Grana na conta

Ibovespa cai 0,96%, aos 114,8 mil pontos; Raízen (RAIZ4) avança 6,6%

Ibovespa hoje encerrou o pregão de terça-feira (11) em queda de 0,96%, aos 114.827,12 pontos, entre a mínima de 114.296,52 e máxima de 115.927,72. Na semana, o índice cede agora 1,33%, limitando o ganho do mês a 4,35% – no ano, o índice sobe 9,54%. O giro financeiro foi a R$ 31,6 bilhões.

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O humor externo piorou no meio da tarde, com reflexos aqui especialmente nos juros futuros e no câmbio, mas também na Bolsa, em razão de comentários de autoridade monetária britânica sobre a volatilidade no mercado de lá.

Aqui, a aguardada deflação do IPCA em setembro, a terceira seguida, também não foi o suficiente para impedir que a referência da B3 navegasse no negativo desde o início da sessão.

Após ter andado à frente de pares externos na semana passada, com leitura entusiasmada do mercado sobre o resultado do primeiro turno da eleição, o Ibovespa mostra um grau maior de cautela neste começo de nova semana, ainda bem negativa para referências de fora como Nasdaq (-2,12%); FTSE 100 (-1,51%), de Londres; e Hang Seng (-5,12%), de Hong Kong, no menor nível em 13 anos nesta terça-feira, em meio a preocupações sobre liquidez no setor imobiliário chinês.

No exterior, o acirramento das tensões militares no Leste Europeu, as limitações impostas pelos Estados Unidos a componentes eletrônicos direcionados à China e a expectativa, na quarta, para a ata do Federal Reserve também são fatores citados por analistas para justificar a cautela ainda prevalecente. E na quarta, dia quente no noticiário externo, não haverá negócios na B3, no feriado da Padroeira.

Destaque da agenda doméstica nesta terça-feira, a leitura sobre o IPCA, embora positiva para o apetite por risco, ainda divide opiniões com relação ao que projeta para o comportamento futuro dos preços. “O IPCA trouxe a terceira leitura consecutiva de deflação, quadro um pouco mais confortável para a inflação daqui ao fim do ano. Até julho, a inflação em 12 meses estava rodando em patamar de dois dígitos, e conseguiu romper esse patamar, agora a 7,1%, com grande parte desse efeito vindo das medidas de desoneração tributária, principalmente nos combustíveis”, diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

“Além das medidas tributárias adotadas neste ano, a desaceleração dos preços das commodities internacionais tem contribuído para uma desaceleração do cenário inflacionário brasileiro”, aponta Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.

“A deflação de setembro foi menor do que imaginávamos, com algumas surpresas, como as pressões ainda muito grandes de vestuário, dentro de bens industriais, em nível ainda muito forte, sem ceder, e a parte de serviços ainda disseminada, com números um pouquinho acima do que a gente esperava”, diz Raone Costa, economista-chefe da Alphatree Capital. “A deflação está ainda muito concentrada naqueles grupos iniciais, de gasolina, energia elétrica e depois comunicações – os setores que receberam as medidas tributárias -, e agora entrando parte do grupo de alimentos, notavelmente leite e carnes”, acrescenta. “O resto, a parte de bens industriais e serviços, vemos muito pouco sinal de mudança em relação à inflação.”

“A deflação de 0,29% em setembro ante agosto veio um pouco aquém do consenso, de -0,33% para o mês – esperávamos -0,37% para agosto. Temos uma dinâmica de preços mais arrefecida, um pouco melhor, mas serviços ainda preocupa, embora haja também uma melhora. Problema da inflação ainda existe, mas a qualidade do dado tem melhorado”, diz Victor Candido, economista-chefe da RPS Capital.

A gestora americana Apollo fez nova oferta pela Braskem, que inclui o fechamento de capital da empresa na B3 e a posterior reabertura na Bolsa de Nova York, antecipou o colunista Lauro Jardim, de O Globo.

“Pelo que vimos aqui, houve mais uma proposta, 25% maior do que a anterior, chegando a quase R$ 50 por ação, o que possivelmente abrange a participação de Petrobras. Então, há um ganho enorme em relação à cotação atual do papel, puxando hoje bastante pra cima” os preços da ação da Braskem, diz Gabriel Meira, especialista e sócio da Valor Investimentos. Braskem PNA foi o sexto papel mais negociado no pregão.

“Um ponto que tem que ficar de olho é eventual mudança de governo. Caso haja mudança, seria bastante positivo que a venda ocorra antes disso, porque é difícil que um novo governo queira a saída da Petrobras do ativo. Essa é a grande dificuldade do negócio”, acrescenta Meira.

Bolsas de Nova York

Os mercados acionários de Nova York fecharam sem direção única. As bolsas em geral oscilaram entre o quadro negativo e o misto durante o pregão, com expectativa por balanços mais para o fim da semana. Nesta terça, sinais da política monetária estiveram em foco, enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) atualizou projeções econômicas.

  • Dow Jones: +0,12%, aos 29.239,19 pontos;
  • S&P 500: -0,65%, aos 3.588,84 pontos;
  • Nasdaq: -1,10%, aos 10.426,19 pontos.

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dólar à vista fechou em alta de 1,57%, a R$ 5,2722, depois de oscilar entre R$ 5,1780 e R$ 5,2817197.

Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta terça-feira, após serem pressionados por preocupações renovadas com a demanda da China, já que o país enfrenta um novo surto de covid-19. Além disso, temores com a possibilidade de recessão da economia global pesam.

