Guerra em Israel: como o mercado deve reagir nesta segunda-feira?

As incertezas em torno da abrangência e da duração do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas devem levar a uma onda de aversão ao risco “fortíssima” nos mercados financeiros globais nesta segunda-feira (9), afirma o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho.

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Nesta segunda-feira, é feriado de Columbus Day nos Estados Unidos, mas apenas o mercado de Treasuries estará fechado.

Com a guerra em Israel, Segundo Velho, a perspectiva é de corrida ao dólar e fuga da renda variável tanto no exterior como no Brasil. Por aqui, as taxas de juros curtas devem subir na esteira do avanço das cotações internacionais do petróleo e da depreciação do real, que pressionam a inflação no curto prazo. Ao longo da semana, contudo, o chamado movimento de “fuga para a qualidade” pode promover arrefecimento das taxas dos Treasuries e, por tabela, queda dos juros futuros longos no Brasil.

“Em movimento típico de aversão ao risco por problema financeiro ou macroeconômico, dólar sobe, enquanto bolsas e commodities caem. Mas como essa guerra pode mexer com países exportadores de petróleo, como Irã, deve haver uma alta forte das cotações da commodity”, diz Velho, ressaltando que, caso se confirme a informação de que Irã teria financiado ações do Hamas, pode haver novas sanções ao país dos aiatolás.

Para Velho, os mercados devem ter no radar que a resposta de Israel aos ataques do Hamas será forte e duradoura, incluindo uma invasão terrestre. As dúvidas pairam sobre eventual reação do Irã ao esforço de guerra israelense, o que pode levar a uma escalada das tensões geopolíticas e aumentar as incertezas sobre o desempenho da economia mundial.

Diante da eclosão do conflito no Oriente Médio, o economista observa que os indicadores que serão divulgados ao longo da semana perdem um pouco de sua relevância na formação de preços, caso do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro e a ata do mais recente encontro de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), ambos na quarta-feira (11), além do índice de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) em setembro nos EUA, na quinta-feira (12).

“Agora as autoridades monetárias vão ter que lidar com um novo contexto, levando em conta aspectos que não estavam na mesa antes do início do conflito entre Israel e o Hamas“, diz Velho.

Banco Central israelense busca sustentar moeda em meio à incerteza do mercado

O Banco Central de Israel informou, em comunicado divulgado nesta segunda-feira (9), que venderá até US$ 30 bilhões em divisas para moderar a volatilidade da moeda do país, o shekel israelense, após o início do conflito com o grupo Hamas, na Faixa de Gaza.

No início do pregão desta segunda, o shekel caiu para uma mínima de quase oito anos em relação ao dólar americano. O BC israelense acrescentou ainda que também forneceria liquidez adicional de até US$ 15 bilhões, para “a continuação do bom funcionamento dos mercados”.

Bolsas da Ásia fecham mistas, com perdas na China após feriado e de olho no Oriente Médio

As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única nesta segunda-feira (9), em meio a tensões geopolíticas deflagradas por ataques do grupo militante palestino Hamas em Israel no fim de semana e a retomada dos mercados chineses após o feriado da Semana Dourada.

Na China continental, os negócios com ações voltaram de mais uma semana de feriado levemente pressionados. O índice Xangai Composto caiu 0,44% hoje, a 3.096,92 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto teve ligeira baixa de 0.09%, a 1.908,64, pontos. Pesaram no sentimento dados de turismo mais fracos do que o esperado do feriado da Semana Dourada e o conflito no Oriente Médio, que levou as cotações do petróleo a saltar mais de 4% no fim da noite de ontem.

“Distúrbios ou escaladas na região (do Oriente Médio) podem ter implicações de longo alcance para os mercados de energia, cadeias de abastecimento globais e dinâmicas geopolíticas”, disse Stephen Innes, da SPI Asset Management, em nota a clientes.

Já em Hong Kong, o índice Hang Seng avançou 0,18%, a 17.517,40 pontos, após uma sessão reduzida pela metade devido a um alerta de tufão temporário. Em outras partes da Ásia, as bolsas do Japão, da Coreia do Sul e de Taiwan não operaram hoje devido a feriados locais.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul pelo terceiro pregão seguido, em parte ajudada por ações de petrolíferas. O S&P/ASX 200 subiu 0,23% em Sydney, a 6.970,20 pontos.

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Bolsas da Europa operam mistas ante conflito no Oriente Médio; ações de petróleo e gás sobem

As bolsas europeias operam sem direção única na manhã desta segunda-feira (9), enquanto investidores avaliam os impactos geopolíticos do conflito em Israel.

Por volta das 6h35 (de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha modesta alta de 0,18%, a 445,75 pontos. Apenas o subíndice de petróleo e gás, no entanto, avançava 2,2%, à medida que os distúrbios no Oriente médio impulsionaram os preços das commodities.

Os combates entre militantes do Hamas e forças israelenses, que já deixaram centenas de mortos, levaram as cotações do petróleo a saltar mais de 4%. Já o preço do gás natural negociado na Europa chegou a disparar 6,7%, a 40,76 euros por megawatt-hora, segundo a Dow Jones Newswires.

Incertezas ligadas à guerra entre Israel e Hamas também pressionam os índices futuros das bolsas de Nova York nos negócios da manhã. O mercado de Treasuries, por sua vez, está fechado hoje devido ao feriado do Dia de Colombo nos EUA.

Com informações de Dow Jones Newswires, Associated Press e Estadão Conteúdo

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Redação Suno Notícias

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