Ibovespa fecha estável após sessão volátil; Banco do Brasil (BBAS3) sobe e Braskem (BRKM5) recua

O Ibovespa hoje (15) encerrou o pregão na bolsa de valores quase estável, com variação de -0,01%, aos 103.737,69 pontos. A máxima do dia foi de 105.482,72 pontos, enquanto a mínima, de 103.014,26 pontos. O volume financeiro somou R$ 28,4 bilhões.

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Pelo segundo dia, o Ibovespa buscou resistir à correção no exterior, mais forte nesta quinta-feira, 15, em que as perdas em Nova York chegaram a 3,23% (Nasdaq) e nos principais mercados da Europa continental também superaram a marca de 3%, nesta quinta-feira de elevação de juros na zona do euro e no Reino Unido. Aqui, após enfraquecimento no começo da tarde com o sinal negativo lá fora, a referência da B3 chegou a se firmar em alta com o relato de que a PEC da Transição está fazendo água, na Câmara dos Deputados. Contudo, a recuperação perdeu todo o fôlego no fechamento do dia.

No mês, as perdas do Ibovespa (-7,78%) ainda superam as do índice amplo de Nova York, o S&P 500 (-4,52%), mas nesta quinta-feira, com os relatos que chegaram de Brasília, conseguiu fechar quase sem variação, em leve baixa de 0,01%, aos 103.737,69 pontos, enquanto a referência de NY cedeu 2,49% na sessão. Na semana, o Ibovespa cai 3,52%, pelo terceiro dia seguido com desempenho negativo no ano, a -1,03%.

O Ibovespa hoje foi marcado por uma sessão volátil após o vencimento do índice futuro, que mexe com os mercados. Amanhã também haverá vencimento de opções, o que também deixa o mercado um pouco mais travado, conforme destacou Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos, empresa de educação financeira.

Apesar de ter fechado em estabilidade, a cotação do Ibovespa operava no campo positivo mais cedo. Esse momento de alta, segundo Cohen, se deu com o “possível descarte do PT da PEC da Transição”.

Ele lembra: “Se os parlamentares não votarem hoje, por falta de acordo, provavelmente não teremos PEC”. O mercado vê esse movimento como positivo, já que reduz a preocupação fiscal.

No exterior, o cenário também é adverso, com Dow Jones e S&P caindo por causa da alta dos juros. O Fed subiu ontem mais uma vez a taxa básica e sinalizou mais aumentos em 2023 — embora o presidente do Banco Central dos EUA Jerome Powell e o comunicado tenham acenado com a moderação no ritmo de avanço dos juros.

Ontem, “o discurso do Fed veio um pouco mais ‘hawk’ do que o esperado, apesar de ter diminuído o ritmo de alta, conforme esperado, na reunião de dezembro. A maioria dos diretores do Fed colocou, no gráfico de pontos, a taxa final em 5,25%, um pouco acima do que o mercado projetava para os juros americanos”, diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master. “Teve também uma boa notícia dada por Jerome Powell (presidente do Fed), de que estão chegando no final do ciclo (de elevação dos juros), isso foi repetido várias vezes na entrevista dele”, acrescenta.

“Com juros mais altos lá fora, como consequência temos o dólar se valorizando, com investidores migrando para os EUA. Na Europa, as bolsas também fecharam em queda com o pessimismo gerado após a indicação de que novas altas de juros devem continuar”, diz.

Lei da Estatais: Senado deve barrar texto aprovado na Câmara

Mais cedo, o Ibovespa ensaiava recuperação em cima especialmente das ações de Petrobras (PETR4 e PETR3, subindo 2,55% e 2,65%, e Banco do Brasil (BBAS3), alta de 2,83%, muito punidas no dia anterior pela aprovação de mudança na Lei das Estatais, recebida então pelo mercado como brecha para eventuais ingerências políticas no comando e na gestão dessas empresas no próximo governo. Hoje, passou a prevalecer expectativa de que o Senado barrará a mudança na lei, aprovada na noite de anteontem na Câmara.

