Ibovespa opera no negativo, aos 108 mil pontos; BRF (BRFS3) amplia alta e Petrobras (PETR4) recua

O Ibovespa opera em baixa de 0,38% nesta quarta-feira (31), aos 108.759 pontos. No último pregão do mês, o Ibovespa caminha para fechar maio com valorização perto de 4,00%, após subir 2,50% em abril. O recuo ocorre apesar de o indicador ter registrado dois fechamentos negativos seguidos. Na terça, terminou com desvalorização de 1,24% (108.967,03 pontos).

O Ibovespa hoje conta com oscilações de até 2% na ponta negativa, com baixa nas principais ‘movers’, com retração de 0,3% na Vale (VALE3) e 0,87% na Petrobras (PETR4).

Na contramão, a BRF (BRFS3) ganha mais de 13% com a promessa de uma injeção de capital bilionária.

A Gol (GOLL4) valoriza 2,4%, a CVC (CVCB3) ganha 2,5% e a Azul (AZUL4) sobe 1,87%. O avanço ocorre com a publicação de um relatório do Bradesco BBI, que mostra como a isenção de PIS/Cofins – aprovada no Senadao – pode render às empresas aéreas até R$ 1,2 bi ao ano.

Nas bolsas internacionais, quedas generalizadas. Em Wall Street, baixa de 0,7% no Dow Jones antes 0,6% de retração no S&P 500 durante as negociações que precedem a abertura de mercado.

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Já na Europa, queda de 1% em Frankfurt (DAX) e de 0,5% em Londres (FTSE).

Nas commodities, queda de 1,2% no petróleo Brent, ante baixa de 0,4% no minério de ferro, a US$ 100,02.

O câmbio mostra alta de 0,3% nos contratos futuros, com vencimento para julho, a RR$ 5,117.

Em dia de agenda carregada, os investidores estão na expectativa da votação do acordo sobre o aumento do teto da dívida dos Estados Unidos no Congresso, enquanto avaliam os dados de atividade da China aquém do esperado.

O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) chinês recuou a 48,8 em maio, após 49,2 pontos em abril, ficando menor do que previsto por analistas (49,7 pontos) e sugerindo arrefecimento da atividade. O resultado vem na esteira de relatos de novos casos de covid-19 na China e pode aumentar a pressão para que o governo chinês adote novas medidas de estímulo à economia.

“O PMI industrial da China em nível de retração preocupa. O país deveria ser o amortecedor da desaceleração da atividade mundial, mas não está funcionando como pressupúnhamos, o que eleva a percepção de recessão. Fica difícil o Ibovespa engajar alta quando ações ligados a commodities não ajudam; bancos também caem. São ações de peso na carteira”, avalia Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

O minério fechou em leva baixa de 0,42% em Dalian, mas o petróleo cai acima de 1,00% em Londres e nos EUA, em meio a preocupações com a demanda. Às 11h23, Vale ON caía 0,11%, enquanto Gerdau PN recuava 1,19%, mas Usiminas PNA zerava a queda. Petrobras, por sua vez, tinha declínio de quase 0,60%.

Além do PMI industrial chinês ficar abaixo do limiar contracionista (50 é indicativo de expansão), há cautela nos mercados por conta da espera da votação do teto da divida dos EUA, ressalta Fabricio Silvestre, economista do TC. “O ambiente internacional segue contando com inflação resiliente, mercado de trabalho forte e desaceleração econômica na margem”, cita.

Internamente, a desaceleração da taxa de desemprego para 8,5% no trimestre até abril, a um nível menor do que a mediana das expectativas de 8,7% na pesquisa do Projeções Broadcast, é bem vista, reforçando o debate de boas perspectivas em relação ao Brasil.

Um reflexo disso é o sinal de queda dos juros futuros e de alta de algumas ações ligadas ao ciclo econômico, em meio a perspectivas de recuo da Selic, que está em 13,75% ao ano. À tarde, sairá o Caged de abril.

Além disso, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) registrou superávit primário de R$ 20,324 bilhões em abril, após resultado deficitário de R$ 14,182 bilhões de março, sendo o terceiro maior para o mês da série histórica do Banco Central.

