Méliuz (CASH3): Genial recomenda compra após queda das ações; entenda por quê

A Genial Investimentos atualizou a cobertura das ações do Méliuz (CASH3), fintech de cashback, com recomendação de “compra” e preço-alvo de R$ 2,45. A empresa vai divulgar os números do segundo trimestre de 2022 na próxima segunda (15).

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Entre prejuízos líquidos, inflação no varejo, volatilidade alta e uma queda de cerca de 25% desde a sua oferta inicial de ações (IPO), o que a Genial está vendo na fintech pioneira em cashback?

O potencial de cross sell da vertical de shoppings com a de Serviços Financeiros e a nova empreitada do Méliuz na concessão de crédito são os principais destaques positivos da empresa para a Genial.

Enquanto muitos no mercado ainda veem a fintech com alguma desconfiança, a Genial afirma que a simplicidade que fez o modelo de negócio do Méliuz ser bem-sucedido tão rápido também se tornou um dos maiores percalços para a empresa.

Em 2021, a empresa começou a mirar no fornecimento de serviços financeiros como concessão de crédito, a partir da aquisição da Acesso Bank, sem pretender virar um banco digital.

“Na nossa análise a companhia entendeu que o investimento e geração de linhas de receita em serviços financeiros deverão ser os maiores drivers de crescimento do Méliuz nos próximos anos”, afirmaram os analistas Igor Guedes e Eduardo Nishio da Genial Investimentos.

Com essa perspectiva em mente, a Genial acredita que a iniciativa do Méliuz na vertical financeira pode representar o marco inicial da subida da “montanha-russa” das ações após a acentuada queda. Entretanto, reiteram que o estágio ainda é muito inicial.

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Segundo a Genial, a sua tese de investimento no Méliuz está pautada nessa execução da gestão de crédito, uma nova linha de negócios surgindo nesse segundo trimestre.

Uma mão lava a outra: a vertical de shoppings, por meio do cashback, deve continuar aumentando a base de clientes, na visão da Genial, mas a rentabilização desses clientes deverá ser feita pela vertical de serviços financeiros, oferecendo uma experiência mais abrangente de consumo. “Na nossa visão, aí está o grande potencial de upside [potencial de alta] do Méliuz”, diz a Genial.

Caso o Méliuz não erre a mão no ritmo de concessão de crédito, deve conseguir uma boa amplitude de tamanho de carteira no longo prazo, afirmam os analistas. A Genial vê como promissora a sinalização da Méliuz por crescimento conservador e gradativo da carteira de crédito.

Em comparação com o Inter (INBR31), a Genial avalia que o Méliuz cresceu sua base mais rapidamente do que o banco digital com um portfólio de serviços muito mais escasso, comprovando ser um negócio mais escalável à medida que a empresa expandir o seu portfólio.

Porém, a demora em entrar no mercado de concessão de crédito pode ter consequências para o Méliuz, em uma projeção de curto prazo inferior a 5 anos.

No lado de pontos negativos, a Genial diz que há uma curva de aprendizado para os entrantes no mercado de crédito que costuma ser cruel no País. Por isso a Genial vê um risco de execução bastante elevado para o Méliuz.

Projeções para o Méliuz no 2T22

A Genial espera que o Méliuz comece a fazer receita oriunda dos cartões de débito e crédito a partir do 3T22, mas será pouco representativa, de forma que, nesses dois próximos trimestres, espera uma queda de receita vinda do cartão co-branded que não será compensada pela receita do cartão próprio.

“Acreditamos que esse descasamento deve pressionar ainda mais as margens da companhia no curto prazo, o que nos leva a acreditar que não veremos uma reversão do prejuízo de -R$ 6,5 milhões auferidos pela empresa no 1T22”, diz a Genial.

A Genial projeta um crescimento na receita líquida de 3% na comparação trimestral e 70% na comparação anual, além de um prejuízo líquido de – R$ 13,642 milhões.

A corretora projeta um Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) pouco otimista para o Méliuz, próximo a -R$ 21 milhões, com queda de 23% nas margens.

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Ana Clara Macedo

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