Petróleo recua com avaliação do mercado sobre possível negociação diplomática

Depois de uma semana de ganhos, o petróleo encerrou esta sexta-feira (25) em baixa, Circularam rumores de que o conflito bélico entre Rússia e Ucrânia pode ter um desfecho diplomático — embora o exército russo tenha se aproximado de Kiev e exista a possibilidade de as tropas invadirem a capital do país hoje ou neste sábado (26). A cotação da commodity continua em patamares altos, na semana em que chegou a ultrapassar US$ 100. O pico do preço ocorreu na quinta, quando a Rússia iniciou a invasão.

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Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para abril fechou em baixa de 1,31% (US$ 1,22) nesta sexta e subiu 1,53% na semana, a US$ 91,59, enquanto o do Brent recuou 1,36% (US$ 1,30) nesta sexta-feira e ganhou 2,98% nos últimos sete dias, a US$ 94,12, na Intercontinental Exchange (ICE).

No final da tarde de hoje, a Globonews informou que um porta-voz da Ucrânia disse que governo já discute encontro com governo russo para falar sobre um possível cessar-fogo. Já o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que a Ucrânia não pretende negociar com o governo russo.

Segundo reportagem do Financial Times, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, teria pedido ao primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennet, para intermediar discussões para o fim do conflito pelas vias diplomáticas com Vladimir Putin. Não foi divulgado se Bennet concordou em conversar com Putin. Zelensky é judeu e estaria acreditando que o diálogo entre Rússia Israel poderia levar a um cessar-fogo.

O petróleo começou a perder fôlego no mercado futuro nesta sexta diante da perspectiva de que as sanções de aliados ocidentais à Rússia pouparam, até agora, o setor de energia do país. “Por enquanto, os produtores de commodities foram poupados, pois o Ocidente não sinaliza intenção de interromper a produção de matérias primas críticas, sinalizando pouco apetite político por sanções com consequências inflacionárias”, comenta o TD Securities.

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O movimento se intensificou – chegando a provocar queda de quase 3% nos contratos – após o Kremlin sinalizar que pode reiniciar negociações diplomáticas com os ucranianos.

40% do preço atual do petróleo é atrelado ao risco, diz Capital Economics

A Capital Economics estima, em relatório, que cerca de 40% do preço atual do petróleo é adição do atual prêmio de risco, que tende a despencar em caso de alívio das tensões no Leste Europeu, “ainda que seja claramente improvável que isso ocorra em breve”, diz.

Como resultado, embora tenha elevado suas projeções de curto prazo para o preço do petróleo, a Capital continua a prever preços mais baixos no médio prazo, “sob a suposição de que esses prêmios de risco acabarão por diminuir”.

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Também foi acompanhado pelo mercado nesta sexta o comunicado divulgado pela Agência Internacional de Energia (AIE), em que seu diretor executivo, Fatih Birol, afirmou que o conflito na Europa alimenta preocupações para o setor global de energia. O documento veio após reunião do dirigente com 31 membros da AIE.

Além disso, fontes ouvidas pela Reuters afirmaram que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) deverá manter a estratégia dos últimos meses e aprovar mais um aumento de 400 mil barris por dia (bpd) em sua produção para abril, durante reunião marcada para 2 de março, apesar da invasão da Ucrânia por forças russas.

(Com informações da Agência Estado)

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Bruno Galvão

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