Oi (OIBR3): dono da Claro esclarece se tem interesse na tele após aprovação da recuperação judicial

O bilionário mexicano Carlos Slim, fundador e controlador do Grupo América Móvil (AMX), disse nesta sexta-feira, 19, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que não tem interesse em administrar a Oi (OIBR3), cuja recuperação judicial foi aprovada. Ele foi questionado sobre o assunto por jornalistas no Palácio do Planalto.

“Estamos planejando investir mais e competir mais”, disse o empresário. Ele afirmou que deve investir cerca de R$ 40 bilhões no Brasil nos próximos cinco anos. A marca mais famosa do mexicano no País é a Claro.

Acompanharam Carlos Slim e Lula na reunião o presidente mundial da América Móvil, Daniel Hajj; o presidente do Conselho de Administração da América Móvil, Carlos Slim Domit; o presidente da Claro Brasil, José Félix; e o vice-presidente de Relações Institucionais da Claro Brasil, Fábio Andrade. Os nomes estão listados na agenda oficial de Lula.

Bilionário mexicano fala em investir R$ 40 bi no Brasil

Slim e Lula conversaram sobre o panorama da economia e investimentos programados para os próximos anos. Um dos homens mais ricos do planeta, Slim tem uma fortuna estimada em quase US$ 100 bilhões, segundo estimativas da revista norte-americana Forbes. Após o encontro com Lula, o empresário elogiou os rumos da economia brasileira.

“Falamos das economias, como estão, a economia do Brasil, que está cada vez melhor, com a inflação muito reduzida, muitos planos de investimento e o interesse que temos de seguir investindo em telecomunicações”, disse em conversa com jornalistas.

O mexicano anunciou planos de investimentos para os próximos anos da Claro no Brasil, que prevê aportes de R$ 40 bilhões, especialmente em fibra ótica, internet de alta velocidade e serviços para cidadãos e empresas a partir da tecnologia 5G.

Slim também falou sobre a alta concorrência do mercado brasileiro em telecomunicações e defendeu uma revisão da neutralidade de rede, para que as grandes plataformas de tecnologia, as chamadas big techs, paguem pelo uso intensivo de dados. As quatro maiores big techs do mundo (Apple, Microsoft, Meta e Google) usam, segundo Slim, 70% da rede de tráfego de dados disponibilizada pelas empresas de telecomunicações.

“Eu creio que a neutralidade da rede faz com que as grandes empresas, que fazem grandes operações, usem a rede, e seria conveniente que fizessem um pagamento mínimo, que se reverta em benefício ao consumidor, através de mais investimento e menores preços”, defendeu.

Oi aprova novo plano de recuperação judicial em assembleia de credores

Após adiamentos e reformulações, enfim a Oi conseguiu aprovar o novo plano de recuperação judicial em Assembleia Geral de Credores (AGC). O anúncio da companhia chega aos acionistas e mercado em geral nesta sexta-feira (19).

Presentes na AGC, estavam os credores da companhia e suas subsidiárias “recuperandas”, a Portugal Telecom International e a Oi Brasil Holdings Coöperatief, ambas em recuperação judicial.

“O plano aprovado visa assegurar a viabilidade operacional e a sustentabilidade às recuperandas, com vistas à superação de sua atual situação econômico-financeira e à continuidade de suas atividades”, afirma o documento divulgado pela Oi.

O novo plano de recuperação judicial da Oi será submetido à homologação do Juízo da 7ª Vara Empresarial da Comarca na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos termos da lei.

A decisão positiva, entretanto, não surpreende alguns analistas. Segundo Leandro Botelho, sócio da Ipê Avaliações, quando a AGC ocorre, os detalhes do plano já foram definidos e negociados com os credores para aumentar a chance de aprovação.

Sobre os quatro adiamentos na AGC e a dificuldade da companhia de apresentar o plano final de RJ, o especialista explica que a captação de mais recursos é um dos pontos mais delicados para os credores.

“A Oi possui uma necessidade muito grande de liquidez para dar continuidade às suas operações então é esperado que esse problema seja tratado dentro do plano e, como envolve a captação de novos recursos, acaba por ser um tema espinhoso junto aos credores e demandando maior discussão,” diz Botelho.

Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil

Redação Suno Notícias

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