Ibovespa engata 2ª dia de alta, aos 105,6 mil pontos; Minerva (BEEF3) perde 7%

Ibovespa hoje fechou esta quinta-feira (12) com alta de 1,24%, aos 105.687,64 pontos, após oscilar entre 102.386,18 e 105.707,56 pontos. Na semana, vira agora para o positivo (+0,53%) e também no ano (+0,83%), ainda acumulando queda de 2,03% no mês. O volume financeiro foi de R$ 29,1 bilhões.

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Na maior parte do dia, “as bolsas americanas deram sequência à correção, vindo na quarta já de queda bastante forte. Mesmo com o desempenho ruim lá fora, o Ibovespa já tinha conseguido voltar ontem para os 104 mil pontos, em movimento ligado a commodities, com notícias mais favoráveis então sobre a China e recuperação no petróleo, o que se refletiu ontem em Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3)”, observa Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.

No cenário doméstico, ele espera altas de 0,50 e 0,25 ponto porcentual para a Selic, respectivamente, nas duas próximas reuniões do Copom, a 13,50% ao ano, tendo em vista a elevada difusão ainda vista na inflação conforme o IPCA de abril, divulgado na quarta.

Da quarta para a quinta-feira, no exterior, prevaleceram notícias menos favoráveis sobre a evolução de casos de covid-19 na China, que insiste na controversa política de tolerância zero ao coronavírus, o que se refletiu em pausa para as commodities na sessão, ante preocupações sobre o ritmo da segunda maior economia do mundo.

Aqui, os dados de atividade surpreenderam de forma positiva nesta quinta-feira com a leitura do IBGE sobre o setor de serviços, divulgada pela manhã. “Está em patamar pré-pandemia, muito forte. Os dados de atividade econômica têm surpreendido no Brasil, e começo a acreditar que o PIB possa crescer pelo menos 1% este ano”, diz Gala, destacando, por outro lado, o efeito desta recuperação sobre a inflação.

“Há fatores externos que explicam a persistência da aversão a risco lá fora: a inflação nos Estados Unidos e na Europa vis-à-vis crescimento, ou mesmo chance de recessão, sem que se saiba até onde os juros americanos chegarão; a incerteza sobre a atividade na China em meio à política de tolerância zero para a covid; a geopolítica no leste europeu, com a Rússia anunciando agora a interrupção de fornecimento de gás via Polônia; e o ‘sell off’ muito grande em criptomoedas, com ‘spill over’ sobre equities e dívida”, aponta Erminio Lucci, CEO da BGC Liquidez.

Por outro lado, ele observa que grandes casas estrangeiras começam a mostrar viés mais favorável aos emergentes em relação a Estados Unidos, país que sempre tende a atrair mais recursos quando o momento é de incerteza sobre a extensão do ciclo de elevação dos juros americanos. “Boa parte do ‘Sell Side’ está mais positivo para emergentes em relação a Estados Unidos. Em termos de ‘sell off’, talvez o pior já tenha ficado para trás”, acrescenta Lucci, destacando também a temporada de balanços trimestrais no Brasil, “relativamente ok”.

“Tem muito ativo barato na B3 (B3SA3), com algumas empresas reportando números bem interessantes (nos balanços), como o Banco do Brasil (BBAS3), com bom pagamento de dividendos – então tivemos um movimento corretivo, descolando do exterior”, diz Ramon Coser, especialista da Valor Investimentos.

Além da conjuntura externa atribulada, Lucci, da BGC Liquidez, considera que, mais do que os dados econômicos mensais, no quadro doméstico os investidores têm prestado grande atenção às pesquisas eleitorais, que têm reduzido a distância entre Lula e Bolsonaro na corrida presencial, com olhar do mercado já para 2023. O desfecho da disputa é fundamental para a antevisão da política econômica e da gestão fiscal, em momento no qual o BC ainda lida com inflação pressionada e segue elevando os juros.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam mistas nesta quinta-feira, em mais um pregão marcado pela intensa volatilidade. Dados de inflação ao produtor reforçaram expectativa por aperto monetário nos Estados Unidos, enquanto investidores temem que o processo leve a maior economia do planeta à recessão.

  • Dow Jones queda de 0,33%, a 31.730,30 pontos;
  • S&P 500 cedeu 0,13%, a 3.930,08 pontos;
  • Nasdaq subiu 0,06%, a 11.370,96 pontos.

dólar à vista fecha em leve baixa de 0,08%, a R$ 5,1405, depois de oscilar entre R$ 5,1073 e R$ 5,2096.

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Os contratos futuros do petróleo fecharam sem sinal único nesta quinta-feira, após uma sessão volátil. O WTI teve leve alta, enquanto o Brent recuou, pressionados pelo avanço do dólar ante suas principais rivais. A redução nas projeções para oferta e demanda do óleo pela Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) também esteve no radar, enquanto investidores seguem avaliando impactos da covid-19 na China e reflexos da guerra da Rússia na Ucrânia.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para junho subiu 0,91% (US$ 0,41), a US$ 106,13, enquanto o do Brent caiu 0,06% (US$ 0,06), a US$ 107,45, na Intercontinental Exchange (ICE).

O contrato mais líquido do ouro fechou em queda nesta quinta, em uma sessão marcada pela cautela em geral nos mercados, após a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI) dos Estados Unidos. Com uma maior demanda pelos Treasuries e pelo dólar, o metal precioso ficou em último plano como ativo porto seguro, bastante pressionado pelo fortalecimento da moeda norte-americana.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho encerrou a sessão em queda de 1,57%, a US$ 1.824,60 a onça-troy.

