Movida (MOVI3) lucra R$ 110 milhões e tem melhor primeiro trimestre de sua história

A Movida (MOVI3) lucrou R$ 110 milhões no primeiro trimestre de 2021, com o número crescendo 99% na comparação com os R$ 55,1 milhões registrados no mesmo período do ano passado. O valor, divulgado em documento publicado no fim da noite desta terça-feira (27), é o melhor resultado da  companha para um intervalo do tipo.

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A receita líquida da companhia, porém, caiu 20,4% na base anual, ficando em R$ 805 milhões, contra R$ 1,01 bilhão nos primeiros três meses de 2020. Segundo a Movida, essa queda se deu por conta da priorização do seu serviço de aluguel de veículos (RAC) e de gestão e terceirização de frotas (GTF), em detrimento da venda de carros.

A receita líquida dos aluguéis saltou de R$ 452 milhões para R$ 530,3 milhões na base anual, alta de 17,3% – com os dois tipos de serviços batendo recordes. A receita da venda de ativos, por outro lado, caiu 50,9%, saindo de R$ 559,2 milhões para R$ 274,5 milhões.

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A Movida termina o primeiro trimestre de 2021 com uma frota de 122,6 mil carros, contra 119,1 mil no primeiro trimestre do ano passado. O número de carros vendidos no período foi de apenas 5,3 mil, contra 14,1 mil entre janeiro e março de 2020.

Tanto no serviço de aluguel de veículos quanto no de gestão de frotas, a Movida conseguiu diminuir seus custos – no RAC a redução foi de 21,9% na base anual, com os custos ficando em R$ 37 milhões. A queda é explicada, segundo a empresa, por conta de uma maior disciplina e redução da depreciação.

Já os custos de operação e depreciação do GTF caíram 8,8% para R$ 59,2 milhões, por conta da redução das taxas de depreciação aplicadas e pela melhor performance da revenda desta linha.

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Com o melhor desempenho operacional, mesmo com a queda da receita, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Movida ficou em R$ 304,5 milhões, alta de 35,3% na base anual. A margem Ebitda sobre a receita líquida total foi de 37,8%, ante 22,3% no mesmo período do ano passado.

Dívida da Movida cresceu

O resultado financeiro, no entanto, apresentou piora. A companhia teve um prejuízo de R$ 76,7 milhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 69,7% na base anual e de 107,9% na trimestral – o pior gasto foi com juros líquidos, que subtraiu R$ 69,4 milhões do resultado. A Movida viu sua dívida líquida chegar a R$ 3,34 bilhões, ante R$ 2,6 bilhões no fim do ano passado: a companhia emitiu um bond de US$ 500 milhões no começo de 2021.

A Movida fecha o primeiro trimestre de 2021 com um múltiplo de alavancagem, medido pela relação entre dívida líquida e Ebitda (DL/Ebitda) de 3,2, crescendo na comparação com o primeiro trimestre de 2020 (2,4) e com o último (2,7).

XP vê “resultados fortes”

Para a XP Investimentos, os números apresentados pela Movida vieram em linha com as expectativas: o lucro foi apenas 3% maior daquilo esperado pela corretora.

Como pontos positivos, os analistas Pedro Bruno e Lucas Laghi apontaram a margem no segmento RAC e a perspectiva positiva para o setor de seminovos. Do lado negativo, a margem no setor de GTF veio mais fraca e as despesas financeiras vieram acima do esperado, por conta, principalmente, de um desembolso não recorrente devido a antecipação de dívidas.

A XP reiterou sua recomendação de compra para a Movida e fixou o preço-alvo em R$ 23 por ação.

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Vitor Azevedo

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