O contrato do petróleo WTI para novembro fechou em baixa de 1,95% (US$ 1,78), a US$ 89,35 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para dezembro caiu 1,97% (US$ 1,90), a US$ 94,29 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

O ouro avançou na sessão desta terça, apoiado pela piora do dólar no mercado cambial, em especial ante moedas rivais, e o arrefecimento da alta nos juros dos Treasuries, que concorrem com o metal enquanto ativo de segurança.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro subiu 0,64%, a US$ 1.686,00 por onça-troy.

No Ibovespa hoje, o grande destaque do dia foi Braskem (BRKM5), que saltou 20,40%, movimento influenciado pela notícia de que a gestora Apollo apresentou uma proposta de compra da petroquímica.

Além disso, Raízen (RAIZ4) também entrou no ranking das maiores altas, com +6,62% e Rumo (RAIL3), subiu 4,22%, além da controladora Cosan (CSAN3), que ganhou 1,69%, ações que ontem ficaram entre as maiores perdas do índice, com o mercado avaliando a compra de fatia da Vale (VALE3) — que caiu 0,68% nesta terça –, pela Cosan.

Com nova queda do petróleo, Petrobras (PETR3, PETR4) perdeu 0,97% e 0,75%, nesta ordem.

Grandes bancos também recuaram, com quedas mais fortes de Banco do Brasil (BBAS3), com -2,40% e Santander (SANB11), que perdeu 2,37%. Bradesco (BBDC3, BBDC4) recuou 0,95% e 0,25%, respectivamente, e Itaú (ITUB4), -0,69%.

As maiores perdas do índice foram Locaweb (LWSA3), com -6,92%, Qualicorp (QUAL3), que recuou 5,57% e CVC (CVCB3), com queda de 5,50%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

  • Ação da Braskem (BRKM5) salta 20% com nova proposta da Apollo
  • Vale (VALE3): Cosan (CSAN3) é ‘ótima acionista’ e XP recomenda compra

Ação da Braskem (BRKM5) salta 20% com nova proposta da Apollo

Nesta terça-feira (11), colunistas e jornais informaram que a gestora Apollo trouxe nova proposta de compra de 100% da Braskem (BRKM5).

As ações da Braskem sobem 20,04%, cotadas a R$ 33,48, às 16h45.

De acordo com o jornal Valor Econômico, o valor por ação da Braskem seria de R$ 47 por ação. Já o colunista do O Globo, Lauro Jardim, afirmou que seria de R$ 50 por ação, proposta de cerca de 25% a mais do que a anterior.

Fontes ouvidas pelo jornal informaram que a oferta está sendo formalizada com a controladora Novonor, antiga Odebrecht. A avaliação da petroquímica seria de aproximadamente R$ 37 bilhões, considerando-se o número total de ações da companhia.

Além disso, a gestora teria condicionado sua oferta à realização de due diligence (diligência prévia). O aspecto mais crítico até então, para a Apollo, seria a situação da Braskem em Alagoas.

Mesmo com avanços da petroquímica nas tratativas com autoridades sobre o afundamento do solo em Maceió, referente à antiga operação de sal-gema da empresa, ainda existem diversos riscos.

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Vale (VALE3): Cosan (CSAN3) é ‘ótima acionista’ e XP recomenda compra

Após a notícia da compra de uma fatia da Vale (VALE3) pela Cosan (CSAN3) que movimentou o mercado nos últimos dias, a XP reiterou sua visão positiva para os papéis da mineradora.

A recomendação de compra destaca os múltiplos das projeções de 2023, considerando que as ações da Vale negociam a 3,7x EV/EBITDA projetado para o ano seguinte.

O preço-alvo para VALE3 é de R$ 97, ante um preço atual de R$ 74 – conforme o fechamento de segunda (10).

“Apesar de não enxergarmos triggers de curto prazo na aquisição para um re-rating da Vale, acreditamos que ter a Cosan como um acionista de referência será muito positivo para mineradora no médio e longo prazo. Adicionalmente, o fato de um excelente alocador de capital como a Cosan estar fazendo uma aposta tão grande na Vale nos dão confiança no valuation atrativo e no potencial do investimento nas ações da companhia”, diz a XP.

Como pontos destacados, a XP mostra que a compra da fatia da Vale pela Cosan aponta:

  • Minério de alta qualidade
  • Diversas iniciativas de inovação para descarbonização da indústria do aço (como por exemplo, os “briquetes verdes”)
  • Divisão de metais básicos (níquel e cobre, importantes metais da transição energética)

Além disso, na teleconferência após a transação a Cosan destacou que implementará melhorias na gestão e irá investir também em uma melhor precificação da unidade de metais básicos.

“Em grande medida a Cosan justificou a aquisição na mineradora por muitos dos motivos pelos quais temos recomendação de compra para a Vale: ativo único e irreplicável, com exposição a moedas fortes e estrategicamente posicionado onde o Brasil tem vantagem competitiva e comparativa, além de apresentar um valuation atrativo. Adicionalmente, a Cosan destacou que a Vale deve ser protagonista relevante na transição energética e descarbonização”, disse a XP.

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Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: -0,96%
  • IFIX hoje: +0,05%
  • IBRX hoje: -0,95%
  • SMLL hoje: -1,53%
  • IDIV hoje: -1,21%

Cotação do Ibovespa nesta segunda (10)

Ibovespa fechou o pregão da última segunda-feira (10) em queda de 0,37%, aos 115.940,64 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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