“Os dados domésticos são bons e ajudam na queda da curva de juros, permite uma interpretação menos negativa da atividade e em relação ao fiscal”, avalia Spiess, da Empiricus.

Apesar de sinais de um mercado de trabalho forte no Brasil, Fernando Bento, CEO e sócio da FMB Investimentos, afirma que mesmo assim, as expectativas de inicio de queda da Selic no segundo semestre devem continuar. “O que será determinante mesmo será a inflação corrente, as expectativas.”

A expectativa é que a economia brasileira continue dando sinais positivos, elevando a espera pela divulgação do PIB do primeiro trimestre pelo IBGE, amanhã. “O PIB do primeiro trimestre dever vir mais positivo amanhã, por conta da Agricultura forte, por causa da safra, o que dará importante contribuição ao crescimento’, diz Bento, da FMB Investimentos.

A Mirae Asset acredita que as condições para o início do ciclo de baixa da Selic estão postas. A dúvida, cita em relatório, é saber se será em agosto ou setembro.

Notícias que movimentam a bolsa de valores hoje

  • BRF poderá ter injeção bilionária de capital
  • Minoritários questionam dança das cadeiras na Eletrobras
  • Presidente da AES Brasil, Clarissa Sadock renuncia ao cargo e vai para a Vibra

BRF dispara

As ações da BRF (BRFS3) dispararam na Bolsa de Valores brasileira (B3) hoje (31), após a Marfrig (MRFG3) e um fundo da Arábia Saudita se comprometeram a investir em uma potencial oferta de ações da empresa do ramo alimentício.

A BRF comunicou que o fundo soberano da Arábia Saudita, Salic, e sua acionista Marfrig se comprometeram a realizar um grande investimento em um potencial aumento de capital da empresa, conforme comunicado emitido nesta quarta-feira (31).

O fundo Salic e a Marfrig se comprometeram a subscrever até 250 milhões de ações da BRF, com a condição de que o preço das novas ações da eventual oferta primária chegue a até R$ 9.

Considerando o valor de aquisição de R$ 9,00 por ação da BRF, a empresa teria o recebimento de quase R$ 4,5 bilhões.

Após o recebimento do compromisso da Salic e da Marfrig, o conselho de administração da BRF se reuniu de forma extraordinária, aprovando o engajamento de assessor financeiro para estudar as alternativas para realização de sua nova oferta, considerando a distribuição de 500 milhões de novas ações da empresa pelo preço de R$ 9,00 cada.

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Dança das cadeiras da Eletrobras

Reunidos em uma entidade de funcionários, um grupo de acionistas minoritários da Eletrobras (ELET3) protocolou um questionamento acerca de uma negociação que aumentaria o número de assentos da União no Conselho de Administração da empresa sem comunicar ao mercado.

O questionamento forma foi protocolado pelos minoritários da Eletrobras na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

“Como acionistas exigimos explicações imediatas, uma vez que qualquer movimentação no conselho de administração da companhia deve ser discutida no fórum adequado, ou seja, na assembleia de acionistas”, diz a entidade.

O diretor da Associação dos Empregados de Furnas (ASEF), Felipe Ferreira de Araújo, disse que o governo negocia quatro cadeiras, e o comando também avalia uma ampliação do número de cadeiras para a União.

Renúncia na AES Brasil

O conselho de administração da AES Brasil (AESB3) comunicou ainda na terça (30), que recebeu a carta de renúncia da diretora-presidente da companhia, Clarissa Della Nina Sadock Accorsi, por motivos pessoais, com efeito a partir do dia 30 de junho próximo.

Segundo comunicado da companhia, o conselho de administração iniciou o processo de sucessão. Durante esse período, Rogério Pereira Jorge, atual vice-presidente comercial, acumulará suas funções com as de diretor-presidente., no lugar da CEO Clarissa Della Nina Sadock

Maiores altas e baixas do Ibovespa

Última cotação do Ibovespa

Ibovespa encerrou o pregão da terça-feira (30) em queda de 1,24%, aos 108.967 pontos.

Com Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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