Ontem, “a mudança na lei tinha pressionado as ações das estatais, pelo impacto potencial sobre o caixa já no curto prazo, no potencial resultado das empresas, com alterações também em questões como gastos em publicidade, propaganda e patrocínios, em proporção ao faturamento. A gente já sabe como essa história acontece”, diz Rodrigo Marcatti economista e CEO da Veedha Investimentos.

Hoje, ao pessimismo de ontem, sucedia “boa performance de papéis de ‘driver’ interno, pela melhora em vários ativos, particularmente os juros futuros, em queda forte” na sessão, diz Luiz Adriano Martinez, gestor de portfólio da Kilima Asset, citando o adiamento da PEC da Transição na Câmara, com possibilidade, inclusive, de que possa vir a ser rejeitada na casa, “algo positivo pelo lado fiscal”.

“Mercado começou a precificar perspectiva melhor para a situação fiscal no ano que vem, o que se refletiu nessa queda dos juros futuros”, acrescenta. O gestor menciona também a possibilidade de que as alterações na Lei das Estatais não sejam mantidas pelo Senado, o que melhora a percepção sobre a futura governança dessas empresas.

Hoje, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), indicou que a matéria, sobre a qual diz não haver consenso na casa, não irá à votação nesta quinta-feira, e que permanece sem data definida para ser submetida ao plenário. “É preciso uma melhor reflexão a respeito”, afirmou o presidente do Senado, acrescentando que o assunto pode permanecer fora da pauta de votação na próxima semana. “Alguns senadores reivindicam que passe pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça.”

Dessa forma, a combinação das notícias políticas desta quinta-feira, positivas, refreou o pessimismo dos investidores com relação à condução das empresas públicas a partir de 2023, bem como ao escopo que a futura administração federal terá para, com base em gastos públicos ampliados, cumprir rapidamente promessas de campanha que coloquem em jogo questões como sustentabilidade fiscal e a trajetória da relação dívida/PIB. “O político se sobrepôs hoje ao externo”, diz Martinez.

PEC da Transição pode ser descartada pelo PT

Em Brasília, setores do PT já começam a se dar por vencidos e a descartar a PEC da Transição, em meio a dificuldades para atender a demandas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ainda mais insatisfeito, desde ontem, após o voto da presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, pela total inconstitucionalidade do orçamento secreto. “Temos outras opções”, afirmou fonte do PT ao Broadcast Político nesta quinta-feira. “Não vamos nos submeter às chantagens dele Lira”, disse outro parlamentar, referindo-se a exigências que Lira teria feito ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, de cargos no novo governo.

No Ibovespa hoje, a maior foi da Marfrig (MRFG3), após divulgar a aprovação do pagamento de R$ 600 milhões em dividendos. Assim, as ações da empresa subiram 6,70%.

A Cielo (CIEL3) teve alta de 3,49%, depois de anunciar o pagamento de R$ 239 milhões em Juros Sobre Capital Próprio (JCP) aos seus acionistas.

Outros destaques de alta foram MRV (MRVE3) e IRB Brasil (IRBR3), com valorização de quase 2,9% em suas ações. Enquanto isso, o Banco do Brasil subiu 2,83%.

Entre as quedas, se destacou a Gol (GOLL4), que despencou 6,49%, com a notícia sobre a greve de pilotos e comissários de voos – por esse mesmo motivo, CVC (CVCB3) e Azul (AZUL4) caíram. Braskem (BRKM5) recuou 4,80% após relatório da UBS e previsões sobre desinvestimentos da Petrobras. Usiminas (USIM5) também se destacou entre as baixas do Ibovespa hoje.

Maiores altas do Ibovespa

  • Marfrig (MRFG3): +6,70%
  • Cielo (CIEL3): +3,49%
  • MRV (MRVE3): +2,90%
  • IRB Brasil (IRBR3): +2,86%
  • Banco do Brasil (BBAS3): +2,83%

Maiores baixas do Ibovespa

  • Gol (GOLL4): -6,49%
  • Braskem (BRKM5): -4,80%
  • CVC (CVCB3): -4,58%
  • Usiminas (USIM5): -4,20%
  • Azul (AZUL4): -3,24%

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam em baixa hoje, seguindo decisões de alta de juros pelos principais bancos centrais do mundo e os temores de recessão.