No Ibovespa hoje, a Qualicorp (QUAL3) se recuperou das perdas da véspera, fechando a sessão em +10,49% e liderando o ranking das maiores altas do dia.

Além disso, o pregão também foi favorável para papéis de empresas do setor de educação que divulgam balanço do 1T22. Cogna (COGN3) valorizou 9,66%, Yduqs (YDUQ3) subiu 6,04%. Também reportando resultados hoje, B3 (B3SA3) teve alta de 5,40%.

No setor bancário do índice, o Banco do Brasil (BBAS3) ganhou 2,54% com os números do trimestre reportados ontem, com Itaú (ITUB4) atrás, ganhando 1,58%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) com +0,52% e 0,64%, respectivamente. A exceção foi o Santander (SANB11) que caiu 0,40%.

O minério de ferro caiu no dia, junto com o risco China em evidência, levando ações atreladas à commodity a serem derrubadas. CSN (CSNA3) perdeu 5,53%, CSN Mineração (CMIN3) desvalorizou 3,23% e Usiminas (USIM5) recuou 1,74%. Vale (VALE3) cedeu 1%.

Petrobras (PETR3, PETR4) subiu 0,38% e 0,77%, respectivamente.

Outra no ranking de maiores baixas foram Minera (BEEF3), que liderou a lista, com -7,54%, impactada pelos números do 1T22.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram a bolsa de valores

  • Taesa (TAEE11) mantém lucro estável no 1T22, de R$ 559,9 milhões
  • Gol (GOLL4) pode sair da bolsa com formação de holding; entenda o impacto aos acionistas

Taesa (TAEE11) mantém lucro estável no 1T22, de R$ 559,9 milhões

Taesa (TAEE11) teve lucro líquido de R$ 559,9 milhões no primeiro trimestre (1T22), valor 0,7% maior em relação a um ano atrás. Segundo a companhia, embora a receita tenha aumentado com o início das operações em Janaúba e com o reajuste inflacionário pelo novo ciclo da RAP (Receita Anual Permitida), as despesas e o volume de dívida também aumentaram.

Na parte positiva, o relatório com os resultados da Taesa no 1T22 aponta que houve entrada financeira com:

  • Aumento de 37% na receita de Operação e Manutenção explicado pela reajuste inflacionário do novo ciclo da RAP (Receita Anual Permitida) (2021-2022);
  • Aumento de 35,9% na receita de remuneração do ativo contratual pela entrada em operação de Janaúba, que também contou com correção monetária.

receita líquida foi de R$ 795,6 milhões entre janeiro e março, queda de 12,4% na base anual. Já a receita líquida regulatória da Taesa aumentou em 36,2% no período, para R$ 526,1 milhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 454,4 milhões no primeiro trimestre, alta de 43,5% na comparação anual. A margem Ebitda da Taesa também avançou no período, em 4,4 p.p., para 86,4%.

Entre os impactos positivos está o início da operação da concessão Janaúba. A empresa também aponta que houve redução da margem de implementação de infraestrutura, seguindo os menores investimentos nos empreendimentos de Sant’Ana e Janaúba.

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Gol (GOLL4) pode sair da bolsa com formação de holding; entenda o impacto aos acionistas

Com a mudança societária na Gol (GOLL4), a companhia pode sair da bolsa ao criar uma holding para ser uma ‘megacompanhia’ aérea. A mudança pode implicar em uma remuneração aos acionistas sobre o preço da ação, já que a aérea pode sair da bolsa.

Segundo o comunicado da Gol, após o fechamento do negócio, investidores se comprometeram a investir até US$ 350 milhões em ações do Grupo Abra – o nome da holding. A Gol (e a Avianca fecharam um acordo para criar o Grupo Abra, mirando ser “um grupo líder em transporte aéreo na América Latina”, conforme comunicado oficial. Além das duas companhias, o novo grupo terá participação nas empresas Viva, da Colômbia, e Sky Airline, do Chile.

“Quando é um caso de aquisição da companhia, o novo ‘dono’ costuma fazer uma oferta pública de aquisição de controle, ou seja, esse novo dono recompra e retira as ações do mercado. Porém, nesse caso, não haverá alienação (venda) ou transferência de controle acionário, ou seja, não haverá a obrigatoriedade dessa oferta. Com isso, o investidor deve aguardar os próximos passos em relação ao fechamento do negócio”, explica Fabio Louzada, economista e analista CNPI.

O especialista diz que o Abra pode impulsionar o mercado e ter acesso a condições melhores para renegociação de dívidas ou para mais eficiência nas respectivas operações – o que “pode animar o investidor”.

Nesta quinta-feira (12), as ações da Gol, negociadas sob o ticker GOLL4, caem 1,16% no intradia, a R$ 12,79. Isso ocorre porque, ainda que o consenso tenha visto vantagem na transação, o setor possui riscos relativamente elevados.

“O setor aéreo como um todo tem pouca margem e muito risco, já que são expostos a diversos fatores. Na pandemia, por exemplo, o setor sofreu com o fechamento das fronteiras. Agora o segmento é afetado pela alta do preço do petróleo“, frisa Louzada.

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Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: +1,24%
  • IFIX hoje: -0,29%
  • IBRX hoje: +1,19%
  • SMLL hoje: +1,97%
  • IDIV hoje: +1,09%

Cotação do Ibovespa nesta quarta (11)

Ibovespa fechou o pregão da última quarta-feira (11) em alta de 1,25%, aos 104.396,90 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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