PIB dos EUA cresce abaixo das estimativas e indica forte desaceleração na economia norte-americana; veja análises

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu ao ritmo anualizado de 1,1% no primeiro trimestre de 2023, segundo estimativa inicial divulgada nesta quinta (27) pelo Departamento de Comércio do País. O resultado ficou abaixo das expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que previam alta de 1,3% a 2,9% no período, com mediana de 2%.

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A primeira leitura mostra forte arrefecimento da economia norte-americana em relação ao quarto trimestre de 2022, quando o PIB dos EUA teve expansão anualizada de 2,6%.

O Departamento do Comércio informou também que o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu à taxa anualizada de 4,2% no primeiro trimestre, ganhando força depois de avançar 3,7% no quarto trimestre. Já o núcleo do PCE, que desconsidera preços de alimentos e energia, aumentou 4,9% entre janeiro e março, após alta de 4,4% no trimestre anterior.

O PCE é a medida de inflação preferida do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos.

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PIB dos EUA: Entenda números

Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos, afirma que a expectativa do mercado era de que o crescimento fosse de 2%. “Veio bem abaixo do esperado. O impacto nas Bolsas foi que o dólar hoje iniciou uma trajetória de queda grande”, explica o especialista. A moeda norte-americana voltou a ficar abaixo dos R$ 5 hoje.

Na visão de Celso Pereira, diretor de investimentos da Nomad, essa desaceleração na economia norte-americana pode ser atribuída, em partes, às elevações consecutivas de juros do Fed nos últimos meses. Esse movimento ocorreu com o objetivo de controlar a alta da inflação nos últimos dois anos.

“A probabilidade de recessão para os próximos 12 meses no país está hoje em 65%, de acordo com pesquisas com economistas. Apesar dessa situação ser preocupante, o mercado de trabalho ainda apresenta níveis historicamente baixos de desemprego, em torno de 3,5%, o que contribui para a expectativa de pelo menos mais uma elevação de juros nos EUA a ser anunciada na primeira semana de maio”, alerta Pereira.

A inflação americana fechou o ano de 2022 em 6,3% e a expectativa para esse ano é de 3,9%, ambos acima da meta de 2% do Fed. Para controlar a inflação, é inevitável que haja um menor crescimento da economia no país.

De acordo com o especialista, esse cenário delicado apresentado pelo PIB dos Estados Unidos também se reflete na Bolsa de Valores: “O investidor está se movendo para a segurança da renda fixa com prazos curtos de vencimento, em oposição a apostar na apreciação de mercado de ações, que está estagnado. Por exemplo, o S&P 500 (índice com as 500 maiores empresas americanas listadas na bolsa) subiu em 2023 somente 5,6%, aproximadamente, após uma queda de 19,4% em 2022”.

Com Estadão Conteúdo

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Erick Matheus Nery

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