Após queda do Ibovespa em janeiro, apetite por risco diminuiu, aponta XP; risco fiscal é a principal preocupação

O Ibovespa fechou o mês de janeiro com queda de 4,79%, impactado pela forte saída de capital estrangeiro. Após esse cenário, o apetite por risco teve uma leve diminuição, aponta a XP Investimentos.

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Segundo dados da XP, houve uma diminuição de 9 pontos percentuais (de 65% para 56%) nos assessores que indicaram que os clientes planejavam aumentar a exposição em renda variável. Aqueles que querem diminuir a exposição aumentou de 6% para 9%. 

Apesar do sentimento pior, a pesquisa mostra que o interesse em ativos de maior risco continua crescendo. A classe de ativos preferidos continua sendo os fundos imobiliários (69%), enquanto a renda fixa (65%) permanece em segundo lugar, seguida por ações (63%). 

Para a XP, a performance do mercado brasileiro inferior aos mercados globais levou a uma redução de apetite de risco pelos investidores. Dessa forma, o sentimento em relação à bolsa de valores piorou. 

Em fevereiro, cerca de 40% dos assessores indicaram que o Ibovespa deve encerrar 2024 entre 130 mil e 140 mil pontos. Os assessores que indicavam um patamar superior a 140 mil diminuíram de 56% para 38%. 

Risco fiscal continua sendo a principal preocupação, aponta a XP 

De acordo com a XP, o risco fiscal foi apontado como a principal preocupação de 52% dos assessores, ante 44% na pesquisa anterior.

Por outro lado, um dos fatores que aumenta o apetite por risco continua sendo o corte de juros no Brasil, além da possibilidade do início da redução da taxa Fed Funds nos Estados Unidos. 

Olhando a preferência dos setores, os clientes da XP continuam optando pelos mais defensivos, como Elétricas (65%), Saneamento (65%) e o Financeiro (56%). 

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Gestor da AZ Quest diz o que pode fazer o Ibovespa “decolar”

O Ibovespa fechou o mês de janeiro com queda, esse foi o pior desempenho mensal desde agosto do ano passado, quando perdeu 5,09%. Em entrevista ao canal do Suno Notícias no Youtube, Welliam Wang, Head de Renda Variável da AZ Quest, afirma que esse cenário deve se reverter com o início dos cortes de juros nos Estados Unidos. 

“Nos últimos anos, o juro real americano foi de 2%, sendo que o Fed conseguiu rodar um juros real negativo em 1%, sem gerar grandes problemas de inflação. Então, a gente acha que há espaço relevante para o corte de juros“, explica Wang. 

O analista da AZ Quest diz que o mercado, no início do ano, estava otimista que os cortes poderiam começar em março, mas que a perspectiva foi postergada pelo desconforto do Fed em relação aos dados recentes que apontam para a resiliência da economia norte-americana

“O investidor estrangeiro, ele olha os ativos brasileiro como uma uma derivada do mercado americano. Então, se o juro americano está mais duro, geralmente há uma saída de fluxo dos ativos brasileiros, o que acabou acontecendo”, diz Wang. 

No entanto, o analista acredita que o cenário futuro é promissor para os ativos de renda variável, devido ao corte de juros que se espera do Fed ainda este ano. Além disso, Wang avalia que o cenário macroeconômico brasileiro é positivo, com as reformas estruturais feitas nos últimos anos. 

“A gente continua muito otimista com o agro este ano, pode até ter alguma queda de produção de grãos, mas há uma tendência muito positiva no longo prazo, com ganhos de produtividades, aumento de área. A produção de petróleo também continua aumentando com o aumento da produção do pré-sal ao longo do tempo. Então é um cenário muito positivo estruturalmente para o Brasil”, afirma ele. 

Do lado negativo para o Ibovespa, está o risco fiscal e a dificuldade do governo em controlar o déficit público.

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Vinícius Alves

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