Ibovespa desaba 1,80%, aos 96,1 mil pontos, no menor patamar desde novembro de 2020

Ibovespa hoje fechou a quinta-feira (14) em queda de 1,80% aos 96.120,85 pontos, após oscilar entre 95.430,74 e 97.878,55 pontos.

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O índice Bovespa renovou pelo segundo dia seguido a mínima de fechamento do ano, permanecendo assim nos menores níveis desde o começo de novembro de 2020. Voltando a moderar após o vencimento de opções sobre o Ibovespa no dia anterior, o giro financeiro caiu hoje para R$ 24,5 bilhões. Na semana, o índice acumula queda de 4,16%, colocando as perdas do mês a 2,46% – no ano, cede agora 8,30%.

A fraca leitura do IBC-Br em maio – em retração de 0,11%, após recuo de 0,64% em abril – combinou-se desde cedo à forte leitura sobre a inflação no atacado dos Estados Unidos em junho – em alta de 1,1%, ante expectativa a 0,8%. O conjunto de dados do dia, aqui e fora, firma dois temores: inflação em alta e desaceleração econômica global, que tende a se transformar em recessão com o avanço dos juros.

O decepcionante início de temporada de balanços trimestrais, com resultados de bancos como JPMorgan e Morgan Stanley, contribuiu para a cautela em Nova York.

O desempenho também foi condicionado, em especial, pelo prosseguimento da correção nos preços de commodities, como petróleo e minério de ferro. Em Qingdao, China, a tonelada do minério fechou em queda de quase 8%, perto de perder a linha de três dígitos, aos US$ 100,29, menor nível desde novembro passado.

“Há uma rotação natural do mercado, levando em conta que as empresas do varejo haviam caído muito, com algumas ações do setor tendo acumulado até 90% de queda no acumulado de um ano. O Auxílio Brasil injeta dinheiro direto nas famílias, no curto prazo. Há também algum alívio nos custos de energia, o que libera uma parcela disponível maior, entre as famílias endividadas e as de menor renda”, diz Rodrigo Marcatti, economista e CEO da Veedha Investimentos.

“Houve corte forte de impostos, especialmente em combustíveis. A expectativa é que para julho e agosto tenhamos deflação, com os primeiros dados de IPCA negativo desde março de 2020, no auge da pandemia. E há a PEC (dos Benefícios), que vai irrigar a economia com mais capital”, diz Paulo Duarte, economista da Valor Investimentos. “Há um efeito benéfico, de curto prazo, mas traz também uma ressaca, com piora dos dados para o ano que vem”, acrescenta o economista, destacando o lado fiscal, “pior do que o que se tem hoje, com contas públicas mais complicadas” para o governo, atual ou futuro, a partir de 1º de janeiro.

No exterior, além das preocupações em torno da economia americana e dos efeitos dos esforços do Federal Reserve para conter a inflação, a China segue no radar. “Nesta quinta-feira, autoridades chinesas participaram de reuniões emergenciais com bancos, encontros que tiveram como pauta principal o boicote ao pagamento de hipotecas pelos chineses, frente à expectativa de que seus imóveis não sejam entregues. Na parte da noite, dados do PIB do segundo trimestre prometem ilustrar a recente piora de expectativas com o crescimento”, observa em nota a Guide Investimentos. No primeiro trimestre, a economia chinesa cresceu 4,8%, abaixo da meta do governo para o ano, de 5,5%.

Bolsas de Nova York

Os mercados acionários de Nova York não registraram sinal único nesta quinta, com o Nasdaq ainda conseguindo ganho modesto, bem perto da estabilidade. A inflação nos Estados Unidos continuou como foco importante, mas balanços corporativos também estiveram no radar, com o setor financeiro liderando as baixas, enquanto entre os ganhos o de tecnologia puxou ganhos.

  • Dow Jones: -0,46%, aos 30.630,17 pontos;
  • S&P 500: -0,30%, aos 3.790,38pontos;
  • Nasdaq: +0,03%, aos 11.251,19 pontos.

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dólar à vista fecha em alta de 0,51%, a R$ 5,4333, depois de oscilar entre R$ 5,4150 e R$ 5,490491.

Os contratos futuros do petróleo fecharam em baixa nesta quinta-feira, mais uma vez abaixo da marca de US$ 100 por barril. O preço da commodity é pressionado pela força do dólar ante rivais, em meio às expectativas de um aperto monetário agressivo pelo Federal Reserve (Fed) diante da alta inflação americana.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega marcada para agosto caiu 0,54% (US$ 0,52), a US$ 95,78, enquanto o do Brent para o mês seguinte recuou 0,47% (US$ 0,47) , a US$ 99,10, na Intercontinental Exchange (ICE).

O contrato mais líquido do ouro fechou em queda nesta quinta, pressionado pelo avanço do dólar. A divisa americana ganha força, enquanto a perspectiva de aperto monetário agressivo pelo Federal Reserve (Fed) aumenta, mesmo em meio aos temores de recessão.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para agosto fechou em queda de 1,71%, a US$ 1.705,8 a onça-troy. Esse é o menor nível desde março de 2021.

No Ibovespa hoje, a influência da queda do minério de ferro e do petróleo tomou conta. Vale (VALE3) liderou as maiores baixas do dia, com -6,66%. A acionista da mineradora, Bradespar (BRAP4) também figurou na lista, com -5,44%.

