Mercado reduz projeção de déficit público em 2019 para R$ 98,175 bi

Analistas do mercado financeiro reduziram a projeção de déficit primário das contas públicas em 2019 para R$ 98,175 bilhões. Se confirmado, o rombo ficará abaixo da meta estipulada pelo governo, de R$ 139 bilhões.

A estimativa está presente no último levantamento elaborado pela Secretaria de Política Econômica, do Ministério da Economia. O documento foi divulgado nesta quinta (14). A projeção anterior, de fevereiro, era de que 2019 terminaria com um déficit primário de R$ 99,560 bilhões – cálculo também inferior aos R$ 102,385 previstos anteriormente.

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O resultado primário é a soma de tudo que o governo arrecada menos as despesas, sem incluir no cálculo o custos do pagamento dos juros.

A projeção do rombo para 2020 é menor, e se manteve desde o levantamento de fevereiro. No ano que vem, analistas preveem que o déficit chegue a R$ 65,462 bilhões. A previsão está em melhor situação do que o calculado pelo governo federal, que trabalha com uma meta de R$ 110 bilhões para o próximo ano.

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Os valores ainda estão bem acima do objetivo do ministro Paulo Guedes. Ele afirmou que buscaria zerar o rombo fiscal neste ano. “Vamos botar metas impossíveis, vamos zerar o déficit neste ano. Vai ser difícil, mas vamos fazer o máximo possível”, declarou Guedes durante evento no Banco Central, em janeiro.

Vai contra os planos do governo as despesas com a Previdência, que crescem ano a ano e somaram R$ 290,297 bilhões em 2018. Para ajudar a combater o resultado negativo, o espera arrecadar R$ 100 bilhões com o megaleilão de petróleo do pré-sal, marcado para 28 de outubro.

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O governo quer evitar a alta no endividamento, que bateu 76,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no fim de 2018. Mesmo com a aprovação da reforma da Previdência, essa taxa deve chegar a um pico de 80% do PIB em 2022 para então declinar, de acordo com cálculos do Tesouro Nacional. O nível de endividamento do Brasil é bem acima da dívida bruta de outros países emergentes, cuja média é por volta dos 50% do PIB.

Guilherme Caetano

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