CEO da BlackRock (BLAK34): acabou o tempo de reajuste pequeno a quem ganha pouco

Larry Fink, CEO da maior asset do mundo, a BlackRock (BLAK34) – com mais de US$ 10 trilhões em ativos administrados (AuM, na sigla em inglês) -, avalia que acabou o mundo em que “mal aumentavam os salários para aqueles com rendimentos baixos e médios”.

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“As empresas que não se adaptam a essa nova realidade e não respondem aos seus trabalhadores fazem isso por sua conta e risco”, avalia o executivo.

Entre os fatores que apontam para este novo cenário, Larry Fink destaca as altas históricas em pedidos de desemprego nos EUA e no Reino Unido, assim como o maior crescimento do salário americano em décadas.

“Embora a rotatividade e o aumento dos salários não sejam uma caraterística de todas as regiões ou setores, funcionários em todo o mundo querem mais de seus empregadores, incluindo maior flexibilidade e trabalhos mais significativos”, defende o CEO da BlackRock.

Para Fink, no texto anual intitulado “O Poder do Capitalismo”, nenhuma outra relação foi mais alterada pela pandemia do que a relação entre empregadores e funcionários.

A criação deste ambiente está mais complexa do que nunca e também vai além das questões de pagamento e flexibilidade. Segundo o CEO, além de melhorar a relação com o local físico de trabalho, a pandemia também evidenciou questões como igualdade racial, cuidados infantis e saúde mental – e revelou a lacuna entre as expectativas geracionais no trabalho.

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Nos Estados Unidos, o movimento “antiwork” tem ganhado tração com o que ativistas chamam de “A Grande Demissão” (ou “The Great Resignation“, em inglês): manifestações que cobram o aumento do salário mínimo, avanço dos sindicatos e melhores condições de trabalho.

Em novembro de 2021, 4,5 milhões de pessoas pediram demissão de forma voluntária nos Estados Unidos, segundo dados do Departamento de Trabalho, o maior valor já registrado na série histórica que começou em 2001, e avanço de 7% em relação ao mês anterior.

Para o CEO da BlackRock, temas ligados à permanência dos trabalhadores agora são o centro das atenções dos gestores, que devem ser cuidadosos sobre como se conectam a questões sociais importantes para seus funcionários.

“Aqueles que demonstram humildade e permanecem fundamentados em seus propósitos são mais propensos a construir o tipo de vínculo que prolonga a carreira de alguém”, defendeu.

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BlackRock e fundamentos ESG

Fink também avalia que a maioria dos stakeholders– desde acionistas a funcionários, clientes, comunidades e reguladores – agora espera que as empresas desempenhem um papel na descarbonização da economia global.

“Todas as empresas e todos os setores serão transformados pela transição para um mundo de emissão zero. A pergunta é: você conduzirá ou será conduzido?”, reforça o gestor da BlackRock.

Apesar da posição, Fink diz que desinvestimento de setores inteiros – ou simplesmente a passagem de ativos com uso intenso de carbono de mercados públicos para mercados privados – não fará com que o mundo chegue à meta de emissão zero.

“E a BlackRock não busca o desinvestimento de empresas de petróleo e gás como política”, conclui.

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Pedro Caramuru

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