Também no ranking negativo, CSN (CSNA3) caiu 6,40%, CSN Mineradora (CMIN3) perdeu 4,58%, Gerdau (GGBR4) desvalorizou 4,47%.

Mesmo com números estáveis na prévia operacional do segundo trimestre de 2022, Cyrela (CYRE3) também se destacou entre as baixas, com -5,95%, diante de preocupações de piora no cenário econômico nos próximos meses.

Petrobras (PETR3, PETR4) acompanhou a queda do petróleo do dia e cedeu 3,19% e 2,69%, nesta ordem.

Setor bancário do Ibovespa também recuou em bloco: Bradesco (BBDC3, BBDC4) caiu 2,22% e 2,27%, respectivamente, Santander (SANB11) perdeu 1,47%, Itaú (ITUB4) teve queda de 1,12% e Banco do Brasil (BBAS3) recuou 0,12%.

No campo positivo, quem liderou foi Cielo (CIEL3), com projeções otimistas por parte do Itaú BBA para o setor, e fechou com alta de 6,44%. Outros destaques no azul foram BB Seguridade (BBSE3), com +4,31% e Raia Drogasil (RADL3), com +3,67%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

  • Briga na Via (VIIA3): Michael Klein critica salários de diretores e empresa ameaça entrar na Justiça
  • CEO da Azul (AZUL4): ‘Viagem aérea pode virar luxo se não cortarmos custos’

Briga na Via (VIIA3): Michael Klein critica salários de diretores e empresa ameaça entrar na Justiça

O empresário Michael Klein criticou duramente a remuneração dos diretores e conselheiros da Via (VIIA3), em documento anexo à Ata da Assembleia Geral Extraordinária (AGE).

O documento foi arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na manhã desta quinta-feira (14) pela Via, e as discussões vem à tona após um aumento de 64% da remuneração dos diretores em relação ao que foi pago em 2021.

Em sua fala, Klein cita que a companhia, com a remuneração que totaliza R$ 105 milhões, “distribui os montantes entre seus membros e diretores a seu bel-prazer e segundo os seus próprios critérios, em inobservância do disposto no artigo 152 da Lei das S.A.”.

Na própria Ata, consta a resposta da Via, que alega tomará as ‘medidas legais cabíveis’.

“Caso os signatários da Manifestação persistam em tais condutas, a Companhia desde já informa que tomará todas as medidas legais cabíveis para coibir a disseminação de informações incorretas e imprecisas, resguardando o melhor interesse de seus acionistas e do mercado em geral, bem como para responsabilizar os signatários da Manifestação”, diz o documento, que contém a rubrica dos advogados da companhia.

Michael Klein é acionista da Via e soma 10% do capital social da companhia em ações. Desse montante, são 2,5% via ações detidas em seu próprio nome, ante 7,5% por meio do Twinsf Multimercado Crédito Privado, veículo de investimento cujo principal acionista é o próprio Klein.

O acionista e filho do fundador das Casas Bahia critica a remuneração 64% maio “apesar do desempenho da companhia” e da baixa nas ações.

No acumulado dos últimos 12 meses, as ações VIIA3 caem 88%, em meio a uma deterioração do varejo ante um ciclo macroeconômico desfavorável – de juros em alta e inflação de dois dígitos.

Para Klein, a proposta de remuneração é ‘injustificável’, uma vez que está em desacordo com a empresa “e suas responsabilidades, o tempo dedicado às suas funções, sua competência e reputação profissional e o valor dos seus serviços no mercado”.

Indo a fundo, cita que os R$ 96 milhões que são destinados aos diretores – ante R$ 57 milhões do ano anterior – não estão representam “pouca correlação entre a performance e os montantes que são pago aos administradores”.

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CEO da Azul (AZUL4): ‘Viagem aérea pode virar luxo se não cortarmos custos’

Os preços das passagens aéreas devem seguir em alta mesmo em meio à retração recente do petróleo, e as companhias do setor devem ter custos ainda elevados, segundo o atual CEO da Azul (AZUL4), John Rodgerson.

O executiva destaca que, com a deterioração do cenário econômico e a inflação global em alta, o brasileiro seguirá com cada vez mais dificuldades pela frente em termos de viagens aéreas. O CEO da Azul afirma que os elevados custos estruturais do Brasil precisam ser resolvidos para que as viagens aéreas não fiquem ainda mais restritas no País.

Segundo levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), o preço do querosene de aviação acumula alta de 71% até 1º de julho. No consolidado de 2021, o aumento acumulado foi de 92%.

“Se o combustível está subindo e o dólar valorizando, a passagem vai ter de subir para a receita cobrir os custo. Mas não acredito que essa situação vai continuar assim, não vejo a guerra (na Ucrânia) durando para sempre”, disse Rodgerson, que ainda citou custos locais, como o ICMS sobre os combustíveis e o PIS/Cofins.

O executivo destaca também que as companhias aéreas estão elevando os preços para “sobreviver”. “Ficamos praticamente oito meses sem receita por causa da pandemia.”

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Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: -1,80%
  • IFIX hoje: +0,11%
  • IBRX hoje: -1,86%
  • SMLL hoje: -0,91%
  • IDIV hoje: -0,84%

Cotação do Ibovespa nesta quarta (13)

Ibovespa fechou o pregão da última quarta-feira (13) em queda de 0,40% aos 97.881,16 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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