Quais os melhores investimentos para “surfar” na queda da Selic?

O Banco Central reduziu mais uma vez a taxa Selic, chegando ao patamar de 11,25%. Em comunicado, o BC ainda deixou aberta a possibilidade de novos cortes na taxa. Neste panorama, quais os melhores investimentos para aproveitar a queda dos juros?

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De fato, a renda fixa tradicional não tem a mesma atratividade quando a Selic estava a 13,75% ao ano, mas está longe de perder sua importância em um portfólio de investimentos.

Os papéis indexados à inflação ganham destaque, conforme ressaltam os especialistas. Também há espaço para o crédito privado que, apesar do risco maior, pode pagar prêmios acima do CDI.

Para quem não abre mão de mais retorno, a bolsa de valores é uma opção óbvia. Seja por meio de ações, fundos imobiliários, fundos de investimentos ou ETFs, há muitos papéis descontados, que podem criar espaço para novas valorizações.

Renda fixa: preferência para os indexados à inflação

A redução da taxa Selic tem influência direta nos investimentos de renda fixa, especialmente aqueles atrelados à taxa básica de juros, como os títulos públicos e fundos de investimento DI, afirma Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos.

“Mesmo com uma Selic menor, a renda fixa não perde seu valor, principalmente para aqueles investidores que buscam manter uma base sólida e menos sujeita às oscilações do mercado, servindo como um elemento estável em seus portfólios de investimentos”, afirma o especialista.

Além disso, os produtos de renda fixa atrelados ao IPCA têm um objetivo claro em um portfólio de investimentos: proteger o poder de compra do consumidor.

Segundo Alessandra Gontijo, sócia da Investo, “investir com o objetivo de se proteger da inflação é uma estratégia que possibilita o investidor a manter o seu poder de compra ao longo dos anos”.

Em sua visão, os ETFs são opções relevantes para quem investe em renda fixa. Dentre as opções disponíveis no mercado hoje, “o NTNS11 continua sendo uma das mais interessantes, pois é um ETF – composto por NTN-Bs curtas – que rende IPCA + 5,60% atualmente, com baixa volatilidade e com a menor taxa do mercado de 0,19% a.a. de taxa de administração”, destaca.

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Crédito Privado e fundos de infraestrutura: prêmios acima do CDI

Para obter ganhos maiores que o CDI, os investidores deverão tomar mais risco, inclusive com a renda fixa. Vitor Duarte, CIO da Suno Asset acredita que os fundos de infraestrutura que investem em debêntures incentivadas são excelentes opções.

“Se a taxa Selic está baixa e pode chegar entre 8% a 9% ao ano, o CDI ao mês vai estar 0,7%. Isso significa que, se alguns FI-Infra pagarem entre 0,8% a 0,9% ao mês, eles ganham da renda fixa tradicional”, diz Vitor Duarte, CIO da Suno Asset.

Isso traz maior apelo dos investidores tirarem seus recursos do Tesouro Direto e virem para fundos de renda fixa, como os fundos de infraestrutura, acredita Duarte, da Suno Asset.

“Com uma taxa de juros muito baixa, e o Tesouro Direto pagando menos, o investidor vai buscar algo que pague um pouco mais, o que pode trazer dinheiro para esse segmento de infraestrutura”, finaliza o gestor.

Bolsa de valores: ações, fundos de investimentos FIIs e ETFs

Com as quedas na taxa Selic, o panorama dos investimentos em renda variável tem passado por significativas mudanças e despertado a atenção de economistas e investidores, afirma o CEO da iHUB Investimentos.

O especialista comenta que a bolsa continua atrativa. “Temos papéis com preços bastante descontados, visto que muitas empresas continuam saudáveis e registrando lucro. Temos um preço de commodities apreciado também, então as oportunidades na bolsa continuam e estão disponíveis para todos os investidores“, finaliza Paulo Cunha.

Entre os ativos de renda variável, os fundos imobiliários ganham destaque, com bons indicadores operacionais e rendimentos crescentes, aponta Pedro Dafico, analista de FIIs da Suno Research.

Dentro desse cenário, o especialista comenta que a tendência principal é de que os segmentos de tijolo, ou seja, shoppings, fundo de renda urbana com foco em imóveis de varejo e galpões logísticos, sejam mais favorecidos, por sua ligação direta com a economia real.

“O afrouxamento da política monetária – com a queda da Selic – tende a provocar o aquecimento da economia, e isso resulta em novos empreendimentos, em crescimento das vendas, melhor resultado no e-commerce, que tende a ampliar o uso dos galpões logísticos”, explica Dafico.

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Gustavo Bianch

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