Melhorar Bolsa Família é melhor que ampliar coronavoucher, diz Mansueto
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida informou nessa quinta-feira (14) , que embora o auxílio emergencial para trabalhadores informais, conhecido como coronavoucher, seja muito importante no momento de crise, é caro para ser mantido por mais tempo. A declaração foi dada durante uma audiência pública virtual para acompanhar a situação fiscal e a execução orçamentária e financeira das medidas relacionadas ao novo coronavírus (Covid-19).
O secretário afirmou que, caso haja a necessidade de manter o pagamento do coronavoucher, o Congresso Nacional precisará analisar quais programas serão mantidos, pois segundo ele, “a dívida começa a preocupar”.
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Já sobre a possibilidade do auxílio ser permanente, o secretário declarou que as políticas voltadas para as pessoas de baixa renda, como o Bolsa Família devem se tornar permanentes. “O Bolsa Família é um programa que tem mais de 15 anos e sempre foi bem avaliado, é um programa que custa R$ 30 bilhões por ano, é um programa muito barato”.
Almeida ainda acrescentou dizendo que “a solução para a informalidade não é pegar 38 milhões, 40 milhões de pessoas e colocar em um programa de transferência de renda”. Segundo o economista, programas como o Bolsa Família precisam ser aprimorados, bem como a saúde pública e a educação no Brasil.
Além disso, o secretário alegou que a carga tributária pode ter relação com o aumento da informalidade no país. “Temos que combater o que leva ao aumento da informalidade. Às vezes, é a carga tributária; às vezes, é um sistema tributário complexo, em que o dono de uma mercearia, o dono de uma oficina pequena não consegue nem preencher o papel para pagar imposto” declarou ele.
Gastos com coronavoucher
O economista ainda salientou que “o aumento do gasto tem sido em despesas temporárias, são despesas que começam e terminam este ano. Eu me preocuparia se esse aumento do gasto fosse em despesas permanentes, despesas que ficariam para sempre no orçamento”.
Além disso, no início da semana, o Ministério da Economia, desmentindo a afirmação do secretário especial da pasta, Carlos Costa, sobre a permanência do auxílio emergencial mesmo após o fim da pandemia, declarou que “as despesas criadas neste momento de excepcionalidade não devem ser transformadas em permanentes para não comprometer a recuperação das contas públicas a partir de 2021 e nem a trajetória”.
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Já o presidente, Jair Bolsonaro, salientou que a continuação do pagamento do auxílio após o fim do período pré definido, diz respeito ao ministro da Economia, Paulo Guedes.
Segundo Bolsonaro, cada R$ 600 a mais, pagos à beneficiários do coronavoucher, significam R$ 30 bilhões de gastos.