Depois do Federal Reserve (Fed) aumentar as taxas em 50 pontos base ontem, Banco Central Europeu (BCE) e Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) fizeram elevações da mesma magnitude em seus juros hoje, além de haver sugestão pela continuidade do aperto monetário.

  • Dow Jones: -2,25%, aos 33.202,22 pontos
  • S&P 500: -2,49%, aos 3.895,75 pontos
  • Nasdaq: -3,23%, aos 10.810,53 pontos

O preço do dólar à vista fechou em alta de 0,28%, a R$ 5,3157, após atingir mínima de R$ 5,2838 e máxima de R$ 5,3480.

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda na sessão desta quinta-feira, 15, reagindo a um dólar forte ante rivais e com o mercado digerindo perspectivas de possíveis novas altas de juros e risco de recessão.

A decisão do aumento de juros de 50 pontos-base (pb) por parte do Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) também orientaram os negócios.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para janeiro de 2023 fechou em queda de 1,51% (US$ 1,17), a US$ 76,11 o barril, enquanto o Brent para fevereiro do negociado na Intercontinental Exchange (ICE) fechou em baixa de 1,80% (US$ 1,49), a US$ 81,20 o barril.

O contrato mais líquido do ouro fechou nesta quinta-feira, 15, em baixa, em sessão marcada pela decisão de juros dos bancos centrais americano, da zona do euro e inglês, com perspectivas de recessão e a valorização do dólar ante rivais.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para fevereiro fechou em queda de 1,70%, a US$ 1787,80 por onça-troy.

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

  • CSN estima investimentos de R$ 2,8 bilhões e crescimento de 4,2% nas vendas de aço em 2023
  • Marfrig aprova pagamento de R$ 600 milhões em dividendos
  • Suzano Holding aprova pagamento de R$ 620 milhões em dividendos

Marfrig aprova pagamento de R$ 600 milhões em dividendos

O conselho de administração da Marfrig (MRFG3) aprovou o pagamento de R$ 600 milhões em dividendos intercalares, de acordo com anúncio feito pela companhia nesta quinta-feira.

Os dividendos da Marfrig correspondem a R$ 0,90 por ação, cuja data de pagamento será em 28 de dezembro.

Os proventos da Marfrig serão destinados aos investidores com posição acionária até o final da sessão de 19 de dezembro.

Desse modo, a partir de 20 de dezembro, as ações da Marfrig serão negociadas sem direito ao recebimento dos dividendos.

CSN estima investimentos de R$ 2,8 bilhões e crescimento de 4,2% nas vendas de aço em 2023

A CSN (CSNA3) atualizou seu guidance para os próximos anos, estimando investimentos de R$ 2,8 bilhões no ano de 2023 e R$ 6,5 bilhões até 2027.

Além disso, o guidance da CSN projeta um volume de vendas de aço entre 4,48 milhões de toneladas e 4,67 milhões de toneladas em 2023, o que corresponderia a um crescimento de 4,2% em relação à estimativa de 2022.

Já a CSN Mineração (CMIN3) diz que sua projeção de capex é de cerca de R$ 13,8 bilhões no período de 2023-2027.

Segundo projeções da CSN Mineração, esse valor vai ser gasto como parte da fase 1 do projeto de aumento da capacidade de produção.

Suzano Holding aprova pagamento de R$ 620 milhões em dividendos

A Suzano Holding, principal acionista da Suzano (SUZB3), vai pagar R$ 620 milhões em dividendos intermediários, conforme divulgado pela companhia nesta quinta.

Os dividendos da Suzano Holding representam R$ 3,39 por ação ordinária e R$ 3,73 por ação preferencial do tipo A (PNA) e tipo B (PNB).

A data de pagamento dos proventos da Suzano Holding será em 28 de dezembro. Somente receberão os proventos os investidores com posição acionária até hoje (15).

A partir de amanhã (16), as ações da Suzano Holding serão negociadas sem direito ao recebimento dos dividendos.

Cotação do Ibovespa nesta quarta (14)

O Ibovespa terminou o pregão desta quarta-feira (14) em alta de 0,20% aos 103.745,77 pontos.

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João Vitor Jacintho

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