e rachaduras do solo em Maceió, o que desalojou mais de 50 mil pessoas. Em julho deste ano a Braskem fez um acordo de R$ 1,7 bilhão com a prefeitura da capital alagoana pelo incidente.
  • A Braskem é uma empresa brasileira que possui unidades no exterior (Estados Unidos, Alemanha e México). Ela é produtora de resinas termoplásticas e está no mercado desde 2002. A capacidade de produção é de mais de 20 milhões de toneladas de petroquímicos e produtos químicos por ano.

Taesa (TAEE11) ensaia emissão de R$ 800 milhões em debêntures

  • Com o capital levantado com a emissão de debêntures, a Taesa deve investir nos projetos Ananaí, Saíra, Pitiguari e Novatrans.
  • A operação de debêntures da Taesa deve ser feita em até três séries, cada uma com um prazo e uma remuneração diferente.
  • Primeira série: Vencimento em 2033, com pagamento de NTNB-32 +0,50% (ou IPCA+5,80%)
  • Segunda série: Vencimento em 2035, com pagamento de NTNB-35 +0,60% (ou IPCA+5,90%)
  • Terceira série: Vencimento em 2038, com pagamento de NTNB-35 +0,70% (ou IPCA+6,05%)
  • A oferta será coordenada pelo Santander – que será líder -, Itaú BBA, Safra e XP.

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Petrobras (PETR4): dividendos podem ser afetados em um acordo sobre o Carf?

  • Nas últimas semanas, circulou a notícia de que a Petrobras (PETR4) poderia negociar o pagamento de parte dos passivos de processos que têm no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Segundo o Itaú BBA, esse acordo pode significar um possível desembolso de caixa para a empresa a curto prazo, afetando potenciais dividendos extraordinários em 2023.
  • “Existe uma probabilidade significativa de que o Senado aprove, nesta semana, a reintegração do ‘voto de qualidade’ nas decisões do Carf. Isso significa que, em caso de disputa acirrada, o voto decisivo virá de um representante do Ministério da Fazenda, aumentando a probabilidade de resultados negativos para as empresas”, aponta o BBA.
  • De acordo com algumas informações divulgadas, o governo deseja que a Petrobras pague R$ 30 bilhões para resolver os processos em andamento no Carf. No entanto, em comunicado, a Petrobras afirmou que as notícias sobre a negociação de um acordo com a União Federal são infundadas.
  • O montante de R$ 30 bilhões representa 73% de todos os processos da Petrobras no Carf. Além disso, a estatal tem R$ 76 bilhões em outros processos com a União, totalizando mais de R$ 117 bilhões em processos legais com o governo federal, segundo formulário de referência da Petrobras.
  • Para analistas do BBA, o potencial de pagamentos de dividendos extraordinários para 2023 poderia ser limitado se a estatal avançasse com um acordo financeiro com a União para encerrar processos no Carf.
  • “De acordo com nossa avaliação preliminar, a Petrobras poderia ser capaz de pagar cerca de R$ 17 bilhões em dividendos extraordinários para este ano, o que poderia ser reduzido a zero por um eventual acordo dessa magnitude”, diz o BBA.

Com dívidas de R$ 2,3 bi, 123 Milhas entra com pedido de recuperação judicial e suspende pagamento de cobranças

  • 123 Milhas solicitou nesta terça-feira (29) para 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte que seja autorizado o pedido de recuperação judicial da companhia.  A solicitação também abrange a suspensão imediata, por um período de 180 dias, das ações judiciais de cobranças movidas contra a empresa.
  • Segundo o colunista Lauro Jardim, de O Globo, são mais de 600 processos somente em Minas Gerais.  
  • Na petição, a 123 Milhas afirma que enfrenta uma crise momentânea, mas sendo plausível de ser resolvida. Para a solução, a companhia argumenta que a recuperação judicial é necessária.
  • De acordo com a empresa, a venda de passagens promocionais é um dos fatores da crise, uma vez que o processo operacional das promoções foi frustrado por causa da covid-19, alta de juros e novas regras para as companhias aéreas.

Da Minerva à Taesa, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

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Vanessa Loiola

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