Mercado Financeiro eleva pela 7º semana seguida projeção para o IPCA no ano

Projeção do mercado financeiro, divulgada pelo Banco Central por meio do Boletim Focus nesta quarta-feira (2), indica que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2022 deverá ser 5,60%. A previsão é maior do que a da semana passada, quando a taxa estimada era de 5,56%. Trata-se da 7ª semana consecutiva de alta de projeção da inflação.

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Desde o ano passado, o mercado financeiro já sinalizava a inflação de 2022 acima do teto da meta estipulado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O CMN estipulou como meta a inflação em 3,5% em 2022, com um intervalo de tolerância de 1,5 p.p. para cima ou para baixo. Ou seja, 2% é o piso da meta e 5% é o teto.

Apesar da expectativa do IPCA acima da meta no próximo ano, o mercado manteve sua previsão para a taxa Selic em 2022. O relatório desta quarta prevê o juros básico do País em 12,25% ao final do ano.

Em meio à invasão da Ucrânia pela Rússia e à decisão do governo de baixar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 25%, a mediana apurada para IPCA para 2023 também voltou a subir marginalmente e a de 2024 seguiu aumentando, em sinal de desancoragem em relação à meta.

Com o impacto do conflito no Leste Europeu sobre os preços internacionais de petróleo, o fornecimento de fertilizantes e também sobre o funcionamento das cadeias globais de produção, a avaliação de especialistas é de aumento da pressão sobre a inflação brasileira. Por outro lado, a redução do IPI tende a aliviar o IPCA.

No Boletim Focus, a expectativa para o IPCA em 2023 teve elevação de 3,50% para 3,51%, acima do centro da meta (3,25%, banda de 1,75% a 4,75%). A mediana era 3,50% há quatro semanas.

Considerando as 58 alterações nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2022 também subiu levemente, de 5,59% para 5,61%. Para 2023, as 57 alterações feitas nos últimos cinco dias úteis elevaram a estimativa mediana de 3,51% para 3,57%.

Para 2024, a mediana subiu pela terceira semana seguida, de 3,09% para 3,10%, enquanto a projeção para 2025 continuou em 3,00%. Há quatro semanas, ambas as projeções eram de 3,00%.

A meta para 2024 é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto porcentual (de 1,5% para 4,5%). Para 2025, por sua vez, a meta deve ser definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em junho.

No comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) de fevereiro, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 5,4% em 2022 e 3,2% em 2023. O colegiado elevou a Selic em 1,5 ponto porcentual, para 10,75% ao ano.

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Mercado financeiro mantém a estimativa para o PIB em 2022

Os especialistas ouvidos pelo BC mantiveram a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. No relatório desta semana, o mercado avaliou o PIB brasileiro em 2022 crescendo 0,30%.

Há quatro semanas, o Boletim Focus indicava um crescimento econômico de 0,30% em 2022.

Já em 2023, a previsão do PIB ficou em 1,50%, como na semana anterior.

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Dólar em R$ 5,50

A mediana das expectativas do mercado para o cenário do dólar em 2022 se manteve em R$ 5,50. Há quatro semanas estava em R$ 5,60.

Já para o próximo ano, a previsão para o dólar caiu para R$ 5,31.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano.

A mudança foi anunciada em janeiro de 2021 pelo BC. Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

Estimativa para a Selic de 2022 segue em 12,25% no Focus do BC

Mesmo com o avanço contínuo das estimativas de inflação, os economistas do mercado financeiro mantiveram pela segunda semana consecutiva a projeção para a alta da taxa básica de juros neste ano. A estimativa seguiu em 12,25% ao ano no fim de 2022, conforme o Relatório de Mercado Focus. Há um mês, era de 11,75%.

Considerando apenas as 50 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para a Selic no fim deste ano também continuou em 12,25%.

No Comitê de Política Monetária (Copom) de fevereiro, o Banco Central indicou redução do ritmo de alta de juros para os próximos passos. “Em relação aos seus próximos passos, o Comitê antevê como mais adequada, neste momento, a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros. Essa sinalização reflete o estágio do ciclo de aperto, cujos efeitos cumulativos se manifestarão ao longo do horizonte relevante”, disse, após elevar a Selic em 1,50 ponto porcentual este mês, de 9,25% para 10,75% ao ano.

Já a estimativa do Focus para a taxa Selic no fim de 2023 continuou em 8,00%, ante igual taxa há quatro semanas.

Para 2024, oscilou de 7,38% para 7,25%, ante 7,00% de um mês atrás.

A previsão para o fim de 2025 continuou em 7,00%, repetindo a taxa de quatro semanas atrás.

Resumo do Boletim Focus

Veja, em detalhes, as projeções mais importantes para 2021 e 2022:

2022

  • PIB: previsão de crescimento da economia manteve-se em 0,30%;
  • IPCA: aumentou para 5,60%;
  • Taxa Selic: manteve-se em 12,25%;
  • Dólar: manteve-se em R$ 5,50;
  • Balança Comercial: a expectativa de superávit aumentou para US$ 64,06 bilhões;
  • Investimento Estrangeiro Direto: ficou em US$ 60 bilhões;
  • Déficit Primário: a previsão ficou em -0,80% do PIB;
  • Resultado Nominal: piorou para -8,00% do PIB.

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2023

  • PIB: manteve-se em 1,50%;
  • IPCA: aumentou para 3,51%;
  • Taxa Selic: se manteve em 8,00%;
  • Dólar: diminuiu para R$ 5,31;
  • Balança Comercial: a expectativa de superávit aumentou para US$ 51,60 bilhões;
  • Investimento Estrangeiro Direto: se manteve em R$ 69,93 bilhões;
  • Déficit Primário: aumentou para 0,50% do PIB;
  • Resultado Nominal: piorou para -7,15% do PIB.

Previsão do mercado financeiro, o relatório do Boletim Focus é elaborado semanalmente pelo Banco Central. São utilizadas as projeções dos especialistas das 100 principais instituições ligadas ao mercado financeiro do Brasil.

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Com informações do Estadão Conteúdo

Poliana Santos

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