Ibovespa: Braskem (BRKM5) e Embraer (EMBR3) são destaques negativos da semana

Na semana encerrada ontem (21), o desempenho do Ibovespa conseguiu agradar boa parte dos investidores, com bons resultados de certos setores, como as gigantes do varejo. Mas nem todas as companhias podem dizer o mesmo.

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A Braskem (BRKM5) teve uma semana conturbada com o anúncio do follow-on. No fim de semana, a Braskem informou que a Petrobras (PETR4) e o grupo Novonor (ex-Odebrecht, em recuperação judicial), deram a largada na alienação de suas participações na petroquímica.

A BRF (BRFS3) foi outra que viu suas ações cair na mesma semana em que anunciou follon-on. A Embraer (EMBR3), por sua vez, manteve o ritmo de queda visto nas semanas anteriores. Por fim, o IRB Brasil (IRBR3) e Alpargatas (ALPA4) apresentaram volatilidade mesmo sem uma notícia específica que pudesse precificar.

Confira abaixo as cinco ações que mais desvalorizaram do Ibovespa, que subiu 1,88% na semana e chegou a bater os 108.941,68 mil pontos.

  • Braskem (BRKM5): -7,59%
  • Embraer (EMBR3): -6,72%
  • BRF (BRFS3):-6,63%
  • IRB Brasil (IRBR3): -5,65%
  • Alpargatas (ALPA4): -5,42%

Braskem lidera queda do Ibovespa com follow-on

Começou oficialmente o processo de venda da participação da Petrobras e da Novonor na Braskem. Na sexta (14), a petroquímica enviou pedido à Securities and Exchange Commission (SEC) e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para efetivar o follow-on no Brasil e nos Estados Unidos das suas duas maiores acionistas. A oferta envolve 154,8 milhões de papéis classe A das companhias.

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A notícia só repercutiu na bolsa a partir de segunda, e a companhia terminou a semana em queda. As ações da Braskem foram de R$ 52,16 para R$ 48,20.

Petrobras pretende vender um montante de 75 milhões de ações preferenciais de Classe A (PNA) da Braskem.

Considerando a última cotação da Braskem, aos R$ 48,20 na sexta (21), o montante total de ações representa uma cifra de cerca de R$ 3,1 bilhões. A oferta, conforme comunicado pela Petrobras, será feita em conjunto com a Novonor – que também detém uma fatia do capital social da petroquímica.

Por outro lado, a Novonor, que está em recuperação judicial, prevê utilizar uma fatia do capital que levantar para liquidar ou amortizar algumas das suas dívidas em operações com grandes bancos, como o Bradesco (BBDC4)Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11).

Embraer segue tendência de queda no Ibovespa

Sem notícias específicas sobre a companhia que pudessem afetar o desempenho dos papéis, as ações da Embraer caíram de R$ R$ 22,01 para R$ 20,53, com pior queda acontecendo na quinta-feira (20). A queda também acompanha a tendência que a companhia está apresentando ao longo do mês. Desde o início do ano, já caiu 17,08%.

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Além disso, na quarta, duas companhias aéreas japonesas, a Japan Airlines e a Nippon Airways, alteraram e cancelaram alguns voos, com um sinal negativo para o setor aéreo, no qual a Embraer faz parte. A explicação para o cancelamento é que o sinal de 5G estaria atrapalhando o espaço aéreo.

Nos últimos 12 meses, porém, a companhia fica bem na comparação. Sendo uma das maiores altas de toda a bolsa, a valorização nos últimos 12 meses ultrapassa os 130%. Apesar disso, as realizações de lucro puxam o papel para baixo.

BRF fará follow-on de até R$ 8 bi

O Conselho de Administração da BRF aprovou na tarde de segunda-feira (17) uma proposta de oferta subsequente (follow-on) de ações ordinárias e American Depositary Shares (ADSs), segundo fato relevante divulgado nesta terça (18). A proposta foi aprovada por 81,7% dos acionistas presentes (68,5% do total de ações disponíveis, na média).

Ao todo, serão emitidas 270 milhões de novas ações da BRF, com possibilidade de acréscimo de 54 milhões – totalizando 324 milhões de papéis -, caso haja “eventual excesso de demanda que venha a ser constatado no momento em que for fixado o preço por ação”.

As ações, entretanto, não serão disponibilizadas ao público em geral e sua negociação será restrita a investidores qualificados – com mais de R$ 1 milhão investidos -, conforme instrução 476 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Apesar das incertezas sobre o futuro da companhia, a XP Investimentos disse que vê como positiva a “formação de uma nova empresa a partir da fusão entre Marfrig (MRFG3) e BRF, principalmente devido às sinergias comerciais positivas”.

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Conforme destaca, a emissão de ações abre caminho para a Marfrig aumentar a participação na empresa. Mas isso não foi o suficiente para animar o mercado, que viu as ações da BRF caírem de R$ 24,30 para R$ 22,69.

Alpargatas e IRB Brasil são destaques negativos do Ibovespa

Também sem notícias específicas para justificar a queda, as ações do IRB Brasil e Alpargatas ficaram na ponta negativa do Ibovespa desta semana, caindo de R$ 3,54 para R$ 3,34 e R$ 32,10 para R$ 30,36, respectivamente.

A queda do Alpargatas pode ser vista como insegurança do mercado pelo setor varejista, que está pressionado pela piora das expectativas de inflação após a divulgação do último relatório Focus, sendo alvo de alta dos juros futuros. Isso tende a encarecer o crédito. Consequentemente, prejudica setores ligados ao consumo.

As ações de Alpargatas têm queda de 16% apenas este ano. Já os papéis do IRB acumulam 14,58%.

Em relatório recente, o banco UBS recomendou a venda das ações do IRB Brasil, projetando um preço-alvo de R$ 3,60, mesmo prevendo prêmios menores e sinistralidade maior.

De Braskem à Embraer, essas foram as 5 empresas que mais caíram no Ibovespa desta semana. Para ler todas as notícias do SUNO Notícias, clique aqui ou nos siga no Instagram e Twitter.

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Bruno Galvão

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