Balanços da semana

Movida (MOVI3): BTG e XP reiteram compra e veem valorização após resultados do 2T22

O BTG Pactual e a XP Investimentos divulgaram suas impressões sobre a Movida (MOVI3) nesta terça-feira, após a empresa ter divulgado seus resultados operacionais do 2T22.

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O balanço do 2T22 agradou as duas instituições, que deram recomendação de compra dos papéis da Movida, com o BTG estipulando preço alvo de R$ 28.

A companhia reportou resultados em linha com as expectativas da XP e do BTG, com uma receita líquida de R$ 2,3 bilhões (alta de 91%  em relação ao mesmo período; avanço de 17% na comparação com o trimestre anterior), Ebitda de R$ 905 milhões (+133% a/a; +5% t/t) e lucro líquido de R$ 187 milhões (incremento de 7% a/a e queda de 27% t/t).

Além da queda trimestral no lucro líquido, uma maior despesa financeira líquida (+492% a/a; +39% t/t) reflete aumento da posição de dívida líquida da empresa e taxas de juros significativamente mais altas.

Olhos nos seminovos, aluguel e gestão de frotas

A divisão de seminovos da Movida registrou receita líquida de R$ 1,2 bilhão (+82% a/a), refletindo a estratégia de renovação da frota e a maior participação do canal de atacado, tendo vendido 18,5 mil veículos (+48% a/a) com ticket médio de R$ 66,6 mil (+22% a/a) — o que é encarado como forte ponto positivo para a XP.

A estratégia de renovação da frota adicionou cerca de 15 mil veículos, atingindo uma frota total de 207 mil. Para a XP, a pressão na margem Ebitda dos seminovos de -4,3p.p. na base trimestral, refleteo cenário de mercado ainda não normalizado e questões da cadeia de suprimentos.

A XP pontua que Movida aumentou suas taxas de depreciação anualizadas no segmento de “Rent-a-Car” (RAC) para R$ 5 mil por veículo (vs. 4,1 mil/veículo no 1T22), o que deve ser motivo de atenção.

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Em contrapartida, a companhia reduziu a mesma taxa para o segmento de Gestão e Terceirização de Frotas (GTF) para R$ 3,9 mil por veículo (vs. R$ 4,1 mil/veículo no 1T) devido a perspectivas de venda dos veículos no curto prazo.

No segmento de RAC, o volume de tarifas diárias foi de 5,7 mil (+23% a/a), com aumento de 50% a/a nas tarifas que comprava a capacidade de repasse de preços da Movida, segundo o BTG.

A surpresa positiva para ambas as instituições veio da divisão de GTF, com receita líquida de R$ 441 milhões (+125% a/a; +11% t/t), impulsionada pela expansão da frota e aumento do ticket médio mensal (+30% a/a) e margem Ebitda praticamente estável na base trimestral, de 71,5%.

Observando um desempenho operacional “robusto” e margens estáveis, os analistas Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Marcel Zambello, do BTG, vêem os papéis da Movida sendo negociados a um valuation “atraente”, de 4,0x P/L em 2023, reiterando sua recomendação de compra.

“Os investidores provavelmente monitorarão o aumento das tarifas (para refletir o maior custo de capital), a alavancagem financeira, com a normalização da oferta de veículos prevista para o final do ano e as margens do segmento de seminovos”, afirmaram os analistas do BTG.

Potencial de valorização

Os papéis da Movida fecharam em alta de 0,38% nesta terça-feira, sendo negociados a R$ 13,06 — o que, com o preço alvo estipulado pelo BTG, dá à ação um potencial de valorização de cerca de 115%.

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Laura Intrieri

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