Ibovespa fecha em queda, aos 117 mil pontos, em dia de ata do Copom; Petrobras (PETR4) e Via (VIIA3) recuam

O Ibovespa fechou em queda de 0,61%, aos 117.522 pontos, nesta terça-feira (27), dia de divulgação da ata do Copom e da prévia da inflação de junho, representada pelo IPCA-15.

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A ata do Copom apontou uma certa divergência no colegiado sobre o grau de sinalização dos próximos passos do Banco Central, mas disse que a opinião predominante é de que já se teria uma confiança para sinalizar “um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”.

Para Gabriel Mota, analista da Manchester, a ata do Copom mostrou consolidação da expectativa de corte de juros a partir de agosto, o que levou algumas casas de análise a alterar expectativas para a taxa Selic. Com isso, afirma, o que se vê são ajustes em papéis que já vinham operando com maior valorização nas últimas semanas.

A avaliação é compartilhada por Paulo Ricardo dos Santos, assessor da Blue3 Investimentos. “O Ibovespa operando na região próxima dos 120 mil pontos, com altas em nove semanas consecutivas, mostra que há espaço para uma correção. Mas é uma correção em um ambiente favorável, principalmente levando-se em conta o IPCA-15 perto da estabilidade”, afirma.

O Ibovespa fechou descolado do exterior, já que as bolsas dos Estados Unidos encerraram majoritariamente em alta.

  • S&P 500: +0,64%
  • Nasdaq: +1,14%
  • Dow Jones: +1,65%

Entre os destaques, Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) subiam, puxando o índice para cima, com a baixa do petróleo. A Vale (VALE3) sobe, na esteira da alta do minério de ferro. A mineradora valoriza 1,15%.

As ações do Magazine Luiza (MGLU3) viraram e agora sobem 0,29%. Via (VIIA3) e outras varejistas estão em movimento de queda.

Além disso, avançam as ações de grandes bancos, empresas aéreas, construtoras, siderúrgicas e educação.

Ata do Copom aponta divergência sobre grau de sinalização dos próximos passos do Banco Central

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou nesta terça (27) a ata da reunião realizada nos dias 20 e 21 de junho, quando a entidade decidiu por manter a Selic em 13,75% ao ano.

A ata do Copom apontou uma certa divergência sobre qual seria o grau de sinalização em relação aos próximos passos a serem tomados nas reuniões futuras pelo colegiado.

O documento aponta que a opinião que predomina no colegiado é de que já se tem uma certa confiança para sinalizar “um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”.

Por outro lado, parte do Copom entende que a dinâmica de desinflação continua refletindo a desaceleração de componentes voláteis, trazendo dúvidas em relação ao impacto do aperto monetário que já havia sido praticado.

“Entretanto, os membros do Comitê foram unânimes em concordar que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, diz a ata do Copom.

IPCA-15 desacelera em junho, mas fica pouco acima das expectativas

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que representa a prévia da inflação do Brasil, subiu 0,04% no mês de junho, conforme comunicado pelo IBGE nesta terça-feira (27).

O IPCA-15 ficou ligeiramente acima das projeções dos analistas do mercado, já que o consenso Refinitiv estimava que a variação seria de 0,01%.

Assim, mais uma vez o IPCA-15 acumulado de 12 meses voltou a desacelerar, registrando 3,40% no intervalo de 1 ano. Nos últimos 12 meses até maio, a prévia da inflação acumulada era de 4,07%.

Segundo Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, Entre os destaques positivos está uma “boa desaceleração nos combustíveis, principalmente a gasolina que teve uma variação negativa de -3,4%, que já era esperado pelo mercado”.

Por outro lado, a surpresa negativa veio com transporte público, sobretudo com as passagens áreas, que registraram uma variação de +10,7%, com impacto dos preços do querosene de aviação, que não teve baixa.

Também influenciou no índice a energia elétrica residencial, com um bom peso no IPCA-15, tendo variação de +1,4% em junho, juntamente com aluguel, que teve variação de +1,6%.

“Tivemos uma batida nos DI’s e a principal causa foi a ata do Copom, que deu a entender para o mercado em um trecho da ata, que a porta para o corte em agosto está aberta, inclusive nas opções do Copom para a reunião de agosto, a probabilidade de corte de -0,25% na Selic saiu de 47% para 63% agora” diz Fernandes.

Petrobras (PETR4) quer levantar US$ 1,25 bilhão com emissão no exterior; Petróleo recua

A Petrobras (PETR4) anunciou na manhã desta terça (27) a precificação de uma nova emissão de títulos, com valor total de US$ 1,25 bilhão. A emissão será feita por meio da sua subsidiária integral Petrobras Global Finance B.V. (PGF).

Os títulos têm uma remuneração de 6,5% ao ano, com vencimento em 2033. Os pagamentos de juros vão ocorrer nos dias 3 de janeiro e 3 de julho de cada ano, começando por janeiro de 2024.

Enquanto isso, os contratos futuros de petróleo operam em baixa nesta manhã. O petróleo do tipo Bent tinha queda de 0,98% por volta das 9h50, a US$ 73,62, considerando os contratos mais líquidos para setembro.

Já os contratos do petróleo WTI mais negociados para agosto registravam desvalorização de 1,10%, a US$ 68,61.

Maiores altas e baixas do Ibovespa hoje

Última cotação do Ibovespa

O Ibovespa encerrou a sessão de ontem (26) em baixa de 0,62%, aos 118.242 pontos.

Com Estadão Conteúdo

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João Vitor Jacintho

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