Presidente da Apex é exonerado

O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Mário Vilalva, foi exonerado de seu cargo. O Ministério das Relações Exteriores comunicou em nota nesta terça-feira (9) a saída do funcionário.

O ministro das Relações Exteriores, embaixador Ernesto Araújo, informou sobre a exoneração. Segundo Araújo, a saída de Vilalva faz parte “do processo de dinamização e modernização do sistema de promoção comercial brasileiro”. A nota do MRE não deixou claro quem será o novo presidente da Apex.

Saiba mais: Jair Bolsonaro confirma decisão de demissão do presidente da Apex 

“Como parte do processo de dinamização e modernização do sistema de promoção comercial brasileiro, o ministro das Relações Exteriores, embaixador Ernesto Araújo, anuncia a exoneração do embaixador Mario Vilalva da presidência da Apex. O ministro das Relações Exteriores agradece a colaboração que o embaixador Mario Vilalva prestou à frente daquela agência nos meses iniciais da atual gestão”, informou a nota do Itamaraty.

[optin-monster-shortcode id=”npkxlwaleraa8psvnego”]

Vilalva é o segundo presidente da agência a ser demitido pelo governo de Jair Bolsonaro em menos de quatro meses de mandato. O primeiro a sair foi Alexandre Carreiro, demitido em janeiro. Carreiro tinha entrado em conflito com diretores indicados por Araújo.

A saída de Vilalva é uma vitória do ministro, seguidor do filósofo Olavo de Carvalho, que está travando uma disputa com os militares pelo poder na Apex.

Vilalva denuncia golpe de Araújo

Em entrevista concedida nesta terça ao jornal “O Estado de S.Paulo”, Vilalva classificou como “golpe” a mudança no estatuto do órgão promovida pelo ministro Araújo. Segundo ele, o ministro retirou poderes do presidente da agência e ampliou força de diretores.

Saiba mais: Carreiro diz que Itamaraty não pode demiti-lo da Apex e fica no cargo 

“Realmente não compreendo, esse tipo de postura por parte do ministro, esse tipo de atitude que eu considero mais um golpe, de fazer na calada da noite uma modificação profunda no estatuto para me tirar poderes e dar esse poder para pessoas que não estão preparadas”, afirmou Vilalva.

A alteração no estatuto da agência foi realizada pelo Itamaraty em março. O objetivo do Itamaraty era adequar a agência à legislação que a criou. Entretanto, teria sido feita sem que o presidente da própria Apex fosse consultado, e teria retirado poderes da presidência.

Segundo o ex-presidente da Apex, Araújo chegou lhe oferecer “postos maravilhosos no exterior” para que deixasse o cargo. “Eu não estou à venda, não estou aqui para amanhã ser comprado”, salientou Vilalva, que negou sua intenção de renunciar.

Saiba mais: Itamaraty: defenderemos as exportadores brasileiras de aço 

Crise após remoção de diretores

Uma portaria assinada por Vilalva deu início a crise com o Itamaraty. O ex-presidente da Apex retirou poderes dos diretores de Negócios, Letícia Catelani, e de Gestão, Márcio Coimbra, ambos indicados por Araújo.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/Lead-Magnet-1420x240-1.png

Catelani e Coimbra teriam se negado a assinar um contrato da agência com uma empresa citada na Operação Lava Jato. E por isso teriam sido demitidos por Vilalva que, entretanto, nega essa versão. Segundo o ex-presidente da Apex, a portaria foi assinada após ele “perceber que havia um certo relaxamento em relação a contratação de pessoas”.

A Apex é uma agência vinculada ao Ministério das Relações Exteriores, cuja função é promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros no País.

Carlo Cauti

Compartilhe sua opinião